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CAPÍTULO II- O ESTUDO

4. Descrição, Análise e interpretação dos resultados

4.5. Atividade 5 Realização dos azulejos

No dia 13 de dezembro de 2018, foi realizada a última implementação das atividades que culminam o projeto “Modelar ‘te”. Esta atividade consistiu na construção de azulejos em barro com utilização da técnica da impressão para a sua decoração.

No decorrer desta atividade foram tidas em consideração os pontos menos positivos da atividade preparatória de forma a obter um melhor resultado na construção dos azulejos e principalmente desenvolver a técnica da impressão com as crianças e as destrezas manipulativas básicas da modelagem.

A atividade da “caixa das sensações” surge como atividade preparatória para a tarefa deste dia, desta forma, antes de iniciar, a EE reuniu todas as crianças à volta da mesa central para relembrar a atividade realizada.

Após recordar a técnica da impressão, a EE deu a conhecer às crianças alguns dos azulejos da sua criação, idênticos aos que iriam construir para o projeto da sala, questionando-as sobre o que observavam e as caraterísticas do material.

Assim que os azulejos começaram a passar pelas mãos das crianças, as dúvidas e questões surgiram:

- “Como é que se chama?” (LB); - “Este não é vermelho?!” (FL); - “Porque que está duro?” (CF); - “O que está aqui?” (NM)

Aproveitando o entusiasmo e envolvimento das crianças, a EE começou a explorar e responder a todas as suas dúvidas explicando que existe barro de várias cores, e com ele conseguimos fazer vários objetos, nomeadamente utensílios que utilizamos diariamente, como loiças e azulejos que temos em casa para decorar, expliquei também a diferença entre o barro cru e o barro cozido.

Este diálogo despertou nas crianças a curiosidade de perceberem como e onde é cozido este material e da necessidade de tal, surgindo as seguintes questões:

- “O que é cozer?” (FL); - “Cozido como?” (MV);

- “Como as bolachas que nós fizemos?” (CF); - “Cozes em casa Carina?” (SR);

- “Como é que vamos fazer isto?” (LB)

Após responder a todas as dúvidas das crianças, foram colocados em cima da mesa todos os materiais necessários para a atividade apresentando as suas funcionalidades, o rolo, para esticar a massa; as ripes para definir a espessura dos azulejos, um quadrado em cartão para desenhar o azulejo, um pano para trabalhar com o barro exceto os materiais necessários para a técnica da impressão, as pedras, conchas, folhas, flores, galhos, búzios, bolotas e nozes, que a EE achou por bem que fossem recolhidos no exterior pelas crianças.

Desta forma, EE deslocou-se com as crianças para o exterior e pedindo-lhe que procurarem e recolhessem elementos da natureza que gostassem, dando como exemplos os materiais utilizados na atividade da “caixa das sensações” (Fig.30 e 31).

Figura 30. Recolha de elementos da natureza

Figura 31. Recolha de elementos da Natureza

Já na sala sentados à volta da mesa central, as crianças demonstravam-se muito agitadas e ansiosas por demonstrar aos colegas os materiais que recolheram e iniciar a atividade o que gerou alguma confusão, havendo assim necessidade de reunir todos os materiais em cima da mesa e de realizar a tarefa individualmente com cada criança, enquanto as restantes brincavam livremente pelas áreas (Fig. 32 e 33).

Figura 32. Técnica da Impressão com elementos da Natureza

Figura 33. Técnica da Impressão com elementos da Natureza

A realização desta atividade que foi um dos pontos fortes para as crianças, até mesmo para aquelas que não são muito participativas, pois mostraram bastante interesse em construir o azulejo autonomamente e realizar as impressões, refletindo esta vontade em alguns dos seus comentários.

- “Eu quero” (SM);

- “É assim que faço?” (SL);

- “Quero mais esta folha e isto” (SM); - “Que lindo” (SL);

- “Eu tiro a flor” (NR); - “Eu sei fazer sozinho” (SR); - “É mesmo fixe mexer nisto” (FL); - “A minha mãe vai ver” (LB); - “Posso levar para casa” (SR), - “Vai ficar aqui? “(SL)

O facto de a EE ter planeado uma atividade preparatória à execução final dos azulejos foi uma das vantagens, pois tornou-se num dos motivos principais do êxito de toda a atividade, que apesar de exigir bastante técnica, as crianças corresponderam aos objetivos pretendidos verificando-se também uma evolução desde a última atividade a nível de domínio da técnica de modelagem e da impressão.

Era visível a satisfação e entusiasmo das crianças quando os azulejos ganhavam forma, e observavam o resultado das impressões dos materiais que escolhiam para decorar o seu azulejo (Fig. 34 e 35):

- “Uau” (LB): - “Que fixe” (LF);

- “Que linda a folha” (MV); - “Quero mais” (RI)

Figura 34. Técnica da impressão com elementos da Natureza

Figura 35. Técnica da impressão com elementos da Natureza

Dada a exigência das técnicas e de forma a obter um bom resultado (Fig. 36 e 37), a tarefa foi realizada individualmente com cada criança, tendo desta forma que prolongar-se para o dia seguinte, havendo necessidade de aproveitar horas da manhã sem atividades para concluir os azulejos de todas as crianças.

Refletindo sobre o decorrer desta atividade, é de realçar que o facto de ter sido realizada uma atividade preparatória, foi bastante importante para que esta atividade decorresse da melhor forma, dado que foram observadas algumas dificuldades das crianças e algumas dificuldades sentidas pela EE no decorrer da execução da tarefa, que permitiram numa posterior reflexão criar ajustes na construção dos azulejos para que estes fossem realizados da melhor forma.

Tendo em conta o facto de na atividade preparatória os discos de barro terem sido finos para a realização da técnica de impressão, como alternativa e resolução deste problema, a EE na construção dos azulejos utilizou duas ripes em madeira com 1 cm de espessura, de forma a definir a espessura dos azulejos, garantindo que na impressão os materiais não furassem o quadrado de azulejo, evitando também que os azulejos partissem tal como alguns crachás das crianças, bem como garantir a uniformidade da espessura em todos os azulejos das crianças.

Na impressão dos elementos da natureza, verificou-se mais cuidado por parte das crianças ao retirar os materiais, o que demonstrou assim uma atitude de evolução sobre a técnica aplicada.

De modo geral, a atividade correu de forma bastante positiva, apesar de alguma agitação do grupo que se demonstrava entusiasmado em contruir o seu azulejo. Foi observável várias evoluções no grupo quanto à manipulação do material e demonstrando um gosto ainda maior, e entusiasmo pelos trabalhos com materiais moldáveis e desconhecidos.