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CAPÍTULO III – O FIM – Análise Interpretativa dos Dados

4. Atividade 4 – O que é preciso?

“O que é preciso?” é uma obra de literatura infanto-juvenil da autoria de Gianni Rodari, apresentando um enredo que permite múltiplas explorações, com destaque para a área de Estudo do Meio – as funcionalidades das plantas.

Sendo assim, a narrativa inicia com uma questão “O que é preciso para fazer uma mesa?”. Em sequência, surgem as respostas: em primeiro lugar é preciso madeira; para fazer a madeira é preciso uma árvore, para fazer uma árvore é preciso uma semente; para fazer a semente é preciso o fruto; e, por último, para fazer o fruto é preciso uma flor. A obra é igualmente rica nas suas ilustrações, através de recortes de imagens reais, e da junção de várias texturas, apelando aos sentidos, à imaginação e à criatividade.

A partir deste enredo, pretendi sobretudo ‘desconstruir’ a sua mensagem na companhia das crianças, constatando o percurso realizado desde o produto final (mesa) até à sua matéria-prima (a flor), convidando a sua participação no processo de descoberta. À semelhança da mesa, as flores conseguem fazer muito mais… Mas o quê? A partir deste livro e dos exemplos dados pelas crianças, depressa se percebeu as múltiplas funcionalidades das plantas: papel, madeira, vestuário, alimentação… Até para decorar as casas e manifestar sentimentos!

4.1. Motivação

Estava-se a aproximar o dia de S. Valentim. No Colégio, este dia é celebrado como o dia em que se manifesta amor, amizade, carinho e apreço entre todos os intervenientes da comunidade educativa (pais, educadores, professores, crianças…) e não só como o tão conhecido “Dia dos Namorados”.

Relativamente ao Estudo do Meio, já tínhamos feito algumas experiências relativas ao Bloco 3 – À Descoberta do ambiente natural, no que diz respeito às plantas: tínhamos tapado uma planta com um saco de plástico, constatando que a mesma respira e transpira (anexo II – 6.6); tínhamos colocado feijões em micas, à janela, sobre pedaços de algodão humedecidos, constatando que os mesmos se reproduzem e acabando por fazer

48 uma ‘corrida de feijões’. Nesta, cada criança tinha de cuidar do seu feijão, que se fazia

acompanhar de uma régua de cartolina plastificada; semanalmente, procedia-se à medição dos feijões e o feijão que chegasse em primeiro lugar ao final da régua seria detentor de 1º lugar (anexo II – 6.5).

Através destas experiências, as crianças rapidamente se aperceberam de que as plantas são seres vivos, o que à partida, é mais difícil de assimilar, dado o seu carácter estático, comparativamente aos animais que conhecem. Se é certo que as plantas respiram, transpiram e se reproduzem, tal como os animais e os humanos, também é certo que se alimentam. Foi assim que sobreveio a ideia de fazer uma nova experiência para constatar este facto, relacionando-a com a data que se aproximava.

Sendo assim, levei para a Instituição dezassete rosas brancas, com o intuito de as crianças as oferecerem aos seus pais/familiares cuidadores no dia de S. Valentim. Estas rosas inicialmente brancas, seriam transformadas através de corante alimentar colocado na água onde se colocariam os pés das plantas, numa cor escolhida por cada criança.

Através da leitura do livro, o qual aborda aspetos fundamentais que se inserem no currículo, pretendi também que as crianças dessem ‘asas’ à sua imaginação, formulando a questão inicial do livro, desta vez ao contrário: “É preciso uma flor para…?” Através das respostas de cada uma, foram elaborados cartões que, posteriormente, foram colocados junto das rosas oferecidas aos encarregados de educação.

4.2. Integração no currículo

A presente atividade teve um foco particular na área de Estudo do Meio, partindo do Bloco 3 – À Descoberta do ambiente natural, com referência aos seguintes tópicos:

Os seres vivos do ambiente próximo:

- Comparar e classificar plantas segundo alguns critérios; - Realizar experiências.

Assim sendo, o objetivo específico desta atividade foi:

- Reconhecer a utilidade das plantas (alimentação, mobiliário, fibras vegetais…). Não esquecendo o carácter interdisciplinar desta atividade, a mesma pretendeu ir ao encontro das seguintes capacidades transversais:

- Convocar o prazer pela leitura;

- Desenvolver a imaginação, a criatividade e o sentido estético;

- Desenvolver o sentido de autonomia, sendo capaz de fazer escolhas.

4.3. Metas curriculares

Estudo do Meio

Domínio: Conhecimento do Meio Natural e Social Subdomínio: Viver Melhor na Terra

ü Meta Final 22) O aluno caracteriza modificações que ocorrem nos seres vivos e relaciona-as com manifestações de vida.

O aluno identifica manifestações de vida (de animais e plantas, especialmente do seu meio) em diferentes fases do seu desenvolvimento e cuidados a ter ao longo da vida.

O aluno distingue a multiplicidade de formas, características e transformações que ocorrem nos seres vivos ou parte deles.

O aluno identifica a influência de alguns fatores ambientais (água e luz) na germinação das sementes e reconhece a variação do tempo de germinação de sementes de espécies distintas, mesmo quando sujeitas a condições ambientais semelhantes.

Português

Domínio: Educação Literária

ü Meta 21) Ler e ouvir ler textos literários.

Ler e ouvir ler obras de literatura para a infância e textos da tradição popular.

ü Meta 22) Compreender o essencial dos textos escutados e lidos. Domínio: Leitura e Escrita

ü Meta 19) Escrever textos diversos. Matemática

Domínio: Números e Operações Subdomínio: Multiplicação ü Meta 7) Resolver problemas

Resolver problemas de até três passos envolvendo situações multiplicativas nos sentidos aditivo e combinatório.

50 Expressões

Domínio: Expressão Plástica - Apropriação da Linguagem Elementar das Artes Subdomínio: Comunicação Visual e Elementos da Forma

ü Meta Final 27) O aluno descreve a cor em situações do mundo que nos rodeia (natureza, obras de arte, arquitectura, design, objetos do quotidiano, entre outros objetos culturais) e explicita a sua importância na aparência visual dos objetos.

O aluno identifica as cores primárias, através do círculo cromático, de jogos e de experiências com a mistura de cores, e reconhece que a partir destas se podem formar outras cores (secundárias).

4.4. Data da atividade

- 13 de fevereiro de 2014 Tarde: das 13H30 às 16H30

4.5. Materiais utilizados

- Obra de literatura infanto-juvenil “O que é preciso?” de Gianni Rodari; - Rosas brancas (17);

- Corante alimentar (amarelo, vermelho, azul); - Água;

- Copos de vidro;

- Feltro e cartolina (elaboração de cartões de oferta).

4.6. Procedimentos

1 - Apresentar o livro à turma – leitura em voz alta;

1.1 - Questionar os aspetos fundamentais da capa (autor, ilustração, título, editora…) e quais as suas previsões textuais com base nesses dados;

2 - Mostrar ramo de rosas e corante alimentar, questionando o processo da transformação a ocorrer – alimentação da planta;

3 - Resolver problema multiplicativo com sentido combinatório: quantas cores se poderão fazer a partir de três cores fundamentais (amarelo, azul e vermelho);

5 - Solicitar participação dos alunos para a mistura das cores em recipientes próprios; 6 - Colocar a rosa, individualmente, no recipiente correspondente à cor escolhida por cada aluno;

7 - Fazer os cartões de oferta para acompanhar a rosa, numa mensagem formulada por cada criança para os seus encarregados de educação.

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