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Capítulo 3 Electro Metallurgica Brasileira

N. Acionista Profissão Cidade

84 Aurelio de Andrade Junqueira Comissário São Paulo

85 Cia. Guatapará Sociedade Anônima São Paulo

86 Antonio M.Alves Lima Lavrador São Paulo

87 Dr. Alfredo Pujol Advogado São Paulo

88 Dr. Luis Marinho Azevedo Engenheiro Jaú

89 Cel. Abilio Alves Marques Lavrador São Paulo

90 Dr.Januario dos Santos Nora Engenheiro São Paulo

Os acionistas foram numerados, para melhor identificação de seus representantes/procuradores, que compareceram na constituição da empresa; a assinatura da escritura se deu no 11° tabelionato da cidade de São Paulo, situado a Rua São Bento, n° 42- A, juiz responsável, Dr. A. Gabriel da Veiga, firmando uma sociedade anônima.

No quadro de acionistas estavam distribuídos conforme o quadro a seguir:

Tabela 4 - Acionistas por profissão

Fonte: (SÃO PAULO,1923)

A porcentagem majoritária, como verificamos no Quadro anterior, foram de lavradores, como eram designados os fazendeiros de café do período que também apareciam com as denominações: capitalista, fazendeiro/capitalista e ou proprietário; entre os acionistas estavam 7 engenheiros que participaram do projeto e funcionamento da fábrica, alguns participantes desde a empresa Força e Luz, como é o caso de George A. Hodge e o próprio Flávio Uchôa, que participava como engenheiro, capitalista e fazendeiro.

A sociedade foi formada com um capital de 6.000 contos de Réis (6.000:000$000), divididos em ações de 200 Réis (200:000), duração de 50 anos. (RIBEIRÃO PRETO,2003)14F

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Tabela 5 - Principais Acionistas

Fonte: APHRP

Ao analisarmos os principais acionistas da empresa, notamos que a família Prado, encabeçada por Flávio Uchôa, detinha majoritariamente as ações da empresa, outros cafeicultores tinham parte considerável das ações e distribuídas entre outras profissões parte menor.

Com o Decreto n°14.707, de 2 de março de 1921,

Autoriza o Ministerio da Agricultura, Industria e Commercio, a contractar com a Companhia Electeo-Metallurgica Brasileira, com séde na capital de S.Paulo, a installação na cidade de Ribeirão Preto. De uma usina para a fusão de minério de ferro, fabricação e laminação de aço pelo processo de altos fornos electricos, de accôrdo com o disposto no decreto n.4.26, de 6 de janeiro de 1921. (BRASIL, 1921)

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No jornal Diario da Noite na edição de 2 de janeiro de 1927, uma empresa oferecia empréstimos imobiliários para hipoteca. Menciona que um bilhete de loteria valia 3.000 réis. Oferece o empréstimo de 16.750 (dezesseis contos e setecentos e cinquenta réis) para pagamento em 370 parcelas de 1.000 réis tendo como garantia uma casa no valor de 31.000 (trinta e um contos). O pagamento do empréstimo deve ser feito em 30 anos. Isso dá uma estimativa imprecisa dos valores empregados para formar o capital inicial da siderúrgica, bem como mostra que os empréstimos e doações governamentais foram cruciais para implantar a fábrica.

No artigo 1°, deste decreto, autoriza o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio a contratar com a Electro Metallurgica Brasileira, a instalação de usina para fusão de minério, fabricação e laminação de aço utilizando o processo de altos fornos elétricos (fornos suecos electrometals), a carbonização de madeira para o aproveitamento dos subprodutos, a fabricação de cimento com o aproveitamento das escórias dos fornos e gases da madeira e aquisição ou construção de estradas de ferro para o transporte da matéria prima, intermediado pelo Ministério dos negócios da Viação e Obras Públicas, o contrato, prevê:

O Governo Federal da Republica dos Estados Unidos do Brasil concederá, durante o prazo de trinta annos, a contar da data da assignatura do contracto, isenção de direitos de importação inclusive os de expediente, para os seguintes materiaes:

a)

machinismos, materias primas, o materiaes que forem destinados á construcção, producção, utilização industrial, custeio e conservação da usina para fabricação de ferro gusa, aço, ligas e suas laminações, bem como concentrados;

b)

motores e mais material para as installações electricas e linhas de transmissão de força que tiver de construir para fornecimento de energia á usina e tambem para as installações hydro-electricas que de futuro venha a montar, para o desenvolvimento da usina;

c) fornos, machinismos e materiaes destinados á carbonização da madeira e utilização dos sub-

productos desta (acetona, acido acetico, creosoto, etc.);

d) machinismos e materiaes para utilização das escorias dos altos fornos, para a fabricação de cimento

e adubos;

e)

machinismos e material para as suas officinas de reparação, quer de material electrico, quer do demais material da usina de fusão e laminação e annexos.

II

O Governo Federal concederá tambem isenção de todos os impostos federaes, que incidam sobre a construcção e exploração das minas e fabricas e seus productos, durante o prazo estipulado na condição anterior.

III

A Companhia Electro-Metallurgica Brasileira gosará do direito de desapropriação, na fórma das leis em vigor, para os terrenos de que precisar para o custeio regular e desenvolvimento de seu serviço e para as linhas de transmissão de energia electria destinadas ao mesmo fim.

IV

A Companhia electro-Metallurgica Brasileira terá o direito de utilizar-se das quédas de agua do dominio federal, que para desenvolvimento da industria forem julgadas precisas, uma vez que não sejam essas quédas de agua indispensaveis aos serviços federaes, obrigando-se, entretanto, a cumprir todas as disposições que forem estipuladas na legislação sobre aguas, ora em estudos no Congresso Nacional.

V

O Governo Federal estabelecerá nas estradas de ferro e navios da União tarifas as mais baixas possiveis, para o transporte dos machinismos, materiaes e productos das minas e officinas da Companhia, e promoverá junto ás estradas de ferro e emprezas de navegação que gosarem de favores da União a reducção ao minimo das tarifas para taes artigos.

a)

a cumprir, na exploração de suas jazidas de ferro e outros metaes, e nas industrias que installar, as disposições do decreto n. 4.265, de 15 de janeiro de 1921, e bem assim os regulamentos que para a sua execução forem expedidos;

b) a permittir que todas as suas minas, bem como as officinas e dependencias, sejam visitadas pelos

fiscaes do Governo, nos quaes fornecerá todas as indicações e esclarecimentos que forem pedidos;

c) a fornecer ao Governo, quando for solicitado, todos os dados estatisticos sobre a producção de suas

minas, methodos empregados, resultados obtidos etc.;

d)

a admittir nos seus serviços, sempre que for possivel, pessoal technico e operario nacional, mantendo por sua conta um nucleo de aprendizagem de technica electro-siderurgica.

VII

A Companhia Electro-Metallurgica Brasileira contribuirá com a quota nunca inferior a doze contos de réis (12:000$000) annuaes, pagos em semestres adeantados, para fiscalização de seus serviços. VIII

O Governo Federal poderá em qualquer tempo, por necessidade de salvação publica, ou caso de guerra, requisitar todos os bens da Companhia, de conformidade com as leis em vigor.

IX

O Governo Federal estabelecerá multas de um conto de réis (1:000$000) a dez contos de réis (10:000$000), elevadas ao dobro nas reincidencias, para a falta de cumprimento, por parte da Companhia Electro-Metallurgica Brasileira, das obrigações que forem estabelecidas.

X

O presente decreto ficará de nenhum effeito si, dentro do prazo de trinta dias, contados da publicação no Diario Official, não tiver a Companhia Electro-Metallurgica Brasileira assignado o respectivo contracto.

Art. 2º Revogam-se as disposições em contrario.

Rio de Janeiro, 2 de março de 1921, 100º da Independencia e 33º da Republica. EPITACIO PESSÔA.

Simões Lopes.

O contrato acima reitera a normatização governamental para o estímulo da siderurgia no País, oficializando o funcionamento da usina.

A inauguração “oficial” ocorreu em 27 de agosto de 192215 F 16

, com a presença do Presidente da República, Epitácio Pessoa – PRM e o do Presidente de São Paulo, Washington Luiz – PRP e que se tornaria Presidente da República de 1926 a 1930, Prefeito de Ribeirão Preto, João Rodrigues Guião – PRP, sendo a fábrica apelidada de “Usina Epitácio Pessoa” em homenagem ao Presidente da República.

Desde a constituição da empresa em 1920 até sua inauguração em 1922, alguns fatores impediram que a empresa funcionasse na sua plenitude.

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Informação obtida no processo de tombamento da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto n°02 2003 026116-0; outra data é apresentada no artigo de Paulo Henrique Vaz Lara (2009), a data em outubro de 1921, baseado nas informações do memorialista Rubem Cione (1993).

3.5 – Percalços – impedimentos para plena operação

Para extração do minério, localizado no Morro do Ferro, foi necessária a construção de um ramal ferroviário de extensão de 14 quilômetros e 600 metros, a partir do quilômetro 118 do ramal da Companhia Mogiana - Passos a Guaxupé, no trajeto a construção de uma ponte sobre o rio Santana se fez necessária; fortes chuvas precipitaram no local em setembro de 1922 até o início de 1923 atrapalhando a empresa de constituir estoque para suas operações; conflitos, com proprietários de terras mineiros, tiveram que ser resolvidos acionando o Governo de Minas Gerais; como solução imediata para suprir o estoque, adquiriu-se do Governo Federal, 400 toneladas de minério do estoque de Ipanema. (SÃO PAULO, 1923)

3.5 – Inauguração e funcionamento

Na figura abaixo, o jantar de confraternização oferecido aos participantes da inauguração, exaltado por publicação da revista A Cigarra.

Figura 7 – Banquete oferecido ao Dr. Epitácio Pessoa na inauguração

Fonte: Revista A Cigarra 1922 – Arquivo Público do Estado de São Paulo

A elite ribeirão-pretana era representada por altos membros do PRP – Partido Republicano Paulista, como por exemplo, o Coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira (Quinzinho da Cunha), número 27 da lista de acionistas, citado como proprietário, sendo um dos grandes cafeicultores da região, grande influência política local, regional e nacional

com quem Flávio Mendonça Uchôa tinha bom relacionamento e acesso livre à câmara municipal de Ribeirão Preto; as elites ribeirão-pretanas tinham forte poder de influência nas decisões políticas nacionais, devido ao modelo político e econômico vigente no período.

Para operacionalizar o funcionamento da empresa, em 1920 foram adquiridos 50 alqueires no bairro Tanquinho, município de Ribeirão Preto para instalação da Companhia Metalúrgica, bairro atualmente de mesmo nome, e que à época dizia-se ficar próximo a Ribeirão Preto. (SÃO PAULO, 1923).

Foram adquiridos da Companhia Mogiana um trecho de dois quilômetros e meio, partindo do Km 322 da linha férrea do Rio Grande, para dinamizar a logística de construção e transporte do maquinário para o empreendimento. (SÃO PAULO, 1923).

No mesmo ano, firmou-se contrato com a empresa norte-americana Corning & Comp, Inc. de New York, que ficou encarregada de elaborar os estudos, estrutura metálica do edifício, cobertura e revestimento externo, as máquinas, os fornos e o material refratário; ficando a cargo do consórcio de acionistas as fundações do edifício e a mão de obra. (SÃO PAULO, 1923).

Acha, porem, a Directoria que, por emquanto, deve ser montada apenas uma installação para a produção diária de 60 toneladas, fazendo-se os aumentos necessarios de acordo com o desenvolvimento que a industria for tendo. A directoria tem-se entendido com os fabricantes de fornos e diversa machinas sobre a melhor forma de pagamento do custo de instalação e da sua manutenção, no período de experiencias, de modo a garantir a Empreza contra qualquer eventualidade própria de uma industria inteiramente nova em nosso Paiz, tendo nesse sentido encontrado muito boa vontade daqueles industriaes. (RIBEIRÃO PRETO, 1921)

O edifício da usina foi fabricado com aço e revestido de zinco, ao lado da fábrica unido por uma ponte de madeira estava o almoxarifado e ainda um prédio onde funcionavam o laboratório de análises, escritório da gerência, contabilidade e um posto de socorro médico. (SÃO PAULO, 1923), demonstrado na figura a seguir:

Figura 8 – O Grande elevador de madeira da fábrica, unindo a produção aos prédios dos laboratórios de análises, almoxarifado, escritórios administrativos e abastecimento de matérias primas que chegavam via

férrea.

Fonte: Revista A Cigarra de 1 de novembro de 1922. Arquivo Público do Estado de São Paulo

O método construtivo da fábrica representa inovação para o período e sua preservação representa uma valorização do patrimônio histórico, o que possibilita campo para estudos nos setores: siderúrgico, industrial, arquitetura, arqueologia histórica, história do trabalho, dentre outros. (RIBEIRÃO PRETO, 2003)

Figura 9 – Cia. Electro Metallurgica, vista do prédio. No lado esquerdo, ao fundo, a estação de trem

O material elétrico foi adquirido da empresa General Electric Comp, no custo de $94.850,6016F

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. (SÃO PAULO,1923)

Figura 10 - O maior transformador da América do Sul, com capacidade para 5000 kilowats, 30 000 volts, fabricação da General Electric Company, New York, instalado nas proximidades das usinas da Companhia Electro-Metallurgica Brasileira

Fonte: Revista A Cigarra 1922 – Arquivo Público do Estado de São Paulo

A Figura anterior foi divulgada no número 196 da revista A Cigarra, datada de 15 de novembro de 1922, notamos que foi elencada somente esta foto na edição sem maiores informações, mas nitidamente exaltando o feito siderúrgico da cidade de Ribeirão Preto, em conjunto com outras notícias glorificando os componentes republicanos.

O preço da empreitada foi de $520,000, calculavam e admitiam um excedente de no máximo $40,000 no investimento; no balancete divulgado consta-se que, do valor

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Valores expressos em dólares de acordo com informações fornecidas no diário oficial do Estado de São Paulo de 23 de maio de 1923.

total, restava-se pagar o valor de $37, 353,67, sendo que este valor já estava depositado no Banco Francese e Italiano para América do Sul, para ser utilizado pela Mechanica & Metals National Bank, que se incorporou a Lincoln Traste Comp., cessionário do crédito da Corning & Comp. Inc. que incidiam sobre a metalúrgica, neste ponto constatamos que as finanças dos acionistas estavam bem equalizadas e saudáveis. (SÃO PAULO, 1923).

O custo global da usina foi na quantia de rs.7:394:423$73717F 18

, do qual estava quitado mais ou menos em 80 por cento no balancete do ano de 1923.

3.6 – O sueco – forno electrometals

Dois altos fornos foram adquiridos da patente Electrometals Ltda, com capacidade produtiva de 25 toneladas diárias; com conversores Bessemer com os respectivos compressores, um forno Lundlum para refino do aço com capacidade de 24 toneladas diárias em quatro etapas, dois fornos de reaquecimento, dois trens de laminação, duas pontes rolantes com guindastes, todo aparelhamento elétrico com subestação de alta tensão transformadora, quadros de distribuição, motores, tornos e todos os acessórios indispensáveis para a execução do projeto. (SÃO PAULO, 1923).

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Figura 11- Vista interna do grande forno suéco da Companhia Metallurgica de Ribeirão Preto, destinado a converter em aço líquido a guza com capacidade para 30 toneladas diários e por meio de ar líquido infectado por compressor

Fonte: Revista A Cigarra 1922 – Arquivo Público do Estado de São Paulo

A opção tecnológica para redução do minério foi a utilização do forno sueco Electrometal foto acima já citado no segundo capítulo, vamos verificar seu funcionamento.

Este forno tem seu funcionamento pelo sistema de arco voltaico, com corrente trifásica, porém parte de sua eletricidade ocorre devido a passagem da corrente através de resistências formadas pela escória e pelo ferro derretido. O arco não fica entre dois eletrodos, mas apenas um, diferente de outros tipos de fornos elétricos como os desenvolvidos por: Stassano, Heroult e Girod. (TYSKLIND,1923)

Os princípios da construção do forno Electrometal, conforme observações de Tysklind (1923), são:

I. Sendo todas as matérias – em temperatura muito alta bons conductores de eletricidade, evitar-se-hia, antes de tudo, que a corrente não passe, em vez pela carga, pelas paredes do forno alto electrico.

II. A própria carga do forno há de realisar a protecção suficiente das paredes contra a radiação dos arcos ou a conducção da corrente, pois, do contrario, se gastaria muita energia, pelo necessário resfriamento á água.

III. O peso da carga em cima dos electrodes, não deve fazer maior compressão nelles, do que fôr suficiente para formarem os pequenos arcos voltaicos, de que acima falamos. Não durante o funcionamento do forno baixa demais, o que traz a necessidade muito maiores dimensões em toda a parte

electrica da instalação e ainda uma funcção menos regular e menos segura do forno.

IV. Num alto forno electrico, o carvão vegetal entra unicamente para a redução do minério e não é queimado com ar, visto que o ar não entra no processo. Esta facto torna indispensável a previsão de uma “câmara de fusão” (parte inferior do forno), bastante ampla, para servir de misturador, possibilitando assim a obtenção de um ferro de qualidade determinada e invariavel. No caso contrario tem-se verificado, que a porcentagem essa que define grandemente suas qualidades – não fica certa.

Para satisfazer essas condições, a dita câmara recebeu a forma de um cadinho relativamente amplo, coberto de abóboda com o aspecto de uma cupola redonda, cujo centro é a continuação da parte superior do forno alto, ficando as margens bastante salientes. Se agora, as matérias constituintes da carga descerem pelo centro, eles se espalham pela câmara de fusão, misturando-se melhormente. Rente a cupola ellas deixam vasio um pequeno espaço,contendo gaz somente. Alli são introduzidos os electrodes. Assim, a construção do forno alto electrico permite cumprir as condições principaes sob I, II , III e IV. (TYSKLIND,1923).

A regulagem de energia é um outro ponto importante neste tipo de forno elétrico, enquanto nos fornos de refinação, com eletrodos, a energia elétrica se regula com a movimentação dos eletrodos, afastando ou aproximando-os. No alto forno esta regulagem é bastante complicada, por funcionar com a circulação de gás sob alta pressão; no alto forno elétrico, a regulagem dos eletrodos não ocorre mecanicamente, toda a regulagem é realizada variando a corrente elétrica, na parte alta dos grandes transformadores do forno; o equipamento utilizado especificamente para esta finalidade, ligando ou desligando as bobinas de alta tensão e, sem perder energia, regula indiretamente a voltagem na parte inferior do forno; o benefício deste tipo de regulagem se mostra na possibilidade de regulagem à vontade e independente. Cada uma das fases da corrente trifásica, conforme necessário, um exemplo: numa fase pode trabalhar com 80 volts e em outras com 70 volts ou menos; facilitando o serviço do forno. (TYSKLIND,1923).

Figura 12 - Planta do forno elétrico sueco Electrometals

Fonte: TYSKLIND (1923)

Divide-se o forno em duas partes, parte superior: boca, cuba, ventre e rampa; e parte inferior: cadinho ou câmara de fusão.

A primeira parte é apoiada separadamente, deixando a segunda parte livre, para trocar a câmara de fusão, pode substituí-la sem prejudicar o forno alto.

Os fornos costumam trabalhar com 6 electrodes, que atravessam a abóboda da câmara de fusão, com as dimensões de 550 a 600 millimetros de diâmetro e protegidos na passagem com latas de construção bastante difícil, que visam o eficaz resfriamento dos electrodes e que se acham imbutidas na alvenaria. O numero de 6 electrodes é o mínimo para assegurar nestes fornos uma temperatura igualmente distribuída em toda a câmara, o que influe favoravelmente no serviço e na qualidade do ferro fabricado. (TYSKLIND,1923)

O alto forno elétrico também produz gás, como qualquer outro tipo de forno, mas em menor quantidade e melhor qualidade, por não conter o nitrogênio do ar, aproveitando o gás para alimentar um refinador; parte deste gás circula pelo forno, acionado por um ventilador potente, dois tubos são colocados na boca do forno, diametralmente opostos, o gás sai por cima, voltando novamente para baixo; este processo é essencial para o bom funcionamento do alto forno elétrico. (TYSKLIND, 1923).

Outro tubo na boca do forno destina-se a conduzir a outra parte do gás para o forno de refino, um quarto tubo serve unicamente para manter constante a pressão do gás no forno, elevando-se de 20 a 50 milímetros de água. (TYSKLIND, 1923).

A circulação do gás se faz depois de sair o gás pelos dois tubos mencionados, atravessa um limpador de pó, outro de lavagem de água, em seguida é aspirado pelo ventilador de 20 a 40 cavalos de força, movido a lavagem por água, este processo comprime o gás que é tragado para dentro do forno, por 6 tubos e bocas, dispostos ao redor da câmara cilíndrica de fusão, a função do gás no forno é múltipla. Primeiro, a abóbada da câmara de fusão é resfriada; depois, com o calor na passagem, é transportado para a parte superior, onde entra em contato com os materiais contendo carga. Por fim, o gás tem em média a temperatura de 60 a 100 graus na saída do forno, após sua limpeza e lavagem, perde ainda mais temperatura, chegando na parte de baixo com 15 a 25 graus; este processo de circulação de gás era inovador para o período, deixando o alto forno elétrico Electrometals, com vantagens em relação a outros fornos, e com desempenho que gerava economia, o que o tornava extremamente viável. (TYSKLIND, 1923)

Este tipo de forno estava sendo utilizado na cidade de Hagfors, na Suécia, com 4 altos fornos elétricos em funcionamento, trazendo vantagens como: menor gasto de carvão para a redução, função sempre constante, qualidade de ferro invariável, maior durabilidade da câmara de fusão, aumento da capacidade dos fornos, muito acima do previsto. (TYSKLIND, 1923)

Em relação ao consumo de carvão, em Hagfors, realizaram-se experiências,

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