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59Aula 8 – Ansiolíticos

No documento Psicologia Aplicada à Reabilitação (páginas 59-62)

Caro aluno, a aula sobre os ansiolíticos será importante para o processo de compreensão dos tipos das drogas. Os ansiolíticos estão agrupados em diferentes características e consequências. Muitas pessoas utilizam para problemas desnecessários e assim se tornam dependentes.

Atualmente, estes tipos de medicamen- tos são denominados de ansiolíticos, ou seja, que “destroem” a ansiedade. Quando falamos de ansiolíticos esta- mos falando, praticamente, dos Ben- zodiazepínicos. De longe, os Benzo- diazepínicos são as drogas mais usadas em todo o mundo e, talvez por isso, consideradas um problema da saúde pública nos países mais desenvolvidos. Os benzodiazepínicos são capazes de estimular no cérebro mecanismos que normalmente equilibram estados de tensão e ansiedade. Ultimamente as

pesquisas têm indicado a existência de receptores específicos para os Ben- zodiazepínicos no Sistema Nervoso Central (SNC), sugerindo a existência de substâncias endógenas (produzidas pelo próprio organismo) muito parecidas com os benzodiazepínicos.

Tais substâncias seriam uma espécie de “benzodiazepínicos naturais”, ou mais precisamente, de “ansiolíticos naturais”.

Como consequência desta ação, os ansiolíticos produzem uma depressão da atividade do nosso cérebro que se caracteriza por:

• diminuição de ansiedade;

• indução de sono;

• relaxamento muscular;

• redução do estado de alerta.

Figura 8.1: ansiedade

É importante notar que os efeitos dos benzodiazepínicos podem ser forte- mente aumentados pelo álcool e a mistura álcool + benzodiazepínico pode ser prejudicial. Os Benzodiazepínicos são utilizados nas mais variadas formas de ansiedade e, infelizmente, sua indicação não tem obedecido, desejavel- mente, determinadas regras básicas. Os Benzodiazepínicos são ansiolíticos e nada mais que isso, não são antineuróticos, antipsicóticos ou antiinsônia, como podem estar pensando muitos clínicos e pacientes.

A melhor indicação para os Benzodiazepínicos é para os casos onde a ansie- dade NÃO faça parte da personalidade do paciente, ou seja, para os casos onde a ansiedade tiver um início bem delimitado no tempo e uma causa bem definida.

8.1 Efeitos colaterais

O principal efeito colateral dos ansiolíticos benzodiazepínicos é a sedação e sonolência, variável de indivíduo para indivíduo e de acordo com a dose do medicamento. Um aumento da pressão intraocular teoricamente pode ocorrer, mas, na clínica, trata-se de raríssima observação. Os efeitos terato- gênicos (malformações fetais) são ainda objeto de estudo, porém, tendo em vista sua utilização clínica durante décadas, permite-se uma indicação mais flexível do “diazepam” durante a gravidez. Na prática clínica tem demons- trado que a dependência aos Benzodiazepínicos pode acontecer, mas não invariavelmente. A tendência do paciente em aumentar a dose dos Benzo- diazepínicos para obter o mesmo efeito, ou seja, a tolerância parece ser rara. Em relação a isso notamos, no mais das vezes, uma má utilização da droga. Isto é, em não sendo tratada a causa básica da ansiedade e esta se tornando mais intensa, haverá maior necessidade da droga.

Essa maior necessidade da droga decorrente do aumento da ansiedade e não deve, de forma alguma, ser confundida com o fenômeno da tolerância. Aos sintomas de abstinência aos Benzodiazepínicos, embora possa ser possível com alguns deles, o que observamos com mais frequência é o retorno dos sin- tomas psíquicos que promoveram sua indicação por ocasião de sua retirada. Antes de confirmar o diagnóstico de síndrome de abstinência convém obser- var, como alertamos, se tais sintomas não são os mesmos que anteriormente levaram o paciente a iniciar o tratamento.

Os casos de dependência aos Benzodiazepínicos relatados na literatura ou constatados na clínica se prendem, na grande maioria das vezes, ao uso

Isaias Pessoti, Ed. EPU, 1978.

Ter ansiedade ou sofrer desse mal faz com que a pessoa perca uma boa parte da sua autoestima, ou seja, ela deixa de fazer certas coisas porque se julga ser incapaz de realizá-las. No entanto, o termo ansiedade está de certa forma, interligado com a palavra medo, sendo assim a pessoa passa a ter o medo de errar quando da realização de diferentes tarefas, sem mesmo chegar a tentar. Esses dois aspectos, tanto a ansiedade quanto o medo, não surgem na vida da pessoa por uma escolha; acredita-se que de certa forma, alguma palavra dita no seu passado por alguém, uma ofensa, um comentário, uma atitude negativa em relação à pessoa que sofre desse mal, pode ser a causa principal do surgimento desses sintomas. É necessário então que a pessoa encontre um meio de superação e continue vivendo, tendo a certeza, que as coisas ruins vividas no passado servirão apenas de crescimento e amadurecimento futuro. A atividade física está associada à redução de estados de ansiedade.

Psicologia aplicada à dependência

muito prolongado e com doses acima das habituais. Há uma tendência atual em se considerar o fenômeno da dependência ao Benzodiazepínico, até cer- to ponto, mais dependente de traços da personalidade do que de alguma característica da droga.

Antes de considerarmos a dependência, pura e simplesmente, devemos ter em mente que se o Benzodiazepínico não foi bem indicado e estiver sendo usado como paliativo de uma situação emo- cional não resolvida, como atenuante de uma situação vivencial problemática, como corretivo de uma maneira ansiosa de viver, enfim, como um “tapa-bura- cos” para alguma circunstância existen- cial anômala, então a sua supressão co- locará à tona a penúria situacional em que se encontra a pessoa, dando assim a falsa impressão de dependência ou até de síndrome de abstinência.

http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/ LerNoticia&idNoticia=212

“Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.” Mário Quintana

8.2 Efeitos físicos e psíquicos

• Estimulam os mecanismos do cérebro que normalmente combatem esta- dos de tensão e ansiedade, inibindo os mecanismos que estavam hiper- funcionantes, ficando a pessoa mais tranquila, como que desligada do meio ambiente e dos estímulos externos.

• Produzem uma atividade do cérebro que se caracteriza por diminuição da ansiedade, indução do sono, relaxamento muscular, redução do estado de alerta.

• Dificultam os processos de aprendizagem e memória.

• Prejudicam, em parte, as funções psicomotoras afetando atividades como, por exemplo, dirigir automóveis.

Figura 8.2: relógio

Fonte: © tiptoee / www.shutterstock.com

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