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A avaliação encontra-se intimamente relacionada com a gestão curricular, sendo através daquela que o professor vai recolher as informações que lhe possam mostrar o progresso dos seus alunos na disciplina, fazer o diagnóstico de problemas e carências na aprendizagem e no trabalho desenvolvido pelos alunos (ME, 2007; NCTM, 2007).

Segundo Pinto e Santos (2006) a avaliação das aprendizagens evoluiu da avaliação como medida ou balanço dos saberes para a avaliação como um instrumento de regulação pedagógica.

Enquanto a primeira avalia o resultado final da aprendizagem do aluno, a avaliação reguladora das aprendizagens é uma avaliação interativa que procura intervir para melhorar, centrando-se nos processos cognitivos dos alunos, associada ao feedback (Black & William, 1998; Gipps, 1999). O principal destinatário da avaliação é o aluno e a sua própria aprendizagem. Tem como propósito apoiar e orientar a aprendizagem dos alunos, como também envolvê-los na autorregulação do seu próprio trabalho. O aluno é implicado na sua aprendizagem, num processo de consciencialização das suas dificuldades e dos seus sucessos, estando mais focalizada no processo de aprendizagem do que nos resultados dessa aprendizagem. As investigações levadas a cabo sobre esta temática evidenciaram que a concretização de uma avaliação desta natureza pode melhorar significativamente o desempenho escolar dos alunos (Black & Wiliam, 1998; Wiliam & Thompson, 2007). Na avaliação formativa, Pinto e Santos (2006) salientam que a interpretação do afastamento entre o produto esperado e o realizado, e as

orientações que se dão posteriormente, são o núcleo duro da vertente formativa da avaliação. A regulação faz-se através de um processo de comunicação, que é muito importante para que se possa estabelecer um entendimento mútuo entre professor e aluno.

A utilização de um variado leque de técnicas e instrumentos durante a avaliação das aprendizagens dos alunos pode ser levada a cabo pela observação, por conversas com os alunos, pela resolução de problemas, entre outros, e da interação dos vários instrumentos resulta uma avaliação mais sólida da aprendizagem dos alunos uma vez que o professor recolheu mais informação sobre os mesmos (NCTM, 2007).

De acordo com Menino e Santos (2004) é a observação que permite completar a recolha de informação que se faz através de outras vias, pelo que será tido em conta a participação dos alunos nas tarefas de exploração, nomeadamente o empenho, a autonomia e o interesse. As discussões acerca das conclusões obtidas serão, também, momentos em que a observação será crucial, pois será considerado o grau de participação dos alunos nas mesmas.

O relatório escrito é definido por Varandas (2000, citado por Menino e Santos, 2004) como a produção sob a forma escrita que permite ao aluno descrever, analisar e criticar uma determinada situação ou atividade e que para além de instrumento de avaliação pode promover a aprendizagem, na medida em que o aluno tem que registar por escrito o seu pensamento, articular ideias e explicitar procedimentos. Este instrumento permite o desenvolvimento da comunicação escrita, levando o aluno reorganizar as suas aprendizagens anteriores numa nova situação (Pinto & Santos, 2006).

Segundo Sadler (1989), o feedback tem um papel decisivo na aprendizagem, sendo um elo fundamental entre a avaliação e a aprendizagem (Gipps, 1999). Segundo Gipps (1999), existem dois tipos de feedback: o feedback avaliativo, que se baseia principalmente na formação de juízos de valor e tem poucos efeitos de natureza reguladora, e o feedback descritivo, que se relaciona com o desempenho dos alunos face às tarefas propostas. O feedback descritivo divide-se em feedback especificando o progresso, em que o professor se limita a fazer apreciações dos trabalhos, identificando os conhecimentos e processos utilizados, indicando o que deve ser melhorado, sendo apenas da sua responsabilidade; e o feedback construindo o caminho seguinte. Neste último caso, é atribuído ao aluno maior controlo e responsabilidade, uma vez que este participa mais ativamente na sua aprendizagem (Gipps, 1999), existindo uma

colaboração entre professor e aluno. Este feedback só será eficaz se questionar e apontar pistas de ação futura (Santos, 2002). Foca-se, também, nas indicações precisas para melhorar, acontecendo de uma forma continuada, promovendo uma postura de reflexão e autoavaliação nos alunos, sem incluir juízos de valor. Assim, durante o apoio prestado pelo professor aos vários grupos, serão efetuados feedbacks orais e escritos de natureza essencialmente descritiva e indicativa do passo seguinte, de forma a permitir que cada grupo de trabalho oriente da melhor forma a sua produção escrita conseguindo-se, assim, uma aprendizagem mais efetiva, sustentada e objetiva.

Na proposta pedagógica que serve de base ao estudo, as atividades realizadas pelos alunos são essencialmente de natureza exploratória mas, ainda assim, recorre-se também à resolução de exercícios e problemas para que se apliquem os conteúdos e conceitos construídos durante as aulas e também de fichas de avaliação sumativa. Irão ser aplicados diversos métodos e instrumentos de avaliação uma vez que também são distintos os objetivos curriculares a avaliar e as formas como os alunos podem demonstrar os seus conhecimentos (ME, 2007; NCTM, 2007). Por outo lado, também se recorre à observação direta, às intervenções orais, às produções escritas nas tarefas e ao relatório escrito. Quanto ao saber estar, o mesmo também foi tido em consideração, nomeadamente em relação à pontualidade, à assiduidade, cumprimento das regras predefinidas, realização dos trabalhos para casa e autonomia na realização das tarefas.

Para a avaliação final dos alunos foi tida em conta a ponderação geral de avaliação utilizada na escola: 60% para o saber e o saber fazer e 40% para as atitudes e valores. No final do ano letivo, as avaliações da turma onde se aplicou a proposta pedagógica foram as seguintes:

- nível 2 – dois alunos; - nível 3 – um aluno; - nível 4 – seis alunos; - nível 5 – oito alunos.