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Quando o auditor planeia usar o trabalho da função de auditoria interna, será útil discutir os seguintes assuntos:

• O momento do trabalho exigido;

• A natureza do trabalho e a extensão de auditoria coberta;

• A materialidade para as demonstrações financeiras como um todo e a materialidade de execução;

• Os métodos propostos de seleção de itens e de dimensões de amostras;

• A documentação do trabalho efetuado; e

• A revisão dos procedimentos de relato.

6.3.3

Confirmações externas

As confirmações externas são frequentemente usadas para proporcionar prova de auditoria sobre a plenitude de um passivo e existência de um ativo. As confirmações externas também podem proporcionar prova sobre se uma quantia está registada pela

ISA

relevante Parágrafos

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6. RESPOSTA AOS RISCOS AVALIADOS

6.3. Procedimentos de auditoria adicionais

Situações típicas em que procedimentos de confirmação externa proporcionam prova relevante de auditoria incluem: • Saldos de contas bancárias e outra informação relevante relacionada com entidades bancárias;

• Saldos e termos de contas a receber;

• Inventários em poder de terceiros, em armazéns alfandegados ou à consignação;

• Títulos de propriedade detidos por advogados ou instituições financeiras para custódia ou como garantia; • Investimentos à guarda de terceiros, ou adquiridos a intermediários, mas ainda não entregues à data do balanço; • Quantias devidas a financiadores, incluindo os termos de pagamento e cláusulas restritivas; e

• Saldos e termos de contas a pagar.

Os assuntos que o auditor consideraria estão explicitados no Quadro seguinte.

Quadro 6.3-3

Considerar Descrição

Testes de dupla finalidade

Há oportunidade para obter prova de auditoria sobre outros assuntos importantes ao mesmo tempo (tal como termos de um contrato, etc.)?

Confirmar o conhecimento das partes sobre o assunto

As respostas são mais fiáveis se recebidas de uma pessoa com conhecimento sobre o assunto.

Capacidade/ Vontade de responder da parte

Considerar a fiabilidade da prova obtida no caso em que há possibilidade de que a parte que confirma:

Não aceite responsabilidade;

Encare a resposta como custando demasiado ou provocando desperdício de tempo;

Tenha preocupações acerca de qualquer responsabilidade legal;

Registe transações em moeda diferente; ou

Não dê importância aos pedidos de confirmação.

Objetividade da parte que confirma

Considerar a fiabilidade da prova obtida se a parte que confirma é uma parte relacionada. Nestas situações, considere:

Confirmar detalhes adicionais sobre o assunto, por exemplo, termos de acordos de vendas, incluindo datas, direitos de devolução e condições de entrega; e

Complementar a confirmação com indagações a pessoal não financeiro sobre o assunto, tal como alterações de acordos de venda e condições de entrega.

Embora possam existir exceções (ver o parágrafo A31 da ISA 500), a prova de auditoria é geralmente considerada como sendo mais fiável se obtida de fontes externas independentes à entidade. Por esta razão, as respostas escritas aos pedidos de confirmação recebidas diretamente de terceiros não relacionados podem ajudar a reduzir o risco de distorção material para as asserções relacionadas a um nível aceitavelmente baixo.

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6. RESPOSTA AOS RISCOS AVALIADOS

6.3. Procedimentos de auditoria adicionais

Quadro 6.3-4 Considerar Descrição Manter o controlo sobre o processo de confirmação Isto inclui:

Considerar a informação a ser confirmada ou pedida;

Selecionar a entidade apropriada que confirma;

Avaliar razões para qualquer recusa do órgão de gestão relativa ao envio das confirmações. Isto inclui consideração das implicações nos riscos avaliados, a possibilidade de fraude, e que procedimentos de auditoria adicionais serão agora exigidos;

Conceber os pedidos de confirmação;

Determinar que os pedidos contêm informação para que as respostas sejam enviadas diretamente ao auditor; e

Enviar os pedidos, incluindo segundas vias, para a entidade que confirma.

As respostas são fiáveis?

Se houver fatores que levantam dúvidas acerca da fiabilidade da resposta:

Obter prova de auditoria adicional para resolver ou confirmar dúvidas;

Considerar fraude e outros impactos nos riscos avaliados; e

Investigar exceções para determinar se são indicativas de distorções.

Quando não é recebida resposta

Executar procedimentos de auditoria adicionais (se possível) para obter prova de auditoria relevante e fiável.

Avaliar resultados globais

Questionar se os resultados dos procedimentos das confirmações externas proporcionam prova de auditoria relevante e fiável.

6.3.4

Procedimentos analíticos substantivos

Os procedimentos analíticos substantivos envolvem uma comparação de quantias ou relações das demonstrações financeiras, desenvolvendo uma expectativa através de informação obtida com base na compreensão da entidade e outras provas de auditoria. Se os riscos inerentes são baixos para uma classe de transações, os procedimentos

analíticos substantivos podem por si só proporcionar prova de auditoria suficiente e apropriada. No entanto, se o risco avaliado é baixo devido ao controlo interno relacionado, o auditor também deve testar esses controlos. Ao tratar riscos significativos, o uso de procedimentos analíticos tem de ser feito em combinação com outros testes substantivos ou testes aos controlos.

Para usar um procedimento analítico como um procedimento substantivo, o auditor deve conceber o procedimento para reduzir o risco de não detetar uma distorção material na asserção relevante para um nível aceitavelmente baixo. Isto significa que a expectativa de quanto deve ser a quantia registada, deve ser suficientemente precisa para indicar a possibilidade de uma distorção material, quer individualmente quer em termos agregados.

ISA

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6. RESPOSTA AOS RISCOS AVALIADOS

6.3. Procedimentos de auditoria adicionais

Quadro 6.3-5

Impacto na redução do

risco de auditoria Descrição

Muito eficaz (Risco

baixo de que a quantia registada esteja distorcida)

O procedimento destina-se a ser a principal fonte de prova relativamente a uma asserção das demonstrações financeiras. Prova “eficazmente” uma quantia registada. No entanto, se o risco envolvido é significativo, deve ser complementado com outros procedimentos relevantes.

Moderadamente eficaz

O procedimento destina-se apenas a corroborar prova obtida através de outros procedimentos. É obtido um nível moderado de garantia de fiabilidade.

Limitado Procedimentos básicos, tais como comparar uma quantia no período corrente com o período anterior, são úteis, mas proporcionam apenas um nível limitado de garantia de fiabilidade.

Técnicas

Há um conjunto de técnicas possíveis que podem ser usadas para efetuar procedimentos analíticos substantivos. O objetivo é selecionar a técnica mais apropriada para proporcionar os níveis de garantia de fiabilidade e precisão pretendidos. Essas técnicas incluem:

• Análises de rácios;

• Análises de tendências;

Análises de ponto de equilíbrio (break-even);

• Análises de padrões; e

• Análises de regressão.

Cada técnica tem os seus pontos fortes e fracos particulares, que devem ser considerados pelo auditor ao conceber os procedimentos analíticos. Uma técnica complexa tal como as análises de regressão pode proporcionar conclusões estatisticamente mais fiáveis sobre uma quantia registada. No entanto, uma técnica simples tal como multiplicar o número de apartamentos pela renda aprovada (por arrendamento) e ajustar o resultado pelos apartamentos vagos pode proporcionar uma estimativa fiável e precisa do rendimento de arrendamentos.

Quadro 6.3-6 Fatores a considerar Conceber procedimentos analíticos substantivos

Apropriação face à natureza das asserções.

Fiabilidade dos dados (internos ou externos) a partir dos quais se desenvolve a expectativa das quantias registadas ou rácios. Isto requer testes sobre o rigor, a existência e a plenitude da informação subjacente, tal como testes aos controlos ou executar outros procedimentos de auditoria específicos, possivelmente incluindo o uso de técnicas de auditoria assistidas por computador (CAAT).

Se a expectativa é suficientemente precisa para identificar uma distorção material ao nível da garantia de fiabilidade desejada.

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6. RESPOSTA AOS RISCOS AVALIADOS

6.3. Procedimentos de auditoria adicionais

Quadro 6.3-7

Questões a tratar Estabelecer relações significativas entre a informação

As relações foram desenvolvidas a partir de um ambiente estável?

Expectativas fiáveis e precisas podem não ser possíveis num ambiente dinâmico ou instável.

As relações são consideradas a um nível detalhado?

A desagregação de quantias pode proporcionar expectativas mais fiáveis e precisas do que um nível agregado de quantias.

Há fatores compensatórios ou complexidade em componentes muito resumidos que possam esconder uma distorção?

As relações envolvem itens sujeitos à discricionariedade do órgão de gestão? Se sim, podem proporcionar expectativas menos fiáveis ou precisas.

O grau de fiabilidade dos dados usados para desenvolver expectativas precisa de ser consistente com os níveis de segurança e de precisão que se espera obter dos procedimentos analíticos. Outros procedimentos substantivos podem também ser exigidos para determinar se os dados subjacentes são suficientemente fiáveis. Também podem ser considerados testes aos controlos para tratar outras asserções tais como a plenitude, a existência e o rigor dos dados. O controlo interno sobre informação não financeira pode frequentemente ser testado em conjugação com outros testes aos controlos.

Quadro 6.3-8

Questões a tratar Os dados são suficientemente fiáveis para atingir o objetivo da

auditoria?

Os dados foram obtidos apenas de fontes dentro da entidade, ou de fontes independentes externas à entidade?

A fiabilidade da prova de auditoria é maior (com algumas exceções) quando é obtida de fontes independentes externas à entidade.

Os dados de fontes dentro da entidade foram desenvolvidos por pessoas que não sejam diretamente responsáveis pelo seu rigor?

Se sim, considerar procedimentos adicionais para testar o rigor.

Os dados foram desenvolvidos num sistema fiável com controlo interno adequado? Há dados da indústria disponíveis para comparar com os dados da entidade?

Os dados foram sujeitos a testes de auditoria no período corrente ou no período anterior? As expectativas do auditor em relação às quantias registadas foram desenvolvidas a partir de fontes variadas?

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6. RESPOSTA AOS RISCOS AVALIADOS

6.3. Procedimentos de auditoria adicionais

Nalguns casos, serão utilizados na execução de procedimentos analíticos dados não financeiros (por exemplo, quantidades e tipos de itens produzidos). Consequentemente, o auditor precisa de uma base adequada para determinar se os dados não financeiros são suficientemente fiáveis para efeitos da execução dos procedimentos analíticos.

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