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Ata notarial de presença

No documento Direito Notarial e Registral (páginas 54-60)

A ata notarial de presença, de acordo com Deserti (2016) é o único tipo de ataque se enquadra na autorização legal do art. 7º, III da Lei nº8935/94. É através desse instrumento público que o tabelião de notas relata todos os fatos que observa exatamente como aconteceram, não devendo mencionar a sua opinião ou qualquer vontade das partes que estejam envolvidas.

A finalidade da ata notarial de presença é de autenticar os fatos, sendo seus requisitos já estudado no item anterior. Aponta ainda Deserti (2016) que as atas de presença podem ser utilizadas para narrar os mais diversos fatos. São algumas das subespécies desse tipo de ata notarial:

• Ata de constatação em diligência externa – esse tipo de ata consiste na ida pelo tabelião de notas a um local determinado em que foi pedido pela parte interessada, devendo constatar o fato apontado pelo solicitante.

Podemos citar como exemplo as seguintes situações em que pode acontecer esse tipo de lavratura de ata:

abandono de um imóvel, verificação de envelopes com propostas em licitação;

• Atas de inspeção – esse tipo de ata consiste em o tabelião de notas constatar o estado de um bem sendo ele móvel ou imóvel, podendo ser um apartamento, uma moto, como por exemplo, e assim, lavrará uma ata notarial que terá força de prova pré-constituída;

• Atas de verificação de mensagem publicitária – já esse tipo de ata geralmente é lavrado com o fim de verificar o conteúdo de uma mensagem publicitária que está contida em local público ou privado, como por exemplo mensagens contidas em cartazes e outdoors. Como essas mensagens geralmente possuem mensagens, o tabelião de notas poderá fazer registro por meio de fotografias, fazendo-as constar no corpo da ata notarial;

• Atas de presença e declaração – esse tipo de ata é o que se destina a narrar as declarações das pessoas que não constitua objeto de escritura pública. Sendo assim, quais são esses tipos de declarações?

Essas declarações podem ser referentes a confissões ou a fatos de terceiros. Ferreira (2010) aponta que nessa espécie de ata, o tabelião deverá narrar de forma fiel, em linguagem jurídica, a declaração do interessado sobre um fato ou acontecimento que presenciou ou soube por interposta pessoa, com o intuito de utilizá-la no âmbito administrativo ou judicial;

• Ata com gravação de diálogo telefônico – nesse tipo de ata o tabelião presencia uma ligação telefônica, de forma preferencial, essa ligação deverá ser realizada em viva voz, na sede do cartório ou em um lugar que foi previamente combinado com a parte que possui interesse, devendo posteriormente narrar o conteúdo do telefonema em ata notarial;

• Ata da internet – sabendo que a internet é formada por sites, a ata da internet constitui na hipótese de o notário verificar o conteúdo de uma página da internet a pedido

da parte interessada, devendo fazer isso de preferência no computador oficial do tabelionato de notas, devendo fazer um relato de tudo que verificar no momento em que acessar o site;

• Ata de verificação de mensagem eletrônica – por fim, a última subespécie que vamos tratar é da ata de verificação de mensagem eletrônica, onde o notário é procurado pela pessoa interessada para que seja constatado a existência de uma mensagem eletrônica, devendo fazer a constatação de forma narrada em ata notarial. O mais recomendável nesse caso, é de que a parte interessada comparece ao cartório e no computador oficial do tabelionato de notas, acesse o seu e-mail, para que assim o tabelião possa fazer a lavratura da ata notarial.

Assim, concluímos os nossos estudos sobre o tipo de ata notarial e suas subespécies admitidas no Brasil.

RESUMINDO:

Estudamos neste capítulo que a ata notarial constitui em um documento notarial que se destina à constatação de fatos ou a percepção de que dos mesmos tenha o notário sempre que por sua índole não possam ser qualificados de contratos, assim como seus juízos e qualificações.

Desta forma, esse é o instrumento público que tem como finalidade conferir fé pública aos fatos constatados pelo notário, por meio de qualquer de seus sentidos, tendo como destino à produção de prova pré-constituída. Vimos que esse instrumento deverá conter requisitos, sendo eles: Nome e qualificação do solicitante; Local, data, hora de sua lavratura e, se não coincidentes, a hora em que os fatos foram presenciados ou verificados pelo Tabelião de Notas; Narração circunstanciada dos fatos; Declaração de ter sido lida ao solicitante e, sendo o caso, às testemunhas;

Assinatura e sinal público do tabelião de notas. Em seguida vimos que a finalidade da ata notarial é de constatação

de fatos pelo notário com o fim de formar prova para fins administrativos e judiciais. Quanto a sua forma ela pode ser um documento protocolar ou extraprotocolar, sendo competência de cada Estado cuidar da questão da forma.

Em seguida estudamos sobre a estrutura da ata notarial, sendo seus requisitos essenciais: redação em língua nacional; requerimento ou solicitação da parte interessada;

análise da capacidade para solicitar a lavratura da ata notarial; data e local da lavratura da ata de forma bastante precisa; uso de técnica narrativa clara e objetiva; menção de ter sido lida para as partes; assinatura, pelo menos, do tabelião de notas ou preposto autorizado. Por fim, vimos que existem vários tipos de ata notarial, mas só estudamos o tipo permitido no Brasil, que é a ata notarial de presença, estudando inclusive as suas subespécies.

REFERÊNCIAS

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Ellen Thaynná Mara Delgado Brandão

No documento Direito Notarial e Registral (páginas 54-60)

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