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Avaliação da escrita expressiva e da MT: procedimentos, instrumentos e

4 INTERVENÇÕES METACOGNITIVAS EM PRODUÇÃO DE TEXTO E

4.2 TDAH E PRODUÇÃO DE TEXTO: O DIFÍCIL DESAFIO DE GERAR, ORGANIZAR

4.3.2 Avaliação da escrita expressiva e da MT: procedimentos, instrumentos e

A avaliação para comparar o desempenho dos grupos ocorreu em três momentos: Teste 1 (T1) pré-teste, anterior ao processo de intervenção; Teste 2, pós-teste imediato, logo após o término; Teste 3 (T3) pós-teste diferido, três meses após o término das intervenções. Os mesmos

instrumentos foram utilizados nos três momentos. Foi realizada por avaliadores externos que, no momento de aplicação, desconheciam o tipo de intervenção do qual sujeito avaliado participava e, no momento da correção dos testes, desconheciam, também, a etapa da avaliação (T1, T2 ou T3) que ele havia sido aplicado.

Os instrumentos utilizados para avaliar os componentes da MT foram os Dígitos (Wechsler, 2013), Spatial Span Task, uma tarefa produzida por Psychology Software Tools, Pittsburgh – PA e Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (RAVLT), aplicados individualmente.

- Dígitos Ordem Direta (DI-OD) e Ordem Inversa (DI-OI), do WISC-IV (Wechsler, 2013): avalia a capacidade de retenção de imediata de informações verbais (OD) e o controle executivo para operá-la (OI). - Spatial Span Task – OD e OI: na OD avalia as capacidades de retenção imediata de informações visuoespaciais e na OI a sua manipulação (SHIELS, 2008). O instrumento utilizado é uma adaptação computadorizada da tarefa Corsi’s Block Tapping Task e subteste Spatial Span subteste integrado ao WISC-IV (Wechsler, 2013), que incorporou características da Spatial Span Task de CANTAB, disponibilizada por Psychology Software Tools, Pittsburgh- PA (SHIELS, 2008). Assemelha-se ao teste Dígitos na apresentação de sequências progressivas de estímulos e por requerer respostas em ordem direta e inversa, porém difere na modalidade dos estímulos que são visuoespaciais.

- Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (RAVLT) (DINIZ et al., 2010) : avalia a alça fonológica e o buffer episódico (Martins & Ortiz, 2009; Nobre, et al., 2013). Consiste na leitura, pelo examinador, de uma lista de 15 palavras (lista A), com um intervalo de um segundo entre os itens. Esse procedimento é repetido por cinco vezes consecutivas e cada apresentação é seguida pela solicitação da evocação oral das palavras lembradas pelo participante (A1, A2, A3, A4, A5). As instruções são repetidas antes de cada ensaio.

Após a conclusão dos cinco ensaios, uma segunda lista de interferência contendo mais 15 palavras (Lista B) é lida. Solicita-se ao participante que fale as palavras dessa segunda lista. Imediatamente após a essa tarefa distratora, o indivíduo é solicitado a dizer, espontaneamente, as palavras recordadas da Lista A (A6). Após 20 a 30 minutos, solicita-se, novamente, para que diga as palavras as palavras recordadas da Lista (A7). Ao final, apresenta-se uma lista de 50 palavras contendo as palavras das listas A e B e mais 20 palavras fonética ou semanticamente semelhantes as das listas. O examinar lê palavra por palavra da lista e solicita que o participante identifique se a mesma pertence ou não à primeira lista (lista A). A pontuação total é obtida

pelo número de palavras corretamente memorizadas a cada tentativa. Neste estudo foram consideradas as medidas A1e A7.

Os instrumentos empregados para avaliar a expressão escrita foram o DB (Moojen, 2011), aplicado durante o processo de seleção da amostra e a Tarefa de Produção de Texto Narrativo -TPTN (Apêndice 2). A avaliação foi realizada por psicopedagogas, a aplicação foi coletiva.

- TPTN - Na aplicação da tarefa, solicitava-se aos participantes que prestassem atenção a uma pequena história que seria lida. Após a leitura da história, o avaliador lia o enunciado que constava na tarefa: “Agora é a sua vez de contar uma história, escrevendo uma narração. Você poderá continuar contando a história que foi lida, ou criar outra história com o tema “a caminho da escola”. Esclarecia-se que o tempo limite de realização era de 30 minutos. Não foi fornecido nenhum material de apoio ou indicação de uso de qualquer estratégia de planejamento ou de revisão do texto.

Os textos escritos nas três etapas de avaliação foram codificados com números aleatórios, gerados no programa Microsoft Excel, de modo ocultar a identificação dos textos. A tarefa foi corrigida por dois avaliadores externos, sendo um pedagogo e psicopedagogo e o outro pedagogo e com licenciatura em Letras, com pós-graduação e larga experiência no ensino fundamental. Ambos desconheciam o objetivo do estudo, a fase de avaliação e a identidade e a escolaridade dos participantes. Os avaliadores participaram de uma oficina de correção com textos, na qual receberam orientação sobre os critérios de avaliação e o preenchimento da ficha de registro (Apêndice 4).

Para a avaliação da narrativa escrita, os diferentes tipos de indicadores de texto foram selecionados e agrupados de acordo com os processos de planejamento, tradução e revisão, envolvidos na escrita de um texto, de acordo com o modelo de Hayes e Flower (1980), conforme divisão apresentada no Quadro1 (Apêndice 3).

Utilizou-se o nível de articulação como uma medida do desempenho geral na produção de texto, cuja pontuação é obtida de acordo com categorias hierárquicas de 1 a 4: 1) história estruturalmente incompleta e mal articulada; 2) história com estrutura incompleta, relativamente bem-articulada; 3) história com estrutura completa, mal articulada; 4) história completa, bem-articulada (de acordo com da Costa e Boruchovitchb,2009, pp. 175-176).

Os resultados discordantes entre os avaliadores foram analisados pela primeira autora, que exerceu o papel de juiz. Quando a diferença de pontuação entre dados referiu-se a variáveis quantitativas, o juiz recorreu ao texto para identificar prováveis erros na contagem. Quando

resultava de uma variável qualitativa ou de contagem que tinha interferência subjetiva (elementos da narrativa e nível de articulação), foi feita a média entre as pontuações dadas pelos dois avaliadores. Após os ajustes, procedeu-se a organização das variáveis que se originaram de cálculos dos valores de outras variáveis.

Outros instrumentos utilizados foram o Instrumento de Avaliação do Desempenho do Aluno pelo Professor (IADAP) e o SNAP-IV.

- Instrumento de Avaliação do Desempenho do Aluno pelo Professor (IADAP): Trata- se de um pequeno questionário que foi elaborado para a presente pesquisa, que foi aplicado aos professores logo após o término das intervenções, com objetivo de obter informações sobre os resultados do desempenho dos participantes em contexto de sala de aula. O instrumento é composto por uma escala likert (range de -1 a 2) contendo 10 itens, sendo 4 relativos ao desempenho escolar e 6 relativos a aspectos comportamentais (Apêndice 8). Os pontos eram atribuídos conforme a descrição de desempenho assinalada pelo professor, sendo: apresentou decréscimo (-1), permaneceu como estava (0), melhora significativa (1) e melhora muito significativa (2). A medida do desempenho escolar e do desempenho comportamental foi obtida pela média dos pontos dos itens relativos a cada um deles.

- SNAP-IV: foi aplicado duas vezes, antes das intervenções, cujos dados também foram considerados na seleção da amostra, e logo após o término. Sendo que, para cada participante, os dois questionários foram preenchidos pelo mesmo professor. O instrumento foi aplicado com objetivo de verificar se houve mudanças quanto à intensidade dos sintomas após as intervenções.