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Atitudes dos alunos na resolução das tarefas propostas no Trilho Matemático

Capítulo V – Apresentação e análise dos dados

3. O grupo-caso ‘’Os três mosqueteiros’’

3.3. Atitudes dos alunos na resolução das tarefas propostas no Trilho Matemático

Este ponto contém a análise dos resultados das atitudes do grupo-caso ‘’Os três mosqueteiros’’ ao longo do trilho, sendo que o foco está nos domínios afetivo, comportamental e cognitivo.

resolução das tarefas Resolução incorreta Resolução8% parcialme nte correta 33% Resolução correta 59% Resolução correta Resolução parcialmente correta Resolução incorreta

3.3.1. Domínio afetivo

Neste ponto, a análise centra-se nos indicadores de autoconfiança, ansiedade e gosto que os alunos manifestaram na realização do trilho.

Segundo as respostas à questão ‘’Consideras-te um bom aluno a Matemática?’’, realizada no questionário I, a R considera-se má aluna porque tem ‘’dificuldades em decorar as coisas’’. Em contrapartida, a aluna L e o aluno GS consideram-se bons alunos já que: ‘’tiro boas notas e comporto-me bem, e esforço me para isso’’ e ‘’porque estou atento e sei a matéria’’. Na resolução do trilho, e com base nas observações efetuadas pela investigadora, os alunos L e GS mostraram confiança ao longo do percurso, sendo que ainda davam apoio à aluna R. Apesar de ter uma constante ajuda por parte dos colegas, a R mostrou-se com pouca autoconfiança, tal como se pode verificar em alguns comentários feitos por ela ao longo do trilho:

(T2) R: Eu não percebo o enunciado, já não me lembro de fazer a rotação.

(T5) R. Ai meu deus, eu lá sei para que serve fazer a mediatriz num banco.

(T6) R: De certeza que é o meu que está mal!

No que refere à ansiedade, em geral o grupo apresentou-se tranquilo, já que, apesar da aluna R ao longo de todo o trilho mostrar inseguranças, o aluno GS e a aluna L conseguiam tranquilizá-la através da apresentação de diferentes raciocínios e explicações. O grupo manifestou maior ansiedade na vontade de resolver rapidamente cada uma das tarefas, para conseguir avançar para a seguinte e resolver todas as tarefas propostas.

No que refere ao gosto, este grupo, gostou das tarefas mais complexas, porque afirmaram: ‘’nas tarefas que tivemos dificuldades, deu mais pica resolver, porque tínhamos de pensar mais e ao mesmo tempo trocar ideias entre nos’’. Com esta afirmação conclui- se que o grupo resolveu a maioria das tarefas com gosto.

3.3.2. Domínio comportamental

Neste tópico, a análise focou-se no domínio comportamental, mais concretamente na motivação intrínseca evidenciada pelo grupo ‘’Os três mosqueteiros’’. Todos os membros

Parte II – Trabalho de investigação

L: Gostava de ter aulas fora da sala de aula, porque mudar o ambiente onde se está pode ser bom.

GS: Gostava de realizar uma aula fora da sala para ver que se pode aprender matemática fora da sala de aula.

R: Gostava de ter aulas fora da sala de aula, porque trabalho melhor ao ar livre.

Por outro lado, também mostraram interesse por querer resolver o trilho, já que era uma atividade diferente da que estavam habituados. Ao longo de todo o trilho, o grupo apresentou atenção aos diferentes lugares onde se realizavam as tarefas. Pode-se afirmar este facto, já que na resolução das diferentes tarefas os alunos tentaram ir mais além do pedido.

Em geral resolveram todas as tarefas corretamente, à exceção da tarefa 2, por não terem percebido o enunciado. Destacaram-se como um grupo unido e ativo, que queria aprender mais ao longo de todo o percurso.

Em relação à motivação, é necessário salientar ainda que esteve sempre presente, e em nenhum momento mostraram cansaço em resolver as tarefas, nem sequer a aluna com dificuldades, situação que é de admirar já que, na sala de aula, estava constantemente a comentar que não entendia, não conseguia, era difícil. Estas situações constataram-se em comentários como: ‘’As tarefas fora da sala de aula foram mais fáceis! ‘’, situação que pode estar perfeitamente relacionada com o interesse e a motivação apresentada pelos alunos. Em conclusão, pode-se afirmar que como grupo trabalharam bem, já que conseguiram resolver todas as tarefas, apesar de terem uma tarefa incorreta e gralhas na explicação dos raciocínios.

3.3.3. Domínio cognitivo

Nesta parte, analisa-se a perceção dos alunos face à utilidade da matemática, na resolução das tarefas. No questionário II perguntou-se aos alunos sobre a utilidade da matemática no dia a dia. Todos responderam afirmativamente. Ao pedir que justificassem em que era útil, os alunos responderam:

L: Às vezes aparecem algumas situações onde se precisa de fazer contas. Por exemplo: calcular as contas da água, luz, etc. A matemática também é útil para comparar preços e pesos.

R: A matemática pode ser útil no nosso futuro e é importante para fazer contas. GS: Para saber se nos estão a enganar nos preços das coisas, etc.

Outro motivo que se deve destacar, nesta parte da utilidade, foi terem realizado o trilho fora do recinto escolar, já que desta forma os alunos perceberam que a matemática estava mais presente no dia a dia do que eles pensavam, como se pode corroborar com o comentário realizado pelos alunos da realização do trilho:

L: Não tinha noção que era possível estudar matemática fora da sala de aula. R: Até os vitrais da Igreja tem matemática!

GS: Nunca pensei que o traje folclórico tivesse isometria!

Apesar das adversidades surgidas ao longo do trilho os alunos foram capazes de resolver cada uma das tarefas propostas. Além disso, tentaram ir sempre mais além do pedido, estabelecendo relação entre a matemática e o dia a dia, tal como afirmaram: ‘’ ao longo de todo o trilho usamos os conceitos trabalhados na aula, no dia a dia. Achamos mais interessante trabalhar a matemática fora da aula, já que conseguimos descobrir a verdadeira utilidade dos conceitos matemáticos’’.

Em síntese, considera-se que o grupo teve um bom desempenho ao longo de todo o trilho. Apresentaram autoconfiança, motivação e gosto na resolução das tarefas e tiveram a capacidade de aplicar muitos dos conhecimentos trabalhados nas aulas.

Parte II – Trabalho de investigação