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1- Lecionação

3.3 Atividade Externa

No início do ano letivo, aquando da escolha dos núcleos do DE, estava indeciso entre o grupo de futsal e o grupo de badminton. No entanto, pelo facto do futebol/futsal ser a minha área de especialização e me sentir confortável com os temas abordados, decidi optar por outra área, que me obrigasse a sair da minha zona de conforto – o badminton. Durante a licenciatura, o tempo destinado à matéria de badminton foi manifestamente curto, tendo sido lecionadas, na mesma cadeira, as matérias de badminton, ténis de mesa e ténis. Tal como se espera de um professor de EF, para poder contribuir e ajudar os alunos deste grupo-equipa, realizei uma pesquisa e estudo

mais intensivo sobre a modalidade. A base utilizada para o meu estudo foi o site da Federação Portuguesa de Badminton, mais especificamente os documentos e vídeos que se encontram na secção técnica.

Nesses documentos, tive a oportunidade de estudar e rever alguns conteúdos que tinham sido lecionados na cadeira de Desportos de Raquetes da Licenciatura. Numa fase inicial, tive a preocupação de recordar a posição base e os tipos de pegas. Segundo Cação (S/D) a posição base, deverá ser uma posição de partida para todos os batimentos que o aluno pretenda realizar, sendo imprescindível recuperar a mesma, após executar algum batimento.

Uma pega adequada da raquete é um dos primeiros e principais requisitos que o aluno tem que dominar para conseguir bater o volante e ter sucesso nas suas ações. Por estes motivos, o domínio da mesma é uma das primeiras etapas na aprendizagem do badminton. Segundo (Federação Portuguesa de Badminton) existem vários tipos de pegas, nomeadamente pega universal, de polegar, encurtada, pinça, martelo. Cada uma destas pegas é utilizada em função do batimento que o jogador quer realizar, no entanto apenas os jogadores mais evoluídos apresentam capacidade para trocar de pegas rapidamente e manterem o sucesso pretendido. No contexto do DE pretendeu-se que os alunos dominassem essencialmente a pega universal, principalmente os alunos de nível mais baixo, uma vez que é a pega mais fácil de executar e a que oferece maior probabilidade de acertar no volante.

A movimentação em campo é também fundamental para os alunos obterem o sucesso pretendido. Um dos problemas nas fases iniciais de aprendizagem é a falta de movimentação em campo por parte dos alunos, o que, em conjunto com as dificuldades na pega e na posição base, faz com que dificilmente os alunos consigam contactar com o volante. Segundo Cação (S/D) a movimentação pode ser definida como a forma mais económica e rápida de o aluno se deslocar dentro do campo.

Ao pesquisar sobre está matéria, logo na fase inicial, apercebi-me que o badminton é um dos desportos mais completos. Segundo Gonçalves et, al (2012), o badminton permite ao atleta desenvolver as suas capacidades físicas, cognitivas, afetivas e sociais.

O badminton não é uma modalidade muito popular em Portugal, como comprovam os dados do IPDJ. Segundo a última atualização, de 20 de dezembro de 2018, existem apenas 1975 atletas federados na modalidade. Estes números são manifestamente reduzidos em comparação com outras modalidades, como o andebol, voleibol ou ténis. Foi na Índia, em 1870, que este desporto, pela primeira vez, se

designou de badminton, tornando-se num jogo competitivo com regras. Este desporto chegou à Europa no início de 1880, primeiramente no Reino Unindo. Em 1883, criou-se a primeira Associação Internacional de Badminton em Inglaterra, tendo posteriormente a modalidade expandido para outros países. Assim, foi em 1934 que se criou a Federação Internacional de Badminton. Em Portugal, o primeiro registo da prática da modalidade é dos anos de 1895 (Cação, S/D).

Tendo em conta, a pouca expressão na matéria, revelou-se também uma tarefa difícil a procura de referências bibliográficas da modalidade que estivessem relacionadas com a mesma, enquanto matéria da disciplina de EF. Este fator no meu ver, relaciona-se também com o facto de estudos recentes indicarem que os professores possuem baixos níveis de instrução na matéria de badminton (Kim, 2017). Ou seja, o facto de existir pouca bibliografia sobre a matéria direcionada para as aulas de EF faz com que se registem debilidades no ensino da mesma.

O núcleo de badminton era destinado aos escalões Iniciados e Juvenis de ambos os géneros. Apenas os atletas deste escalão podiam participar nas competições, no entanto, os alunos de outros escalões podiam frequentar os treinos deste grupo- equipa. O grupo-equipa era constituído por 12 atletas, sendo 7 do escalão juvenil e 5 do escalão iniciados. Tal como referido anteriormente, o grupo-equipa era aberto aos alunos da EGC e da ESP, que fazem parte do Agrupamento de Escolas de Moscavide e Portela (AEMP).

O professor responsável pelo núcleo mostrou-se, desde o início, interessado na minha colaboração. O professor pertencia ao AEPM há cerca de 10 anos e era responsável por este núcleo há 4 anos, tendo vasta experiência e mostrando, ao longo do ano letivo, ser uma pessoa muito sociável, bem-disposta e disponível para ajudar os alunos. No artigo 20.º do Regulamento do Desporto Escolar 2018-2019 é possível perceber quais são as competências do professor responsável pelo grupo-equipa. Entre as oito funções descritivas no artigo 20.º, destaco a seguinte: “Elaborar o plano técnico anual do seu Grupo-Equipa com a definição de objetivos e metas”, ou seja, independentemente das capacidades e nível técnico dos alunos o professor deve sempre elaborar um plano anual para cada aluno ou grupo de alunos, definindo objetivos desafiadores, mas realistas que mantenham os alunos motivados para participarem nos treinos e jogos do grupo-equipa.

Havia algumas limitações para a prática do DE de badminton. Em termos de recursos temporais o grupo-equipa funcionava todas as quartas-feiras das 13:45 às 15:45, ou seja, em dois blocos de 50 minutos, com um intervalo de 10 minutos entre

blocos. Na minha opinião, este horário não beneficiou a presença/angariação de atletas para este grupo equipa. Às 13:30, a maioria dos alunos saía para almoçar, o que inibia muitos alunos de participar neste grupo-equipa. Segundo o Decreto-Lei n.º 95/91, de 26 de fevereiro, que aprovou o quadro geral da EF e do Desporto Escolar, “na medida do possível, os órgãos de gestão e administração dos estabelecimentos de ensino devem, na preparação dos respetivos horários, prever uma manhã ou uma tarde semanal reservada à prática desportiva, (…) sem prejudicar (…) os horários de Educação Física”. Verificou-se que esta medida não era realizada na nossa escola e uma das possíveis razões pode ter sido o facto de, neste ano letivo, terem passado a existir blocos de 50 minutos, o que provocou uma maior cobertura horária do pavilhão gimnodesportivo.

Por outro lado, outro fator negativo foi o facto de os dois blocos serem juntos. Verificou-se que apenas um aluno participou nos dois blocos, tendo os restantes atletas apenas participado num treino semanal. No próximo ano letivo, é fundamental que haja uma alteração dos horários, de modo a permitir que os treinos sejam em dias distintos. Só desta forma será possível respeitar o princípio da continuidade do treino, que nos diz que, para um pleno desenvolvimento da prática do exercício físico, será necessário que as cargas de treino sejam aplicadas de forma sistemática e continuamente ao longo do tempo para que exista uma elevação das capacidades atuais (Proença, 1992).

Para além disto, outro fator negativo foi o facto do primeiro tempo de treino coincidir com a hora de almoço dos alunos. Este horário não era benéfico para a prática do exercício físico, não assegurando uma boa digestão do almoço por parte dos alunos, antes de ser aplicada a carga de treino.

Também os recursos espaciais e materiais se demonstraram insuficientes atendendo ao número de alunos inscritos no grupo-equipa. Os treinos eram realizados na ESP e o espaço destinado para o grupo-equipa de badminton era 1/3 do pavilhão desportivo. Em termos de recursos materiais, existiam três redes e seis postes (o que permitiu montar pelo menos 3 campos com medidas oficiais), 30 raquetes e 15 volantes. O facto de não existirem marcações de campos de badminton em todo o pavilhão foi um aspeto negativo, pois obrigava à colocação de pinos em todos os campos e em todas as aulas. Procurei saber o porquê da não marcação dos campos no chão e fui informado que o facto de o pavilhão ser utilizado em jogos da 2.ª divisão de futsal por outra entidade, não permitia a colocação de linhas no chão. Depois de obter esta informação, tentei arranjar linhas amovíveis em todas as aulas e apresentei dois orçamentos à coordenadora de instalações. Contudo, o elevado custo destas linhas não

possibilitou a sua aquisição, tendo-me sido dito que numa oportunidade futura de aquisição de material estas linhas seriam prioritárias.

A área de intervenção ao nível do DE começou apenas no dia 10 de outubro de 2018, ou seja, 4 semanas após o início do ano letivo. Seria desejável que o DE tivesse início na primeira semana de aulas, de modo a que os alunos, nas duas primeiras semanas, pudessem experimentar vários grupos-equipas e, posteriormente, decidir em qual se queriam fixar. Para além disso, também a divulgação dos grupos-equipas disponíveis no agrupamento devia ser melhorada, principalmente tendo como alvo os alunos que se encontram a frequentar pela primeira vez uma das escolas do agrupamento. Para que a divulgação seja feita de forma mais eficaz, proponho que os diretores de turma do 5.º ano da Escola Gaspar Correia e do 7.º ano da ESP tenham uma folha sobre as ofertas disponíveis no agrupamento, de modo a que possam informar os alunos na aula de apresentação, antes do ano letivo começar. Nas reuniões de EE no início do ano e na aula destinada à direção de turma, o DT devia fornecer essas informações aos alunos, bem como os professores de EF deviam reforçar essa informação nas suas aulas. Assim, apresento um quadro (Apêndice 13) com a oferta do DE, como proposta de implementação no ano letivo seguinte, que foi entregue à coordenação do DE.

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