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6. Apresentação e Discussão dos Resultados Obtidos

6.1. Descrição e Análise do Plano de Ação

6.1.3. Atividade 3 – “Chibos Sabichões”

Neste dia, mais uma vez, levei uma história nova para a sala. No decorrer da semana anterior houve uma criança que me tinha perguntado se podia

pedir à “Saquinha das Surpresas” uma história para ver se a saquinha trazia. Eu respondi que sim e aproveitei para dizer ao restante grupo que fosse buscar a saquinha e que pedissem individualmente uma história que gostassem à saquinha para ver se ela trazia alguma que eles tinham pedido. As crianças adoraram a ideia e muito convictas de que a saquinha iria trazer a história que cada um pedia, fechavam os olhos e faziam o pedido para dentro da saquinha (Figura 22).

Figura 21: Exposição de toda a informação do segundo livro e do título do projeto.

Figura 22: Crianças a pedirem livros à saquinha.

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Segundo Silva et al. (2016), “planear não é prever um conjunto de propostas a cumprir exatamente, mas estar preparado para acolher as sugestões das crianças e integrar situações imprevistas que possam ser potenciadoras de aprendizagem” (p.15).

Assim neste dia eu trouxe uma das histórias que as crianças tinham pedido à “Saquinha das Surpresas”.

Começámos por cantar a música da “Saquinha das Surpresas” e a seguir as crianças começaram a retirar de dentro da saquinha as

personagens da história feitas em feltro, e de seguida retiraram a história (Figura 23). As crianças ficaram muito alegres quando perceberam que era uma das histórias que tinham pedido à saquinha e que também tinham os animais da história.

Falei então do título do livro “Chibos Sabichões”, do autor Olalla González, do ilustrador Federico Fernandez, da editora e relembrámos as partes constituintes do livro. Expliquei também às crianças o que era um flanelógrafo, para que servia e que as personagens da história feitas em feltro eram para contar a história no flanelógrafo.

Li a obra “Chibos Sabichões”, dramatizando-a com o auxílio do flanelógrafo e das personagens da história feitas em feltro (Figura 24).

A moral da história é baseada na ajuda e na cooperação e transmite às crianças que a inteligência e o engenho conseguem mais do que a força física.

Após a leitura da história questionei o grupo

sobre as personagens da história e sobre o conteúdo da mesma para que comentassem e recontassem algumas partes da história e de modo a perceber se o grupo compreendeu a mesma. Houve inclusive uma criança que disse que “é importante ajudar os amigos quando precisam de ajuda porque sozinhos não conseguimos fazer nada, e quando ajudamos os amigos eles também nos ajudam”. De seguida li a terceira carta do projeto com pistas (Apêndice K), e com duas peças do puzzle, como tinha pedido uma criança na semana passada. Após ter lido a carta, uma criança apercebeusse que a carta fazia referência para tentarem adivinhar em que animal a bruxa transformou o monstro da primeira história e disse

Figura 23: Criança a tirar o livro da saquinha.

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que “Afinal a bruxa transformou o monstro num animal, agora só temos que construir o puzzle para descobrirmos qual é, mas como as peças são verdes se calhar é um animal da cor verde”. Aqui o grupo começou todo a dizer nomes de animais verdes e pediu que eu fosse escrevendo numa folha dragão, lagarto, lagartixa, sapo e gafanhoto, para não se esquecerem e para que no final, quando adivinhassem o animal, verem quem tinha acertado no nome do animal.

Para terminar preenchesse o diário de leituras, eu registei os comentários do grupo sobre a história e as crianças pintaram as estrelas de avaliação da história. Por fim expusemos na nossa parede do projeto a capa do livro que abordámos, a sinopse da história, a ficha do diário de leitura, a terceira carta do enigma e as duas peças do puzzle (Figura 25).

No final do dia uma criança disse que já estávamos quase a chegar ao Natal e perguntou se podiam pedir livros

e prendas à saquinha. Eu dei a saquinha ao grupo para eles fazerem os pedidos e percebi que o grupo pedia vários livros de Natal, livros sobre o Pai Natal, pediram prendas, pediram para a saquinha trazer três peças do puzzle e duas crianças pediram para terem uma “Saquinha das Surpresas” só para elas, como prenda.

No decorrer destes dias foi importante para mim perceber que as crianças estavam cada vez mais envolvidas neste projeto e que escutavam as histórias com prazer e satisfação. Neste dia as crianças estavam tão envolvidas na história que eu contava, que quando terminei de a contar, espontaneamente todas as crianças começaram a bater palmas.

Foram estas reações que me deixavam muito feliz. Também foi bom perceber que a empatia que o grupo sentia por mim era cada vez maior, assim como as situações de comunicação oral foram bastante prazerosas, todas as crianças queriam sempre falar ou contar algo e os comentários que faziam eram cada vez mais enriquecedores. De acordo com Silva et al. (2016),

Um maior domínio da linguagem oral é um objetivo fundamental da educação pré-escolar, cabendo ao/à educador/a criar as condições para que as crianças aprendam. Entre estas, salienta-se a necessidade de criar um clima de comunicação em que a linguagem do/a educador/a, ou seja, a maneira como fala e se exprime, constitua um modelo para a interação

Figura 25: Exposição de toda a informação do terceiro livro do projeto, da terceira carta e das peças do puzzle.

73 e a aprendizagem das crianças. As reformulações e questionamento por parte do/a educador/a podem dar um importante contributo para a expansão do vocabulário e o domínio de frases mais complexas. A capacidade de o/a educador/a escutar cada criança, de valorizar a sua contribuição para o grupo, de comunicar com cada uma e com o grupo, de modo a dar espaço a que cada uma fale, e a fomentar o diálogo, facilita a expressão das crianças e o seu desejo de comunicar(p.61).

A planificação desta atividade encontra-se no Apêndice C.

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