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A PNRS aborda as formas de gestão integrada, compartilhada, consorciada e regionalizada dos resíduos sólidos. E para a efetiva participação, responsabilização, implementação e operacionalização do sistema de gestão dos resíduos sólidos, há necessidade de articulação entre o poder público, a iniciativa privada e outros segmentos da sociedade civil.

A Agenda 21 traz a necessidade do agir global e localmente com o envolvimento dos diversos atores – governo, iniciativa privada e sociedade – visando cooperar com soluções dos problemas sociais e ambientais. Para isto, cada um com suas respectivas responsabilidades. Blumenschein (2007) faz um resumo com as principais responsabilidades dos respectivos atores, o que ela chama de “agentes relevantes à gestão de resíduos oriundos de processos construtivos”, conforme se observa no quadro 06:

Quadro 6 - Agentes e Responsabilidades

Agente Responsabilidade

Estado Introdução de instrumentos de regulamentação direta e econômica visando à regulamentação do gerenciamento da coleta;

Transporte e fiscalização de disposição;

Estabelecimento de padrões de fiscalização e a utilização de entulho para aterramentos;

Busca do fortalecimento das atividades recicladoras;

Estabelecimento de metas para redução do uso de recursos naturais escassos; Incentivos ao uso de resíduos oriundos de construção e demolição;

Proibição da extração de areia e cascalho;

Fortalecimento da produção de agregados reciclados;

Estabelecimento de áreas legais de disposição de resíduos sólidos.

Geradores Redução das perdas e da geração de resíduos através da adoção de métodos construtivos mais racionais;

Gerenciamento de resíduos sólidos durante o processo construtivo;

Conscientização da necessidade de utilizar materiais reciclados, de viabilizar as atividades de reciclagem, e de assegurar a qualidade dos resíduos segregados;

Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento.

Transportadores Exigir o exercício da atividade de transportar de maneira consciente e responsável, levando os resíduos às áreas destinadas oficialmente pelo município;

Conscientização de seus motoristas sobre os impactos causados por resíduos dispostos irregularmente;

Contribuição para os programas de controle e fiscalização do volume e características do resíduo produzido.

Receptores/ “processadores de

resíduos”

Assegurar a qualidade dos agregados reciclados. Universidades e

Instituto de Pesquisa

Implementação de laboratórios, desenvolvimento de pesquisa aplicada, assessoria parlamentar, cursos, consultoria, integração de agentes, entre outros.

Fonte: adaptado de Blumenschein (2007)

Os atores do processo para controle da logística de RCC são omunicípio, os geradores, os transportadores e receptores de RCC. Assim, são apresentadas as respectivas responsabilidades:

a) Município: a administração pública municipal em todo território brasileiro é a responsável pela governança dos resíduos sólidos. A PNRS reforça a competência do governo municipal quanto à gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios;

b) Geradores de RCC: de acordo com o Decreto municipal nº 12. 133/ 1998, II, art. 21 tem-se como “Gerador de entulho ‐ todo cidadão proprietário ou responsável por obra de construção civil ou de empreendimentos com movimentos de terra que produzem resíduos sólidos classificados como: i) Pequeno gerador ‐ aquele que gera entulho até o limite de 2m³; ii) Grande gerador ‐ aquele que gera entulho com volume superior a 2m³.”A Resolução CONAMA nº 307/02, no inciso II, Art. 2º assim define geradores como sendo “são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução.” A PNRS – LEI 12.305/10, inciso IX, art. 3º determina que gerador de resíduos sólidos são “pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo.”;

c) Transportadores de RCC: os Transportadores são as pessoas, físicas ou jurídicas, cadastradas pelo município, encarregadas da coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação. De acordo com o artigo 4º do Decreto municipal nº12. 133/1998 o transporte de entulho poderá ser realizado por pessoa física ou jurídica, devidamente cadastrada no órgão de limpeza urbana do Município;

d) Receptores de RCC: de acordo com a Resolução CONAMA nº 307/02 os receptores de resíduos podem ser “área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos (ATT): área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e a segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;” o aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros: é a área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de resíduos da construção civil classe A no solo, visando a reservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização

da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente.

Observa-se a atuação específica do município, que tem o dever de contribuir para a preservação do meio ambiente. A atuação do município é de controlar a logística dos RCC de forma integrada e assumir o seu poder-dever de polícia administrativa, seja preventiva ou repressiva.

Desta maneira, a integração e a determinação de responsabilidades específicas aos diversos atores oriundos do processo de geração, transporte e recepção de RCC se fazem necessária com vistas ao encontro de soluções integradas.

3.3 ORDEM DE PRIORIDADE NA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONS-