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3 ANÁLISE DOS DADOS

3.2 ANÁLISE DOS DADOS DIVULGADOS PELAS EMPRESAS

3.2.1 Critérios de mensuração do ativo imobilizado

Ao analisar as Notas Explicativas verificou-se que todas as empresas selecionadas para este estudo, no período analisado, mencionaram os critérios de mensuração do ativo imobilizado. Salienta-se que, as empresas de utilidade pública e energia elétrica são regidas também pelas determinações da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Na empresa Marcopolo, como identificado nas Notas Explicativas de 2010 e 2011, o Ativo Imobilizado foi mensurado pelo custo histórico, menos a depreciação acumulada. Por sua vez, o custo histórico na referida empresa abrange os gastos diretamente atribuíveis à aquisição dos itens e também pode incluir transferências do patrimônio de quaisquer ganhos/perdas de hedge de fluxo de caixa qualificados como referentes à compra de imobilizado em moeda estrangeira, incluindo também os custos de financiamento relacionados com a aquisição de ativos qualificadores.

Nos anos de 2012 e 2013, a Marcopolo acrescentou nas Notas Explicativas que os itens do imobilizado são mensurados pelo custo histórico de aquisição ou

construção, deduzido de depreciação e perdas acumuladas de redução ao valor recuperável (impairment). Por sua vez, o custo envolve os gastos que são diretamente atribuíveis à aquisição de um ativo, modificando a redação dos anos anteriores (2010 e 2011).

As empresas Fras-le e Randon ao referirem nas Notas Explicativas de 2010 sobre o Ativo Imobilizado mencionaram que, os bens foram mensurados pelo custo de aquisição ou formação. Desse modo, as empresas adotaram o valor justo para determinar os itens do ativo imobilizado (terrenos, edificações e certas máquinas e equipamentos) ao valor justo na data base de 1º de janeiro de 2009.

A Fras-le manteve nas Notas Explicativas de 2011, a mesma redação utilizada nas Notas Explicativas de 2010, referente ao ativo imobilizado.

A empresa Randon nas Notas explicativas de 2011 mencionou que foi criada a conta ‘reserva para ajuste do custo atribuído ao imobilizado’ devido à avaliação da mensuração ao valor justo dos bens do ativo imobilizado, seguindo a NBC TG 27 (R1) e ICPC 10, que foi registrado considerando-se o laudo de avaliação elaborado por empresa especializada.

Nas Notas Explicativas de 2012 e 2013, a empresa Randon modificou a redação das Notas Explicativas, se comparada aos anos de 2010 e 2011, determinando que os bens do ativo imobilizado foram mensurados ao custo de aquisição ou formação, deduzindo-se a depreciação acumulada e/ou as perdas acumuladas por redução ao valor recuperável, se for o caso, como previsto na NBC TG 27 (R1), em seu item 73. O mesmo procedimento foi adotado nas Notas Explicativas de 2012 e 2013 na empresa Fras-le.

A empresa DHB divulgou nas Notas Explicativas dos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013 que, o ativo imobilizado abrange as fábricas, as instalações e as máquinas e os equipamentos. Os bens do ativo imobilizado são mensurados pelo custo histórico, subtraindo-se a depreciação acumulada, com exceção aos itens que tiveram os custos alterados pela adoção do custo atribuído (deemed cost) e o custo histórico abrange também os gastos diretamente atribuíveis à aquisição dos itens.

Cabe salientar que a empresa Altus passou a divulgar as suas demonstrações financeiras apenas a partir do ano de 2012. Nas Notas Explicativas de 2012 e 2013 a empresa determinou que os bens do ativo imobilizado abrangem os terrenos e as edificações (fábricas e escritórios). Por sua vez, o imobilizado é demonstrado pelo valor reavaliado até 31 de dezembro de 2007, subtraindo-se a depreciação acumulada

e mensurado pelo custo histórico que envolve os gastos diretamente atribuíveis à aquisição dos itens.

A Metalúrgica Gerdau no ano de 2010, nas Notas Explicativas mencionou que, conforme foi determinado pela Deliberação CVM n° 619/2009 (aprovou a adoção do ICPC 10), a empresa utilizou para mensurar os bens do ativo imobilizado, o custo histórico deduzido das respectivas depreciações, com exceção aos terrenos. Na referida empresa, os terrenos não foram depreciados, como custo atribuído (deemed cost), pois não havia diferença substancial entre o valor contábil ao valor justo dos ativos imobilizados.

Nos anos de 2011 e 2012, a Metalúrgica Gerdau, descreveu nas Notas Explicativas que passou a adotar o custo histórico para mensurar os bens do ativo imobilizado, adicionado de correção monetária, quando aplicável e deduzindo as respectivas depreciações, à exceção dos terrenos, como mencionado anteriormente. Em 2013, a Metalúrgica Gerdau simplificou a descrição nas Notas Explicativas, mencionado que utilizou o custo histórico para mensurar os bens do ativo imobilizado, acrescido de correção monetária, quando aplicável, deduzido das respectivas depreciações, à exceção dos terrenos, que não são depreciados.

A Panatlântica definiu nas Notas Explicativas de 2010, a mensuração de determinados ativos financeiros mantidos para a negociação ao valor justo por meio do resultado. No entanto, nas Notas Explicativas de 2011, 2012 e 2013, a referida empresa, passou a considerar a orientação prevista na NBC TG 27 (Ativo Imobilizado) e ICPC 10 (Esclarecimentos sobre o NBCT TG 27 e 28). A Panatlântica e as suas controladas passaram a adotar o custo atribuído (deemed cost) para determinar o valor justo do ativo imobilizado, sendo que os valores justos utilizados na adoção do custo atribuído considerou a data retroativa a 1° de janeiro de 2009, e os valores foram estimados por peritos independentes.

A empresa RGE informou nas Notas Explicativas de 2010, sobre as mudanças relacionadas ao ativo imobilizado. Desse modo, nas práticas contábeis anteriores, a infraestrutura de concessão da referida empresa era mensurado como um ativo imobilizado vinculado à concessão. Porém, o ICPC 01 (Contrato de Concessão) alterou a forma de registrar as concessões considerando-se as seguintes condições atendidas: o controle sobre as atividades a serem prestadas, para quem os serviços serão prestados, o preço praticado, e a reversão dos ativos para o Poder Concedente ao término da concessão.

Nos anos de 2011, 2012 e 2013, a RGE dispôs em suas Notas Explicativas que o valor do ativo financeiro da concessão foi mensurado pelo valor justo, o qual foi apurado por intermédio da base de remuneração dos ativos, estabelecida pelo órgão regulador (ANEEL). Acrescenta-se que o ativo financeiro da empresa é classificado na categoria de disponível para a venda e é atualizado e amortizado anualmente de acordo com a atualização do valor justo.

A Baesa nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013 em suas Notas Explicativas descreveu que os bens registrados no Ativo Imobilizado são mensurados pelo custo histórico de aquisição ou construção, deduzindo-se a depreciação acumulada, bem como as perdas de redução ao valor recuperável (impairment) acumuladas, quando houver.

A empresa AES SUL divulgou nas Notas Explicativas de 2010 e 2011 que os bens registrados no ativo imobilizado são mensurados inicialmente pelo valor justo na data de sua aquisição ou construção. Depois do reconhecimento inicial, o ativo imobilizado passa a ser depreciado de forma linear, à exceção de terrenos que não são depreciados.

A empresa AES Sul, nas Notas Explicativas de 2012 e 2013, deixou claro que o critério definido pela ANEEL é de atribuir valor à infraestrutura do concessionário, isto é, atribuir o valor ao ativo imobilizado, sendo que o valor do ativo financeiro é considerado como uma representação da parcela desse ativo imobilizado, que não deve estar depreciado/amortizado ao final do prazo da concessão.

No caso da empresa AES SUL, como indicado nas Notas Explicativas de 2012 e 2013, o valor justo de instrumentos financeiros ativamente negociados em mercados financeiros organizados é determinado com base nos preços de compra, que por sua vez, são cotados no mercado no fechamento dos negócios e na data do balanço, sem a dedução dos custos de transação.

Na CEEE – D em suas Notas Explicativas de 2010, 2011, 2012 e 2013, os ativos registrados no imobilizado incluíam os bens da Administração e foram calculados pelo custo histórico de aquisição ou construção, deduzindo-se a depreciação acumulada e as perdas de redução ao valor recuperável (impairment) acumuladas. O custo histórico de aquisição ou construção abrange os gastos que são diretamente atribuíveis à aquisição de um ativo. O mesmo procedimento foi adotado pela empresa CEEE – GT nas Notas Explicativas de 2010, 2011, 2012 e 2013.

A Tabela 4 apresenta a síntese dos resultados referente à divulgação ou não, nas Notas Explicativas dos critérios de mensuração do ativo imobilizado, pelas empresas selecionadas para o estudo.

Tabela 4 – Critérios de Mensuração do Ativo Imobilizado

Empresa 2010 2011 2012 2013 Marcopolo IC IC IC IC Randon IC IC IC IC DHB IC IC IC IC Fras-le IC IC IC IC Altus - - IC IC Metalúrgica Gerdau IC IC IC IC Panatlântica IC IC IC IC RGE IC IC IC IC Baesa IC IC IC IC AES SUL IC IC IC IC CEEE – D IC IC IC IC CEEE – GT IC IC IC IC Totais 11 11 12 12 IC 11 11 12 12 II 0 0 0 0 IA 0 0 0 0

Fonte: Elaborada pela autora (2014)

Na Tabela 4 constata-se que do total das empresas selecionadas, todas divulgaram informações completas sobre os critérios de mensuração do ativo imobilizado nas Notas Explicativas referentes ao período de 2010 a 2013. Lembrando que nos anos de 2010 e 2011 foram consideradas onze empresas, pois a companhia Altus não era obrigada a divulgar as demonstrações financeiras.