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4 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA

4.5 AUDITORIA DAS FPL

Segundo mencionado no capítulo 3, são vários os fatores que torna a auditoria uma ferramenta fundamental para o acompanhamento do PEZ. Neste Programa são aplicados três tipos de auditoria, quais sejam: Auditoria de Lacre e Etiqueta, Auditoria Hídrica e Plano 8 Horas Zero Efluente.

4.5.1 Auditoria de Lacre e Etiqueta

Esta auditoria consiste em acompanhar as FPL submetidas a fechamento com lacres e etiquetas. Estas são realizadas semanalmente, podendo ser feita pelos próprios operadores ou pelo pessoal da Área de SMA. A partir de uma lista gerada pelo Sistema de Informação, o auditor percorre as áreas onde estão instalados os lacres e etiquetas e, caso os lacres estejam rompidos, detectam-se as etiquetas no local apropriado para guarda e, neste momento, reinstalam-se novos lacres e etiquetas nas FPL (Apêndice C). O conteúdo da etiqueta preenchida pelos operadores é cadastrado no Sistema de Informação.

As FPL que mantiveram o lacre e etiqueta no local sem romper por mais de seis meses e em que não houver suspeita de que sua retirada possa levar a perda significativa, passam a ser considerada Fonte Zero, automaticamente, no Sistema de Informação e, a partir deste status, o lacre é retirado. Com isto, outras FPL podem ser submetidas a fechamento com lacres. Caso as FPL retornem a ter alto potencial de perda, identificadas por meio das auditorias periódicas ou até

mesmo indicadas pelos operadores, estas perdem o status de Fonte Zero, podendo ser novamente submetida a fechamento com lacre.

4.5.2 Auditoria Hídrica

Para monitoramento da qualidade e quantidade das perdas líquidas, é realizada Auditoria Hídrica. Esta consta de, no mínimo, três medições de vazão por FPL, através da cubagem em função do tempo (uso de recipiente graduado e cronômetro). Geralmente, são medidas as fontes contínuas ou aquelas de drenagem temporária. Após medição de campo, que pode incluir análise física e química do efluente, as informações são cadastradas no Sistema de Informação (Apêndice D).

Por exigir maior tempo na execução, esta auditoria tem sido realizada sem uma freqüência definida, ocorrendo duas ou três vezes ao ano. Porém, é importante relatar as condições da planta no momento da realização da auditoria e efetuar nova auditoria toda vez que ocorrer mudanças significativas no processo que podem influenciar a quantidade ou qualidade de efluente.

4.5.3 Plano 8 Horas Zero Efluente

Com uma freqüência de uma vez por semestre, este plano tem como objetivo testar e verificar se o processo produtivo da DETEN consegue operar com a vazão mínima de efluente líquido. Programado, geralmente, em final de semana, período em que a contribuição de água servida e sanitária da Área Administrativa é mínima no efluente final, um grupo de engenheiros e técnicos percorre a Área Industrial, com base em um plano preestabelecido, buscando reduzir, ou até mesmo fechar, pontos de drenagem de efluente na planta por um período aproximado de 8 horas.

Este tipo de auditoria, também conhecido na Empresa como Oito Horas Sem Drenar, tem gerado algumas informações relevantes, que dão subsídio na busca do Zero Efluente:

• Observou-se que condensados provenientes de purgadores de vapor representam apenas 0,5 % do total de efluente gerado;

• Foi verificado que a calha Parshall 6 “, associada a um sistema de ultra-som e transmissão on-line de vazão, não registra medições confiáveis para vazões mínimas (abaixo de 3,5 m3/ h);

• Foram identificadas novas FPL, como a água para resfriamento da tampa da voluta de bomba da Área da Pacol, apresentando uma vazão em torno de 200 a 700 litros/h;

• Observou-se a contribuição de efluente proveniente de água servidas e sanitárias que se situa em torno de 2 a 3 m3/h.

Durante o teste foram desviados os efluentes de várias FPL para sistemas de águas pluviais, considerando que esta corrente em torno de 6 m3/h, com baixa concentração de contaminantes, pode vir a ser reutilizada no processo, o que representou uma vazão mínima no efluente final de 500 litros/h, comprovando que é possível atingir o conceito Efluente Zero.

Este tipo de auditoria tem permitido maior conscientização na organização, favorecendo a uma mudança da cultura organizacional, haja vista o movimento que é gerado com o envolvimento de engenheiros, operadores, caldeireiros, mecânicos, inclusive com pesquisadores do TECLIM em alguns destes testes (Apêndice E).

Uma vez aplicada a metodologia de redução de efluente líquido industrial na fonte e seguindo a sistemática do PDCA, faz-se necessário o acompanhamento contínuo dos resultados através de indicadores de desempenho ambiental.

5 ANÁLISE E ACOMPANHAMENTO DOS RESULTADOS DO PEZ

A partir da aplicação da metodologia na Empresa em estudo, que resultou na operacionalização do PEZ, faz-se necessário à análise dos resultados. Estando o PEZ em contínuo funcionamento na Empresa, torna-se imprescindível demonstrar os indicadores de acompanhamento do Programa.

Este capítulo apresenta, inicialmente, os resultados quantitativos, por meio de indicadores de desempenho das variáveis ambientais que melhor espelham os objetivos, e não todas as que podem ser medidas e/ou analisadas. Posteriormente, são apresentados, sucintamente, os projetos desenvolvidos, os ganhos contabilizados no PEZ e, sua capacidade de reprodutibilidade e, finalmente, o reconhecimento de entidades representativas do Estado.

Os resultados do PEZ apresentados, através de indicadores de desempenho ambiental (Quadro 05), foram classificados em duas categorias: os que tendem a serem acompanhados mais operacionalmente (IDO) e os relacionados ao gerenciamento do Programa (IDG).

INDICADORES OPERACIONAIS INDICADORES GERENCIAIS

Vazão média de efluente (m3/h) Percentual de FPL por aspectos ambientais

Volume de efluente por tonelada produzida (m3/t)

Percentual de FPL com Técnica de Redução

Perdas de matérias-primas, produtos e subprodutos por tonelada produzida (kg/t)

Situação de controle das FPL

Qualidade do efluente (%) Situação de controle em função da avaliação das FPL

DBO e Material Suspenso no efluente (t) Percentual de Ruptura de Lacre

Percentual de Fonte Zero

Quadro 05 – Indicadores do PEZ Fonte: Construção própria