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4.4 Processo Produtivo Agrícola da Cultura da Mamona

4.4.2 Assistência técnica e Banco de Sementes

Em relação a assistência técnica, cerca de 53% dos agricultores famíliares relatam que recebem assistência técnica e 47% não tem acesso a assistência técnica.

Constatou-se na pesquisa de campo que 94% dos pequenos produtores recebem sementes do banco de sementes, ao passo que apenas 6% não recebem sementes. Contudo retiram as melhores sementes da própria produção para a plantação da safra seguinte.

De acordo com as informações obtidas durante a pesquisa de campo, pode-se constatar pela opinião desses produtores que as sementes de mamonas disponibilizadas são de boa qualidade.

A UTD e o banco de sementes, vem auxiliando o pequeno produtor em promover maiores condições para o plantio, com vistas em aprimorar o manejo da cultura e o aumento da produtividade.

O sistema organizacional dos agricultores familiares, vem se fortacelecendo mais com os incentivos à produção de oleaginosas e a possibilidade de se ter uma renda extra com a produção da cultura da mamona. Para isso, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel – PNPB vem aportando recursos físicos e materiais a fim de atingir as premissas e objetivos do programa, o que de fato proporciona a fixação do agricultor no campo e geração de uma renda extra para o produtor.

De acordo com Silva (2006), a melhor alternativa para o desenvolvimento da agricultura familiar, com vistas a promover uma melhor condição de vida ao pequeno produtor, é garantir sua renda e “recursos materiais” para o plantio. Que se faz por meio do estímulo à produção e a comercialização com a participação em grupo. Dessa forma, se estimula com eficiência as potencialidades do agricultor familiar, e consequentemente origina uma melhoria socioeconômica para o homem do campo.

Verifica-se ademais que os atores envolvidos em promover ações coletivas, com vistas a desenvolver e fortalecer o PNPB, atuam no sentido de organizar os agriculdores familiares, nas entidades representativas, nos conselhos de desenvolvimento rural, tais como, associações ligadas aos sindicatos, e mesmo cooperativas.

4.4.3 Modo de produção

O agricultor familiar da região tem suas preferências sobre quais variedades de “cultivar” será utilizada para o plantio, conforme Gráfico 07 apresentado a seguir. De fato, quanto ao cultivo na área agrícola da Unidade de Produção, foi verificado que 65% dos produtores de mamona, utilizam a “cultivar” da variedade Nordestina, por propiciar melhor produção em área de sequeiro, conforme retratado no referencial teórico e visto nas pesquisas agronômica da Embrapa Algodão.

Gráfico 7 - Variedade de cultivar mais utilizada para o plantio da mamoneira Fonte: a autora com base em pesquisa.

A produção de aleaginosa consorciada com culturas alimentares, abordada no referencial teórico pelo do MDA (2011), Moraes Filho (2011), Cartaxo (2004; 2007); Dessoy (2010), Meneses (2011) dentre outros. Constatou-se na pesquisa que, o consórcio da mamona com as culturas alimentares, de fato existe na região. Os agricultores preferem realizar o consorcio com o feijão, milho e jerimum. Conforme Gráfico 8 que apresenta-se a seguir.

Gráfico 8 - Cultura alimentares consorciada com a mamona Fonte: a autora com base em pesquisa.

Salientando que o consórcio com milho é vivamente desaconcelhado pela Embrapa, pela forte demenda em nutriente por parte do milho. Um consorciamento assim (mamona e milho), resulta numa baixa produtividade para a mamona.

Vale salientar ainda que 88% dos agricultores pesquisados utilizam na Unidade de Produção, área consorciada da mamona com culturas alimenticias, e 12% faz a plantação em área exclusiva para a cultura da mamona, ou seja, isoladamente.

Os agricultores entrevistados produziram no ano agrícola de 2011 um total de: 35.212 kg de mamona, 7.110 kg de feijão, 13.480 kg de milho, muitas vezes direcionados ao consumo interno, que se configura com seus custos e receita para a unidade de produção, e por fim 13.600 kg de jerimum, o que mostra o Gráfico 9 a seguir apresentado.

Gráfico 9 - Quantidade total produzida (kg) pelos 34 agricultores entrevistados Fonte: a autora com base em pesquisa.

Contatou-se na pesquisa que a produtividade da cultura da mamona na área foi de 1.067 kg/ha. Contudo, foi verificado que existe 01 agricultor com uma produtividade alta na região o que elevou a quantidade média da produção de mamona.

Assim, separando-se do conjunto dos agricultores familiares entrevistados, esse produtor de mamona obtém-se uma média mais baixa de 993 kg/ha.

Observa-se que a maioria dos Agricultores familiares trabalha a cultura da mamona em área de sequeiro. Em destaque, ressalta-se um agricultor com produtividade média de 1.100 kg/ha em área de sequeiro. Esse, provavelmente é um produtor que segue a risca as orientações passadas pela UTD, conforme relatado no referencial teórico.

Verificou-se na pesquisa de campo, que o sistema produtivo praticado pelo agricultor familiar e produtor da cultura da mamona na região ainda é rudimentar, desde a limpa e o

preparo do solo até a debulha dos cachos da mamoneira. Vale salientar que, 97% da área em estudo é para a produção de mamona em terras de sequeiro, e apenas 3% em área com acesso a irrigação.

Os equipamentos utilizados no sistema de produção da agricultura familiar, foco da pesquisa, consistem em: enxada, enxadeca, foice, machado, estrovenga, rosadeira. Além de dispor da aração com trator, fornecido pelo programa “terra pronta”, por meio do IPA ou fornecido pela Cooperativa. Mas esse programa é eivado de muitas falhas e omissões relatadas pelos agricultores, principalmnte quanto à disponibilização do trator a tempo, quando as chuvas estão acontecendo. Depois de passadas as chuvas que em geral se dão em janeiro e fevereiro, o plantio fica prejudicado. Quem plantar depois de fevereiro fica sabendo que sua colheita vai ser muito fraca.

Observa-se, que o agricultor muitas vezes necessita arar as terras com tração animal, pois não obtiveram o apoio necessário ao preparo do solo no inicio do plantio, assim ele tem que realizá-lo com os recursos disponíveis. Isso se dá, devido a falhas do Programa Terra Pronta ou da Usina, que não disponiblizam o trator para o momento correto do plantio, ou seja, no inicio do tempo chuvoso como frizado.

Constatou-se que o agricultor familiar, poderia vir a ter uma maior produtividade para a cultura da mamona. De fato, observou-se que o agricultor tem limitações em absorver as informações sob o manejo da cultura da mamona repasada pelo “dia de campo”.

Efetivamente a maior parte deles, não aplicam os ensinamento repassados. As maiores falhas no processo de produção são: não respeitar o tempo adequado para o plantio da cultura, não realizar a capina durante os dois primeiros meses, fundamental para não existir pragas na produção. Além de, não ter acesso a irrigação e não realizar adubação da plantação.

A propósito, se faz imperioso aprimorar o sistema de produção de oleaginosas cultivadas na região do Agreste pernambucano, bem como, dispor apoio técnico aos pequenos produtivos cooperados. Aqueles que dispõem de uma estrutura organizacional fundamentada no coletivo. Isso facilita o repasse e aplicação dos ensinamentos.