• Nenhum resultado encontrado

Assimetria reprodutiva e o parentesco das fêmeas adultas em Euglossa melanotricha

CAPÍTULO II: Regulação reprodutiva em Euglossa melanotricha: Contexto social,

2.4 Discussão

3.5.5 Assimetria reprodutiva e o parentesco das fêmeas adultas em Euglossa melanotricha

Estudos da assimetria sobre a reprodução em famílias do gênero Euglossa são complicados, devido, principalmente, as constantes mudanças no quadro social das famílias

em razão da morte ou desaparecimento das fêmeas adultas, ou a comutação de fêmeas entre ninhos (Augusto & Garófalo, 2004, 2010). Contudo, neste estudo, a combinação dos dados comportamentais com as análises de parentesco permitiu determinar o número e, na maioria dos casos, também a identidade, de todas as fêmeas adultas de uma família.

Em Euglossa melanotricha, a participação das subordinadas na reprodução variou entre 22% (16, n = 70 indivíduos) nas famílias de irmãs, 28% (21, n = 76) nas famílias de mãe-filha, e 53% (55, n = 112) nas famílias de fêmeas não aparentadas (Tabela 16, Figura 18). Estes resultados demonstraram claramente a correlação positiva e significativa entre assimetria reprodutiva e o parentesco (r) (Figura 19a).

Tais resultados estão de acordo com as predições dos modelos de concessão, dado que embora a dominante tenha controle sobre a reprodução, concessões podem ser feitas a outra fêmea em troca da sua cooperação (Vehrencamp 1983, Reeve 1991). Essas concessões variam de acordo com o parentesco (r), de maneira que as fêmeas concedem menos as subordinadas aparentadas do que as não aparentadas (Figura 18). Assim, o elevado parentesco reduz o incentivo a disputas pela dominância, e as subordinadas podem permanecer no ninho pelo ganho genético indireto ao cooperar com parentes (Monnin & Peeters 1997). De maneira inversa, concessões maiores sobre a reprodução direta devem ser dadas a subordinadas não aparentadas como incentivo para permanecerem, além do incentivo ao ganho direto pela reprodução tardia ao substituírem a dominante (Reeve & Shen 2013).

Até o momento, poucos estudos com insetos sociais demonstraram correlação positiva entre assimetria reprodutiva e parentesco. Os estudos foram feitos com as vespas Polistes

fuscatus, (Reeve et al 2000) e Microstigmus nigrophthalmus (Lucas et al 2011), embora na

abelha Lasioglossum malachurum os resultados apontaram correlação positiva, dado o incentivo maior sobre a reprodução que as dominantes concederam as subordinadas pouco aparentadas em relação as aparentadas (Paxton et al 2002).

Em contraste, correlações negativas entre parentesco e assimetria foram encontrados nas formigas Leptothorax rugatulus (Rüppell et al 2002) e Formica fusca (Hannonen & Sundström 2003) e na abelha alodapine Exoneura robusta (Langer et al 2004, 2006). E, possivelmente, na vespa Polistes bellicosus (Field et al 1998), onde o parentesco foi correlacionado com a proporção da reprodução da dominante, mas não com o índice de assimetria.

Na abelha Exoneura nigrescens, por exemplo, Langer et al (2004, 2006) demonstraram que o grau de assimetria reprodutiva foi determinado primariamente pela competição individual entre os membros do grupo de acordo as predições do modelo de cabo de guerra (tug-of-war). O estudo com Exoneura nigrescens foi o primeiro a ter sucesso em manipular experimentalmente o parentesco entre os membros de um grupo em ambiente natural, em que três parâmetros envolvidos nos modelos da assimetria reprodutiva (parentesco, produtividade e ganho genético) foram avaliados.

Outros estudos não encontraram relação entre parentesco e assimetria reprodutiva. Por exemplo, nas formigas: Myrmica tahoensis: Evans 1996; Pachycondyla inversa: Heinze et al 2001; Pheidole pallidula: Fournier et al 2004; Leptothorax acervorum: Hammond et al 2006, e nas vespas: Polistes carolina: Seppä et al 2002; Liostenogaster flavolineata: Sumner et al 2002; Polistes aurifer: Liebert et al 2005; Polistes dominulus: Liebert & Starks 2006, Polistes

atrimandibularis: Fanelli et al 2005; e Polistes alternata: Bolton et al 2006). No entanto,

estes resultados devem ser discutidos com cautela. A maioria desses estudos demonstrou pouca variação do parentesco e/ou assimetria, razão pela qual é possível inferir que a ausência de correlação com parentesco pode ter sido associada ao baixo poder estatístico dos testes.

Nas famílias de Euglossa melanotricha, outras variáveis como a frequência de canibalismo dos ovos e de interações agressivas relacionadas a assimetria reprodutiva também foram testadas. Os resultados mostraram significativa correlação positiva entre essas variáveis e a assimetria reprodutiva (Figura 19b e 19c).

Reeve (1991) e Reeve & Ratnieks (1993) sugeriram que quando a partilha sobre a reprodução é muito desigual (elevada assimetria), as subordinadas tem um incentivo maior para ‘testar’ a dominante e tentar ganhar mais usurpando a sua posição. Assim é esperado que o conflito seja resolvido a partir de mecanismos tais como o canibalismo do ovo e interações agressivas realizadas pela dominante.

As interações agressivas podem exercer meios sutis de controle reprodutivo através do aumento dos custos da reprodução de outras fêmeas, aumentando, por exemplo, a pressão sobre a realização de outras tarefas, como o forrageamento, ou ainda, constituir uma ameaça constante de despejo quando as fêmeas tentam produzir (Cant & Young 2013).

De fato, os conflitos sobre a reprodução podem resultar em fêmeas que desafiam a dominante reprodutiva (Nakata & Tsuji 1996, Monnin et al 2002). Nestes casos, tanto o parentesco quanto a coerção podem resolver o conflito entre fêmeas totipotentes. Contudo, embora esses fatores possam ajudar a resolver o conflito, o efeito é limitado porque mesmo com altas taxas de parentesco, algumas operárias participam da produção do ninho. A prova de que a relação de parentesco pode aumentar a produção das operárias foi demonstrado em

Bombus terrestris e B. occidentalis, em que operárias invasoras com fêmeas não aparentadas

foram mais susceptíveis para reproduzir (Birmingham et al 2004,Lopez-Vamonde et al 2004). Em alguns táxons, o parentesco sozinho é apenas parcialmente eficaz. Nas colônias de formigas órfãs de Dinoponera quadríceps, por exemplo, testes com base no modelo de aptidão inclusiva previam que cerca de cinco operárias participassem de uma hierarquia de dominância se elas fossem sobrinhas (r = 0,375), mas apenas quatro deviam fazê-lo se fossem irmãs-completas (r = 0,75) (Monnin et al 1997). Assim, apesar do parentesco diminuir o conflito, não o reduz a zero.

Resolução de conflitos mais eficaz ocorre se os indivíduos podem ser coagidos para não procriar. Tal coerção pode assumir várias formas. Em D. quadríceps , as operárias podem

não ser impedidas de participar de uma hierarquia de dominância, mas, se uma operária beta desafia a alfa e tenta assumir a sua posição na colônia, essa substituição é impedida com punição (Nakata & Tsuji 1996). A alfa sinaliza com pistas químicas e induz as operárias de hierarquias inferiores a punir a desafiadora. A punição que envolve imobilização por um longo período pode resultar na morte e na perda da condição reprodutiva da fêmea desafiadora.

Uma forma de coerção interessante ocorre em formigas órfãs de Diacamma (Ratnieks & Reeve 1992). As operárias dessa espécie têm um par de apêndices torácicos ou gemas que de algum modo são necessários para o acasalamento. No entanto, a menos que seja necessário um novo reprodutor, a gemas de operárias recém-emergidas são mordidas por companheiras de ninhos com a intenção de reduzir as chances da sua reprodução (Monnin et al 2002).

Nas famílias de Euglossa melanotricha, a variável produtividade total não diferiu significativamente entre os grupos de irmãs: média ± desvio padrão = 7,7 ± 0,68, n = 9 famílias, mãe-filha = 8,44± 0,60, n= 9, e não aparentadas: 9,33 ± 0,67, n = 12. Assim, esta variável não foi correlacionada significativamente com a assimetria reprodutiva ou parentesco. A ausência de correlação destas variáveis é prevista pelos modelos de concessão porque as fêmeas não alocam energia para competição reprodutiva. Sendo o controle feito por uma única fêmea, a produção é independente do parentesco entre as fêmeas adultas (Reeve & Shen 2013).

Os resultados do estudo com Euglossa melanotricha suportam quatro das seis predições dos modelos de concessão (Tabela 18), em que uma dominante tem controle sobre a reprodução; sendo a partilha da reprodução, portanto, resultado das concessões da dominante a outra fêmea em troca da sua cooperação.

Tabela 18. Associação observada e prevista entre as variáveis de acordo com os diferentes modelos de assimetria reprodutiva

Associação entre as variáveis Modelo de Concessão

Modelo de Cabo-de-guerra

Dados observados Assimetria reprodutiva vs parentesco (r) entre fêmeas adultas + Nenhum ou - +

Assimetria reprodutiva vs agressão + Nenhum ou - +

Assimetria reprodutiva vs policiamento do ovo + Nenhum ou - + Assimetria reprodutiva vs o sucesso da nidificação solitária

(Subordinada) - Nenhum

Não testado Assimetria reprodutiva vs os benefícios da nidificação em

grupo + Nenhum

Não testado Parentesco vs produtividade total do grupo Nenhum + Nenhum + = correlação positiva; - = correlação negativa; vs = versus Fonte: Field et al 1998, Reeve & Shen 2013

Inversamente, não há suporte para a visão alternativa da partilha da reprodução por competição como prevista pelo modelo de cabo de guerra. Este modelo prevê que as interações agressivas são realizadas por dominantes e subordinadas, e essas intervenções podem levar a uma diminuição na assimetria reprodutiva. Neste modelo, a luta é assumida como sendo o meio pelo qual as subordinadas obtêm a sua reprodução: aquelas que não lutam não vão reproduzir (Reeve et al 2000).

De modo geral, este estudo enfatiza a relativa complexidade do repertório comportamental dos insetos e sua capacidade de modular seu nível de esforço reprodutivo de acordo com atributos sociais, tais como a relação dos outros membros do grupo.

Este estudo representa a primeira investigação sobre assimetria reprodutiva em uma espécie de abelha euglossine. E ainda, fornece evidências a rara situação de correlação positiva entre assimetria reprodutiva e parentesco previsto pelos modelos de concessão. Tais modelos têm formado a base para a grande parte dos trabalhos teóricos, contudo, poucos testes empíricos apoiam suas predições (Field & Cant 2009, Seppä et al 2012, Reeve & Shen 2013). Os resultados indicam uma hierarquia social em Euglossa melanotricha mantida pelo chamado ‘contrato social’ com relação ao esforço reprodutivo (Figura 18). Mais estudos com outras espécies do gênero

3.6 Referências Bibliográficas

Aguiar C, Garófalo C, Almeida G (2006) Nesting biology of Centris (Hemisiella)

trigonoides Lepeletier (Hymenoptera, Apidae, Centridini). Revista Brasileira de Zoologia,

23: 323-330.

Andrade-Silva ACR, Nascimento FS (2012) Multifemale nests and social behavior in

Euglossa melanotricha (Hymenoptera, Apidae, Euglossini). Journal of Hymenoptera

Research, 26: 1–16.

Ascher JS, Danforth BN, Ji SQ (2001) Phylogenetic utility of the major opsin in bees (Hymenoptera: Apoidea): A reassessment. Molecular Phylogenetics and Evolution, 19: 76–93. Augusto SC, Garófalo CA (2004) Nesting biology and social structure of Euglossa (Euglossa)

townsendi Cockerell (Hymenoptera, Apidae, Euglossini). Insectes Sociaux, 51: 400-409.

Augusto SC, Garófalo CA (2010) Task allocation and interactions among females in Euglossa

carolina nests (Hymenoptera, Apidae, Euglossini). Apidologie, 1-12.

Bolton A, Sumner S, Shreeves GE, Casiraghi M & Field J (2006). Colony genetic structure in a facultatively eusocial hover wasp. Behavioral Ecology, 17: 873-80.

Boomsma JJ, Grafen A (1990) Intraspecific variation in ant sex ratios and the Trivers-Hare hypothesis. Evolution, 44: 1026-1034.

Boomsma JJ, Grafen A (1991) Colony-level sex ratio selection in the eusocial Hymenoptera. Journal of Evolutionary Biology, 4: 383–407.

Boomsma JJ (2007) Kin selection versus sexual selection: why the ends do not meet. Current Biology, 17: R673-R683.

Boomsma JJ (2009) Lifetime monogamy and the evolution of eusociality. Phisiological Transation of the Royal Society B: Biological Sciences 364: 3191-3208.

Bourke AFG (2011) Principles of social evolution. Oxford University Press, Oxford.

Buston PM (2003) Social hierarchies: size and growth modifications in clownfish. Nature, 424: 145–6.

Buston PM (2004) Territory inheritance in clownfish. Biology Letters, 271: 252–4.

Cant MA (2012) Suppression of social conflict and evolutionary transitions to cooperation. American Naturalist, 179: 293-301.

Cant MA & Young AJ (2013) Aggression Resolving social conflict among females without overt. Philosophical transaction of The Royal Society, 1:13.

Clutton-Brock TH (1998) Reproductive skew, concessions and limited control. Trends in Ecology and Evolution, 13: 288-292.

Cook JM, Crozier RH (1995) Sex determination and population biology in the Hymenoptera. Trends in Ecology and Evolution, 10: 281-286.

Cole BJ (1983) Multiple mating and the evolution of social-behavior in the Hymenoptera. Behavior Ecology Sociobiology. 12: 191–201.

Danforth BN, Vissher PK (1993) Dynamics of a host-cleptoparasitic relationship: Holcopasites ruthae as a parasite of Calliopsis pugionis (Hymenoptera: Anthophoridae, Andrenidae). Annual Entomology Society American, 86: 833-840.

Emlen ST, Wrege PH (1991) Parent-offspring conflict and the recruitment of helpers among bee-eaters. Nature, 356: 331-333.

Evans JD (1996) Competition and relatedness between queens of the facultatively polygynous ant Myrmica tahoensis. Animal Behaviour, 51: 831–840.

Fanelli, D, Boomsma JJ & Turillazzi S (2005). Multiple reproductive strategies in a tropical hover wasp. Behavioral Ecology & Sociobiology, 58: 190-199.

Field J, & Foster W (1999) Helping behaviour in facultatively eusocial hover wasps: an experimental test of the subfertility hypothesis. Animal Behaviour, 57: 633-636.

Field J, Solis CR, Queller DC & Strassmann JE (1998). Social and genetic structure of paper wasp cofounders associations: tests of reproductive skew models. American Naturalist, 151: 545-563.

Field J, Cronin A & Bridge C (2006) Future fitness and helping in social queues. Nature, 441: 214-217.

Field J, Cant MA (2009) Reproductive skew in primitively eusocial wasps: how useful are current models? In: Hager R, Jones CB, editors. Reproductive skew in vertebrates. Cambridge: Cambridge University Press. p. 305–333.

Fonseca CR (2000) Cooperação, conflitos e razão sexual em Himenópteros sociais: a perspectiva de uma formiga amazônica. Oecologia Brasiliensis, 131-148.

Fournier D, Keller L (2001) Partitioning of reproduction among queens in the Argentine ant,

Linepithema humile. Animal Behaviour, 62: 1039–1045.

Gardner A, Alpedrinha J, West SA (2012) Haplodiploidy and the evolution of eusociality: split sex ratios. American Naturalist, 179: 240-256.

Gardner A, Ross L (2013) Haplodiploidy, Sex-Ratio Adjustment, and Eusociality181, n. 3 The American naturalist, 181: 60-67.

Gates MW (2009) A new species of Aximopsis sensu lato Ashmead (Hymenoptera, Chalcidoidea, Eurytomidae) parasitic on Euglossa spp. (Hymenoptera, Apidae) ZooKeys, 20: 165-174

Gazola A, Garófalo C (2003) Parasitic behavior of Leucospis cayennensis Westwood (Hymenoptera: Leucospidae) and rates of parasitism in populations of Centris

(Heterocentris) analis (Fabricius) (Hymenoptera: Apidae: Centridini).Journal of the

Goodnight KF & Queller DC (1999) Computer software for performing likelihood tests of pedigree relationship using genetic markers Molecular Ecology, 8: 1231-1234.

Hamilton WD (1964) The genetical evolution of social behavior I Journal of Theoretical Biology, 7: 1-16.

Hamilton WD (1972) Altruism and related phenomena, mainly in social insects. Annual Review Ecology System. 3:193–232.

Hammond RL, Lawson-Handley LJL, Winney BJ, Bruford MW, Perrin N (2006) Genetic evidence for female-biased dispersal and gene flow in a polygynous primate. Proceedings of the Royal Society of London B, 273: 479-484.

Hannonen M, Sundström L (2003) Reproductive sharing among queens in the ant Formica

fusca. Behavioral Ecology, 14: 870–875.

Heg D, Bergmuller R, Bonfils D, Otti O, Bachar Z, Burri R, Heckel G & Taborsky M (2006). Cichlids do not adjust reproductive skew to the availability of independent breeding. Behavioral Ecology, 17: 419-429.

Heinze J, Hartmann A, Rüppell O (2001) Sex allocation ratios in the facultatively polygynous ant, Leptothorax acervorum. Behavioral Ecology and Sociobiology, 50: 270-274.

Heinze J (2004) Reproductive Conflict in Insect Societies. Advances in the Study of Behavior, 34: 1-57.

Hogendoorn K, Velthuis HHW (1999) Task allocation and reproductive skew in social mass provisioning carpenter bees in relation to age and size. Insectes Sociaux, 46: 198–207. Hughes C (1998) Integrating techniques with field methods in studies of social behavior: a

revolution results. Ecology, 79 (2): 383-399.

Hughes WHO, Oldroyd BP, Beeman M, Ratinieks FLW (2008) Ancestral Monogamy shows kin selection is the key to the evolution of eusociality. Science, 320: 1213-1216.

Johnstone RA (2000). Models of reproductive skew: A review and synthesis. Ethology, 106: 5-26.

Kawakita A, Ascher JS, Sota T, Kato M, Roubik DW (2008) Phylogenetic analysis of the corbiculate bee tribes based on 12 nuclear protein-coding genes (Hymenoptera: Apoidea: Apidae). Apidologie, 39: 163–175.

Keller L & Reeve HK (1994) Partitioning of reproduction in animal societies. Trends in Ecology and Evolution, 9: 98–102.

Langer P, Hogendoorn K & Keller L (2004) Tug-of-war over reproduction in a social bee. Nature, 428: 844-847.

Langer P, Hogendoorn K, Schwarz MP, Keller L (2006) Reproductive skew in the Australian allodapine bee Exoneura robusta. Animal Behaviour, 71: 193–201.

Leadbeater E, Carruthers JM, Green JP, Field J (2011) Nest Inheritance Is the Missing Source of Direct Fitness in a Primitively Eusocial Insect Science 333: 6044-874-876.

Liebert AE & Starks PT (2006) Taming of the skew: transactional models fail to predict reproductive partitioning in the paper wasp, Polistes dominulus. Animal Behaviour, 71: 913-923.

Liebert AE, Nonacs P & Wayne RK (2005) Solitary nesting and reproductive success in the paper wasp Polistes aurifer. Behavioral Ecology & Sociobiology, 57: 445-456.

López-Uribe MM, Green AN, Ramírez S, Bogdanowicz SM, Danforth BN (2011) Isolation and cross-species characterization of polymorphic microsatellites for the orchid bee

Eulaema meriana (Hymenoptera: Apidae: Euglossini) Conservation Genetic Research, 3:

21–23.

Lucas ER, Martins RP, Field J (2011) Reproductive skew is highly variable and correlated with genetic relatedness in a social apoid wasp. Behavioral Ecology, doi:10.1093/beheco/arq214.

Maynard Smith J (1982) Evolution and the Theory of Games. Cambridge: Cambridge University Press.

Monnin T, Peeters C (1997) Cannibalism of subordinates' eggs in the monogynous queenless ant Dinoponera quadriceps. Naturwissenschafren, 84: 499-502.

Monnin T, Ratnieks FLW, Jones GR, Beard R (2002) Pretender punishment induced by chemical signalling in a queenless ant. Nature, 419: 61–5

Mueller UG (1991) Haplodiploidy and the evolution of facultative sex ratios in a primitively eusocial bee. Science, 254: 442–444.

Nakata K, Tsuji K (1996) The effect of colony size on conflict over male production between gamergate and dominant workers in the ponerine ant Diacamma sp. Ethological Ecology Evolution, 8: 147-156

Narum SR (2006) Beyond Bonferroni: Less conservative analyses for conservation genetics. Conservation Genetics, 7: 786-787.

Nonacs P (2000) Measuring and using skew in the study of social behaviour and evolution. American Naturalist, 156: 577-589.

Nonacs P (2003) Measuring the reliability of skew indices: Is there one best index? Animal Behaviour, 65: 615-627

Nonacs P, Liebert AE & Starks PT (2006) Transactional skew and assured fitness return models fail to predict patterns of cooperation in wasps. American Naturalist, 167: 467-480. Paxton RJ, Ayasse M, Field J, Soro A (2002) Complex sociogenetic organization and

reproductive skew in a primitively eusocial sweat bee, Lasioglossum malachurum, as revealed by microsatellites. Molecular Ecology, 11: 2405–2416.

Paxton RJ, Zobel MU, Steiner J. and Zillikens A (2009) Microsatellite loci for Euglossa

annectans (Hymenoptera: Apidae) and their variability in other orchid bees. Molecular

Ecology Resources, 9: 1221–1223

Queller DC (1992) Quantitative genetics, inclusive fitness, and group selection. American Naturalist, 139: 540-558.

Queller DC, Zacchi F, Cervo R, Turillazzi S, Henshaw MT, Santorelli LA & Strassmann JE (2000) Unrelated helpers in a social insect. Nature, 405: 784-787.

Queller DC, Strassmann JE (1998) Kin selection and social insects. BioScience, 48: 165-175 Radespiel U, Juric M, Zimmermann Y (2008) Sociogenetic structures, dispersal and the risk

of inbreeding in a small nocturnal lemur, the golden-brown mouse lemur (Microcebus

ravelobensis). Behaviour, 146: 607-628.

Ratnieks FLW, Reeve HK (1992) Conflict in single-queen hymenopteran societies: the structure of conflict and processes that reduce conflict in advanced eusocial species. Journal Theory Biology, 158: 33-65.

Ratnieks FLW, Foster KR, Wenseleers T (2006) conflict resolution in insect societies Annual Review Entomology, 51: 581–608.

Reeve HK (1991) Polistes. In The social biology of wasps, ed. K. Ross & R. W. Matthews, New York: Cornell University Press, pp. 99-148.

Reeve HK & Shen (2013) Unity and disunity in the search for a unified reproductive skew theory. Animal Behaviour, 85: 1137-1144.

Reeve HK, Ratnieks FLW (1993). Queen-queen conflicts in polygynous societies: mutual tolerance and reproductive skew. In Queen number and sociality in insects, ed. L. Keller. Oxford: Oxford University Press, pp. 45-85.

Reeve HK, Starks PT, Peters JM & Nonacs P (2000). Genetic support for the evolutionary theory of reproductive transactions in social wasps. Proceedings of the Royal Society of London Series B, 267: 75-79.

Rüppell O, Heinze J, Holldobler B (2002) Intracolonial patterns of reproduction in the queen- size dimorphic ant Leptothorax rugatulus. Behavioral Ecology, 13: 239–247.

Seppä P, Queller DC, Strassmann JE (2002). Reproduction in foundress associations of the social wasp, Polistes carolina, conventions, competition, and skew. Behavioral Ecology, 13: 531-542.

Seppä P, Queller DC, Strassmann JE (2012) Why Wasp Foundresses Change Nests: Relatedness, Dominance, and Nest Quality Plos One, 7: 1-9.

Shen SF, Kern Reeve H, Vehrencamp SL (2011) Parental care, cost of reproduction and reproductive skew: a general costly young model. Journal of Theoretical Biology, 284: 24-31. Sherman PW, Lacey EA, Reeve HK, Keller L (1995) The eusociality continuum. Behaviour

Souza RO, Servini M, Del Lama MA, Paxton RJ (2007) Microsatellite loci for euglossine bees (Hymenoptera: Apidae). Molecular Ecology Notes, 7: 1352-1356

Souza RO, Del Lama MA, Cervini M, Mortari N, Eltz T, Zimmermann Y, Bach C, Brosi BJ, Suni S, Quezada-Euán, Javier JG, Paxton RJ (2010) Conservation genetics of neotropical pollinators revisited: microsatellite analysis suggests that diploid males are rare in orchid bees. Evolution (Lancaster, PA.), 64: 3318-3326

Soro A, Ayasse M, Zobel MU, Paxton RJ (2009) Complex sociogenetic organization and the origin of unrelated workers in a eusocial sweat bee, Lasioglossum malachurum. Insectes Sociaux, 56: 55-63.

Sumner S, Casiraghi M, Foster W & Field J (2002) High reproductive skew in tropical hover wasps. Proceedings of the Royal Society of London Series B, 269: 179-186.

Sumner S et al (2007) Radio-tagging technology reveals extreme nest drifting in a eusocial insect,” Current Biology, 17: 140-45.

Sundström L (1994) Sex ratio bias, relatedness asymmetry and queen mating frequency in ants. Nature, 367: 266-268

Trivers RL, Hare H (1976) Haplodiploidy and the evolution of the social insects. Science, 191: 249-263.

Vehrencamp SL (1983) A model for the evolution of despotic versus egalitarian species. Animal Behaviour, 31: 667-682.

Wong MYL, Buston PB, Munday PL & Jones GP (2007) The threat of punishment enforces peaceful cooperation and stabilizes queues in coral-reef fish. Proceedings of the Royal Society of London B, 274: 1093-1099.

Walsh PS, Metzger DA, Higuchi R (1991) Chelex® 100 as a medium for simple extraction of DNA for PCR-based typing from forensic material. Bio Techniques, 10: 506-513

Wang J (2002) An estimator for pairwise relatedness using molecular markers. Genetics, 160: 1203–1215.

Webster MS, Reichart L (2005) Use of microsatellites for parentage and kinship analyses in animals. Methods in Enzymology, 395: 222-238.

Yagi N, Eisuke Hasegawa, Norihiro (2012) A halictid bee with sympatric solitary and eusocial nests offers evidence for Hamilton's rule. Nature Communications doi:10.1038/ncomms1939.

Zanette LRS, Field J (2008) Genetic relatedness in early associations of Polistes dominulus: from related to unrelated helpers. Molecular Ecology, 17: 2590-2597.

Zimmermann Y, Roubik DW, Quezada-Euan JJG, Paxton RJ, Eltz T (2009) Single mating in orchid bees (Euglossa, Apinae): implications for mate choice and social evolution. Insectes Sociaux, 56(3): 241-249.

Anexo I.

Ninho 1/Família 1 (NF1) – Fundação. Análise da segregação mendeliana dos alelos de locos microssatélites da prole de Euglossa melanotricha,

mostrando a estrutura genética intranidal simples com uma mãe e um pai (monoginia-monoandria)