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3. MATERIAIS E MÉTODOS 68

3.3. Metodologia 71

3.3.1. Avaliação da qualidade 72

Num primeiro momento, recomenda-se uma análise preliminar do conjunto de dados espaciais a avaliar e um estudo das respectivas especificações técnicas, antes de iniciar a avaliação da qualidade em si. O objetivo deste estudo inicial é identificar o elemento de qualidade a ser avaliado, conforme Tabela 4, e o âmbito desta inspeção de qualidade, conforme orienta a norma ISO 19114:2003. Esta etapa é essencial para identificar/elaborar a medida de qualidade a ser executada. Os procedimentos, documentos, dados de entrada e saída, são descritos a seguir.

3.3.1.1.Conjunto de dados espaciais

O conjunto de dados espaciais representa, no caso desta dissertação, o produto cartográfico ao qual se deseja avaliar a qualidade. Entretanto, pode ser representado por um pequeno grupo de dados, limitado por uma extensão espacial ou tipos de feições, alocados em um conjunto de dados maior. Teoricamente, o mesmo pode ser tão pequeno quanto uma simples feição ou um atributo de feição, contido num conjunto de

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Baseado e adaptado da Notação para Modelagem de Processos de Negócio (BPMN - Business Process

dados maior, conforme orienta a norma ISO 19114:2003. Um mapa impresso ou um cartograma podem ser considerados um conjunto de dados espaciais (ISO 19115:2003).

3.3.1.2.Especificações técnicas ou requisitos do usuário

Para comparar o mundo real com o terreno nominal (Tabela 3) são necessários alguns parâmetros. A aferição da qualidade de um conjunto de dados deve ser fundamentada por um documento, ou grupo de documentos, que contemple a descrição das características do terreno nominal a ser avaliado, ou seja, a documentação técnica do produto cartográfico e/ou os requisitos do usuário para uma determinada aplicação.

3.3.1.3.Catálogo de medidas de qualidade

Os conceitos de generalização cartográfica, as especificações técnicas do produto cartográfico e os elementos de qualidade citados compõem a base para o início da avaliação de qualidade. Estes respondem e complementam a questão "o que" avaliar de um conjunto de dados geoespaciais, além de fornecer fundamentos teóricos de como melhorar a representação do terreno nominal. Desta forma, seguindo a norma ISO 19114:2003, foram elaboradas 3(três) medidas de qualidade para avaliação da qualidade da Base Cartográfica Contínua 1:250.000, descritas no Apêndice A e ilustradas na Figura 39, em relação a completude de feições geográficas de hidrografia (trecho de drenagem, trecho massa d'água e massa d'água), em termos de comissão e omissão, e da acurácia posicional absoluta do conjunto de dados representados na referida base cartográfica. Nesta pesquisa, além das medidas de qualidade, foram criadas classes de ocorrências e de amostras, para auxiliar na contagem e mensuração relativas a cada medida de qualidade, sendo os procedimentos detalhados no tópico a seguir.

Preparo de classe de ocorrências e de amostras das medidas de qualidade

As classes de ocorrências são vinculadas aos objetivo das medidas de qualidade, com a função de discriminar cada ocorrência identificada no conjunto de dados espaciais avaliado, facilitar sua localização e posterior contagem das mesmas, auxiliando nas conclusões dos resultados da inspeção e na sua análise espacial.

A classe de ocorrências pode ser uma réplica, inicialmente sem registros, da classe de feições em aferição ou uma classe auxiliar onde é representada a ocorrência segundo uma determinada variável demandada pela medida de qualidade correspondente. A Figura 40 mostra o fluxograma deste procedimento e as etapas são descritas a seguir:

Figura 40 - Procedimentos para elaboração de classe(s) de ocorrência i) Analisar medida de qualidade

Inicialmente deve ser feito um estudo da finalidade da medida de qualidade. A classe de ocorrência visa auxiliar na identificação, localização, contagem e/ou cálculo da variável em estudo. Logo, de acordo com a proposta de avaliação, cada ocorrência da medida de qualidade pode ser observadas através da própria feição do conjunto de dados espaciais ou por meio de uma feição de auxílio. Na presente dissertação foram criadas classes de ocorrência tanto baseadas em classes existentes, no caso da completude, como auxiliares para medir o erro planimétrico, no caso da acurácia posicional absoluta.

Caso a avaliação seja referente a uma determinada classe ou a um conjunto de classes específicos, os passos "ii", "iii" e "iv" devem ser executados. Caso a avaliação seja referente a uma determinada variável a determinar ou mensurar, os passos "v" e "vi" devem ser executados. As ocorrências são propriedades que devem estar adequadas a sua representação no conjunto de dados espaciais em estudo.

ii) Preparar ambiente de trabalho: classe(s) de feições (ambiente QGIS)

No ambiente Quantum GIS, iniciar um novo projeto e verificar se o sistema de coordenadas cartográficas e geodésicas são compatíveis com a proposta do conjunto de dados espaciais a avaliar, no caso da BC250 sistema de coordenadas geográficas e referencial geodésico SIRGAS2000. Adicionar as camadas de feições referentes a medida de qualidade em avaliação No caso desta dissertação, as classes de feições carregadas são relativas a análise da completude, tanto para omissão quanto comissão, dos elementos da categoria de informação hidrografia: trecho de drenagem, trecho massa d'água e massa d'água.

iii) Exportar a classe(s) de feições com o prefixo referente a medida de qualidade

Cada classe carregada foi exportada para uma pasta específica onde foi incluído o código de identificação da medida de qualidade na denominação do shapefile; Por exemplo: "M10101_HID_MassaDagua.shp" e "M10201_HID_Trecho_Drenagem.shp", referentes aos casos de comissão e omissão das feições trecho massa d'água e trecho de drenagem.

iv) Criar classe(s) de ocorrência vazias

As classes de ocorrência exportadas foram então editadas com o objetivo de apagar os registros originais e deixar o shapefile vazio e pronto para receber as ocorrências relativas a medida de qualidade.

Na presente dissertação, no caso da completude, foram criadas 3 (três) classes de ocorrência, relativas ao agrupamento de feições avaliadas: trecho de drenagem, trecho massa d'água e massa d'água, tanto para os casos de omissão quanto comissão, conforme Figura 41.

iv) Preparar ambiente de trabalho: classe de mensuração

No ambiente Quantum GIS, iniciar um novo projeto e verificar se o sistema de coordenadas cartográficas e geodésicas são compatíveis com a proposta do conjunto de dados espaciais a avaliar, no caso da BC250 sistema de coordenadas geográficas e referencial geodésico SIRGAS2000.

vi) Criar a classe de ocorrência de acordo com a medida de qualidade

Uma classe de ocorrência com atributo(s) adequado(s) deve ser criada, conforme a proposta de avaliação da medida de qualidade.

Na presente dissertação, no caso da acurácia posicional absoluta foi criada uma feição com geometria tipo linha para medir o erro planimétrico entre o ponto representado na base cartográfica e seu homólogo coletado por GPS, considerado como verdadeiro no terreno. A criação de classes de ocorrências para auxiliar na mensuração de uma variável requisitada na medida de qualidade será subjetiva, mas deverá atender ao propósito da avaliação. Deste forma, foi criada a classe de ocorrência "M30101_ErroPlanimetrico.shp" com o atributo "ErroLinear", conforme Figura 42.

Figura 42 - Exemplo de classes de ocorrências criadas para acurácia posicional.