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Realidade do Desporto Escolar na ESP

1- Lecionação

3.1 Realidade do Desporto Escolar na ESP

Segundo o Despacho n.º 7814/2018, publicado no Diário da República a 14 de agosto de 2018, o Desporto Escolar (DE) incentiva a prática desportiva e a competição. No entanto, verificamos que a competição é realizada de uma forma esporádica, com poucos momentos competitivos ao longo do ano letivo.

Primeiro que tudo é importante perceber o que é e para que serve o DE. Segundo o programa do DE (2017):

“Entende-se por Desporto Escolar o conjunto das práticas lúdico- desportivas e de formação com objeto desportivo, desenvolvidas como complemento curricular e ocupação dos tempos livres, num regime de liberdade de participação e de escolha, integradas no plano de atividade da escola e coordenadas no âmbito do sistema educativo.” (p.2)

O DE apresenta-se como uma oportunidade para que todos os alunos possam aceder aos valores educativos do Desporto. É preciso relembrar que os jovens de hoje serão os adultos de amanhã e serão eles a tomar as decisões do nosso país, por isso, é importante fomentar os valores positivos e educativos que o Desporto oferece. Não podemos ficar indiferentes às novas tecnologias e, principalmente, à televisão e aos valores que são passados por seu intermédio. Na minha opinião, verifica-se uma falta de cultura do Desporto na nossa sociedade. Segundo Bento (1989, p. 50) “[…] o

«desporto escolar» é, em primeiro lugar, um problema da realização da obrigação da escola em garantir uma sólida formação desportivo-corporal; em segundo lugar apresenta-se como uma função – chave do desenvolvimento global do desporto”. Sendo através do desenvolvimento global do desporto que se promovem os seus valores entre os alunos.

No agrupamento de Escolas da Portela e Moscavide existiam 9 grupos-equipas disponíveis para os alunos participarem. Grupo-equipa de Voleibol, Basquetebol, Atividades Rítmicas Expressivas, Ginástica, Multiactividades de ar livre, Badminton, Futsal, Natação, Surf e Atividades Náuticas no centro de formação desportiva (canoagem e vela). Os grupos-equipa funcionavam em duas escolas – na ECG e na ESP. No entanto, apesar do leque variado de opções, segundo artigo 13.º do Regulamento do Programa do Desporto Escolar (2018-2019), cada aluno apenas podia estar inscrito em dois grupos-equipas. Apesar da participação dos alunos ser voluntária, o grau de assiduidade nos diferentes núcleos foi significativo, não obstante o surgimento de problemas relacionados com a continuidade em cada grupo-equipa no ano seguinte.

Um dos problemas que se verificaram no DE do AEPM foi o facto de os alunos não poderem estar inscritos em determinados grupo-equipas por os mesmos não serem do seu escalão. Apesar de ser normal não existir continuidade em todas as modalidades/grupos, pois os escassos recursos espaciais impossibilitaram a conciliação de vários escalões em cada modalidade, não se compreende o porquê dessa continuidade não ter sido assegurada no grupo-equipa de voleibol de juniores masculinos. No presente ano letivo havia 10 alunos do escalão de juniores masculinos na modalidade de voleibol, que apenas podiam participar nos treinos, não tendo direito a intervir em qualquer evento competitivo. Se nada for feito, no próximo ano letivo serão 15 alunos, que este ano integram o grupo-equipa na modalidade de voleibol juvenis masculinos, a ficar na mesma situação. Este fenómeno contrariou a letra do artigo 9º do Regulamento do Programa do Desporto Escolar (2018-2019):

“Cada CDE deve orientar o seu trabalho no sentido de se especializar num conjunto reduzido de modalidades, objeto de planificação plurianual, de forma a garantir a continuidade da formação e da progressão desportiva, respeitando o ciclo académico dos alunos, independentemente da mobilidade docente.” (p.5)

Na minha opinião, deve-se tentar garantir a continuidade de progressão destes alunos no grupo-equipa, com a abertura do escalão de juniores ou, então, marcar um conjunto de encontros particulares ao longo do ano letivo, em que estes alunos possam participar, estando integrados nos treinos do escalão de juvenis.

Outro dos problemas identificados foi a rotação dos professores nos grupo- equipas, tendo em conta a mobilidade docente. Por norma, os professores que tiveram um grupo-equipa num ano letivo, se continuaram na escola no ano seguinte, ficaram encarregues de acompanhar o mesmo grupo de alunos. Tal método garantiu a lógica da continuidade, mas, por outro lado, fez com que os professores contratados tivessem de se sujeitar a ficar com um grupo-equipa em que não eram especialistas, o que dificultou ainda mais o seu processo de adaptação. Apesar desta ser uma realidade difícil de alterar, demonstrou-se necessário criar uma visão a médio e longo prazo para cada grupo-equipa. Na minha opinião, o DEF devia definir estratégias de divulgação e captação de alunos iguais para todos os grupos e núcleos, bem como de objetivos para cada um. Outra forma possível de mudança seria realizar uma “passagem de testemunho” aos professores que ficam pela primeira vez com um grupo-equipa através da criação de um dossier com informações sobre o que correu bem ou mal no ano anterior. Este dossier seria uma forma de facilitar a transição de professores e combater a mobilidade dos docentes que é uma realidade nas escolas.

Atente-se, ainda, que o grupo-equipa de badminton, em relação ao seu desenvolvimento, se situava no nível II.

Havia uma participação regular dos alunos quer em treinos quer em competições, com o intuito de melhorar o seu desempenho desportivo. As competições eram realizadas a nível local, regional, nacional e internacional.

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