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2 CARACTERIZAÇÃO DA CONTABILIDADE E ASPECTOS GERAIS DO

2.6 ATIVO IMOBILIZADO (NBC TG 27 (R1)): CONCEITOS E CRITÉRIOS

A NBC TG 27 (R1) referente ao ativo imobilizado foi aprovada pela Resolução CFC NBC TG 27 (R1) em 11 de dezembro de 2013, e tornada obrigatória pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) para os profissionais de contabilidade das entidades não sujeitas a alguma regulamentação contábil.

Como resume Mendes (2011), a NBC TG 27 (R1) foi aprovada pelos seguintes órgãos reguladores: (i) CVM conforme deliberação CVM nº 583/2009; (ii) CFC por meio da NBC T 19.1 da Resolução CFC nº 1.177/2009; (iii) Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL) conforme despacho nº 4.722, de 18 de dezembro de 2009; (iv) Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) conforme Instrução Normativa nº 37/2009, a qual foi revogada pela Resolução Normativa (RN) nº 290, de 27 de setembro de 2012 e, mais recentemente, pela Resolução CFC NBC TG 27 (R1), em 11 de dezembro de 2013, publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 20 de dezembro de 2013.

A NBC TG 27 (R1) definiu o imobilizado como um ativo tangível que é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos, e que se espera utilizar por mais de um ano. Ribeiro (2013, p. 240), complementa afirmando que o ativo imobilizado é conceituado como:

[...] um grupo do Ativo Não Circulante, onde devem ser classificadas as contas representativas dos Bens de Uso da empresa. Os Bens de Uso são aqueles por meio dos quais a empresa desenvolve as suas atividades para atingir os seus objetivos.

Por sua vez, a Lei nº 6.404/1976, mediante seu art. 179, inciso IV, conceituou as contas a serem classificadas no ativo imobilizado:

[...] os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) (BRASIL, Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976a).

Iudícibus et al. (2010, p. 222), ao se referirem sobre o ativo imobilizado, definem que:

Subentende-se que nesse grupo de contas do balanço são incluídos todos os ativos tangíveis ou corpóreos de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e de seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade.

De acordo com o Regulamento do Imposto de Renda (RIR), 1999 (RECEITA FEDERAL, 2014b), regido pelo Decreto nº 3.000, de 28 de março de 1999 (BRASIL, 2014b), em seu art. 301, o ativo imobilizado é denominado como um conjunto de bens necessários à manutenção das atividades da empresa, cuja durabilidade (vida útil)

seja superior a um ano e o custo seja superior a R$ 326,61. Porém, o referido valor foi modificado pela Lei nº 12.973/2014, em seu art.15, descrito a seguir:

Art. 15. O custo de aquisição de bens do ativo não circulante imobilizado e intangível não poderá ser deduzido como despesa operacional, salvo se o bem adquirido tiver valor unitário não superior a R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) ou prazo de vida útil não superior a 1 (um) ano (BRASIL, Lei nº 12.973 de 13 de maio de 2014c).

Conforme Iudícibus e Marion (2010, p. 219), o ativo imobilizado é definido como “[...] todo o ativo de natureza relativamente permanente, que se utiliza na operação dos negócios de uma empresa e que não se destina à venda”. Iudícibus, et al. (2010, p. 223) destacam que:

O imobilizado deve ter contas para cada classe principal de ativo, para o registro do seu custo. As depreciações acumuladas devem estar em contas à parte, mas classificadas como redução do ativo. As perdas estimadas por redução ao valor recuperável também devem ser registradas em contas à parte, reduzindo o ativo imobilizado da mesma forma que as depreciações acumuladas.

Salienta-se que antes da vinda do IFRS, os ativos incorpóreos tais como marca e patentes, eram reconhecidos no Ativo Imobilizado. Após a inserção do IFRS os ativos incorpóreos deverão figurar no ativo intangível. Por sua vez, os imobilizados corpóreos, tangíveis, são os que têm substância concreta e podem ser tocados e palpados, como exemplos, tem-se os edifícios e os equipamentos.

Recentemente, a Medida Provisória (MP) nº 627/2013, foi convertida na Lei 12.973 de 13 de maio de 2014, tendo como finalidade principal a adequação da legislação tributária com a legislação societária. No que se refere ao Ativo Imobilizado, como informa Gubert (2014):

a) não serão considerados na base de cálculo do ativo imobilizado, conforme previsto na Lei nº 12.973/2014: (i) os ganhos e as perdas decorrentes da avaliação do ativo com base no valor justo; (ii) os encargos decorrentes de empréstimos e; (iii) os custos estimados de desmontagem e remoção do imobilizado e de restauração do local em que estiver situado;

b) na aquisição de máquinas, equipamentos e outros bens importados incorporados ao ativo imobilizado, os valores decorrentes do ajuste a valor presente serão considerados na base de cálculo do crédito, mas

desconsiderados os ganhos e as perdas decorrentes da avaliação do ativo com base no valor justo;

c) no arrendamento mercantil: a pessoa jurídica arrendatária não poderá mais descontar créditos em relação à aquisição de: (i) máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços; (ii) edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo – inclusive de mão de obra – for suportado pela locatária. O crédito será apropriado somente até o limite total das contraprestações.

Como explica Gubert (2014), as alterações mencionadas terão efeito a partir de 1º de janeiro de 2014 para quem fez a opção ao Regime Tributário de Transição (RTT) e a partir de 1º de janeiro de 2015 para quem não fizer, sendo que a Receita Federal ainda definirá a forma de opção.

O valor justo, segundo Gubert (2014, p. 1) é definido como “[...] a quantia pela qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado sem que haja fatores que pressionem ou interferem nesta avaliação”. Por sua vez, o valor presente compreende “[...] o valor dos fluxos de caixa futuros descontados a uma taxa de desconto que represente o custo do capital no tempo, usado para determinar quanto vale determinado investimento hoje, possibilitando a análise entre custo e retorno”. Cabe destacar que o fluxo de caixa pode estar representado por entradas (ingressos) ou saídas de recursos do caixa.

A NBC TG 27 (R1) em seu item 3 definiu que a Norma não se aplica nas situações listadas a seguir:

a) ativos imobilizados classificados como mantidos para a venda de acordo com a NBC TG 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada;

b) ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola (conforme a NBC TG 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola);

c) reconhecimento e mensuração de ativos de exploração e avaliação, conforme prevê a NBC TG 34 – Exploração e Avaliação de Recursos Minerais, correspondente à CPC 34 (IFRS 6), ainda não foi ditada. Antiga NBC T 19.09;

d) direitos sobre as jazidas e as reservas minerais tais como: petróleo, gás natural, carvão mineral, dolomita e recursos não renováveis semelhantes. Contudo, a NBC TG 27 (R1) aplica-se aos ativos imobilizados usados para desenvolver ou manter os ativos descritos nas alíneas (b) a (d), de acordo com o item 3 da referida Norma.