• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO I – Prática Profissional Docente

5. Prática supervisionada da atividade não letiva

5.2. Projetos identificados e desenvolvidos no contexto de estágio

5.2.10. Atividade “Constrói o teu e-book”

Todos os anos na escola onde decorreu a prática de ensino supervisionada, comemora-se o dia do agrupamento. Este ano não foi exceção tendo este sucedido no dia 22 de maio de 2013.

Para o efeito, foram dinamizadas diversas atividades pela comunidade educativa inclusivé pelo grupo 550 do qual fizemos parte. De entre as diversas atividades realizadas, o nosso núcleo de estágio foi responsável por divulgar através da realização e afixação do cartaz (anexo IX, menu “Atividades”, no Dossier digital) e realizar a atividade intitulada “Cria o teu próprio E-book”.

Esta atividade decorreu na Biblioteca Escolar no período compreendido entre as 10 e as 13h e teve como objetivo promover a utilização de recursos tecnológicos inovadores, e dotar os alunos de novas competências em TIC.

No seguimento deste contexto, esta atividade pautou-se por dois momentos. O primeiro consistiu em os alunos interagirem como dois e-books por nós realizados. A lógica dos e-books apresentados seguiu a de um livro didático tradicional, sendo que por cada bloco de conteúdos teóricos, apresentava-se ao aluno um exercício de consolidação de conhecimentos. Nos conteúdos teóricos, o aluno tinha a hipótese de interagir com textos e imagens que iam surgindo em cada ecrã, podendo clicar nas mesmas, resultando uma ação específica. Nos exercícios de consolidação, foram apresentados exercícios de relacionamento de conceitos e frases, de preenchimento de espaços e de escolha múltipla. Pretendíamos assim proporcionar aos alunos uma aprendizagem diferente da tradicional, permitindo uma maior interatividade e uma autoconstrução dos conhecimentos, abordando os conteúdos de forma mais agradável e menos concentrada texto, sendo mais apelativa e motivadora.

O segundo momento consistiu no desenvolvimento de uma aplicação interativa (e-book) pelos próprios alunos, utilizando para tal a ferramenta Moglue. Com este momento tivemos como intento, dotar os alunos de capacidades, competências para a criação e manuseio de uma ferramenta inovadora para a criação de livros interativos.

O Moglue é um software gratuito para criação de e-books interativos para iPad e iPhone, disponível para PC e MAC, possibilitando de forma rápida e intuitiva criar livros interativos e gerar facilmente uma apps, sem necessidade de conhecimentos de programação.

80

Para a concretização desta atividade disponibilizámos os nossos recursos, nomeadamente portátil para a criação do e-book e Ipad para a visualização do mesmo. Constatámos que apesar dos alunos terem revelado não estarem familiarizados com este software, mostraram-se muito curiosos e recetivos à sua utilização, na medida em que, conseguiram criar pequenas histórias interativas bem como visualizar e interagir com o produto final através do ipad (Figuras 9 e 10). Foi notória a motivação e interesse demonstrado pelos alunos aquando da leitura do livro por eles produzido de forma interativa, em que esta interação concretizava-se a partir do toque no ecrã tátil do iPad, sobre as imagens e texto nos quais previamente inseriram ações e respetivos movimentos.

Fig. 6: Atividade constrói o teu próprio e-book

Com esta iniciativa introduzimos um novo conceito de leitura de livros. Sabemos à partida que com esta atividade não modificámos de imediato as práticas do uso das tecnologias ao serviço da educação, contudo estamos convictos que abrimos caminho para que estas venham de forma gradual a serem cada vez mais utilizadas, com o fim último que os alunos “aprendam a brincar”, revelando-se essas aprendizagens significativas.

Em suma, o conjunto de todas as atividades por nós propiciadas e vivenciadas tanto por discentes como docentes que compunham a comunidade educativa onde decorreu a prática de ensino supervisionada, tiveram um duplo impacto/importância, na medida em que por um lado:

 Constituíram estratégias pedagógico-didáticas, que desempenharam um papel formativo no que diz respeito ao desenvolvimento da responsabilidade dos alunos que nelas participaram;

 Foram uma fonte de motivação extra para os nossos alunos, perante a aprendizagem, pelo facto destas se realizarem fora do ambiente da sala de aula,

81

 Consistiram numa fonte de aprendizagem muito enriquecedora pois permitiram aos nossos alunos, de uma forma lúdica, o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos em sala de aula funcionando como complemento e extensão da mesma;

 Contribuíram para o despertar da curiosidade, aumento do interesse e motivação dos alunos para com as Tecnologias.

Por outro, estas experiências tiveram impacto no nosso crescimento quer profissional quer pessoal, na medida em que:

 Desempenharam um papel formativo, pois possibilitaram-nos o desenvolvimento de responsabilidade, quer através, da seleção criteriosa, de todas temáticas, de recursos e estratégias, quer ao nível, da organização, conceção e implementação das atividades propriamente ditas;

 Contribuíram largamente, para aprofundar o relacionamento afetivo entre nós e os alunos, aspeto muito importante na medida em que esta aproximação funciona como veículo facilitador de aprendizagem em contexto de sala de aula;

 Permitiram-nos conhecer melhor os alunos, os seus gostos e aptidões, sendo que procurámos aplicar esse conhecimento sempre que possível no desenvolvimento de estratégias e métodos que fossem de encontro aos seus interesses, por forma a termos alunos mais interessados, empenhados e consequentemente efetivação da aprendizagem;

 Permitiu-nos um maior envolvimento e integração na comunidade educativa, facilitando assim o relacionamento e uma visão ampla acerca do ensino e da escola como um todo;

 Permitiu-nos o aperfeiçoamento de aptidões em termos de trabalho colaborativo, possibilitada através da planificação e implementação das respetivas atividades. Estas constaram, em momentos propícios, à identificação das temáticas, partilha ideias, opiniões e informações, definição de estratégias de ensino-aprendizagem assim como tomada das mais diversas decisões de forma colaborativa.

Para além de vivenciarmos e sermos um elemento participativo e decisivo neste tipo de atividades estas deram-nos a possibilidade de nos ouvirmos uns aos outros e enriquecermos o produto final a partir do trabalho conjunto.

82

Compete a cada um de nós na qualidade de educadores que somos, introduzirmos nas escolas estes e outros recursos tecnológicos quer em contexto de sala de aula quer no desenvolvimento de atividades extracurriculares, pois estando nós a ensinar a nativos digitais, estes aderem de imediato às atividades proporcionadas com recurso às tecnologias, mostrando-se assim mais motivados para aprender.