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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.15. Avaliação das Atividades de Inspeção Realizadas no Período

Foi verificado na atividade de inspeção sanitária de produtos de origem animal com ênfase ao âmbito de atuação da Coordenadoria Regional do IMA em Juiz de Fora, que alguns parâmetros merecem melhor destaque, conforme descrito a seguir.

4.15.1. Pontos de Avaliação

Para avaliação dos resultados encontrados na pesquisa quanto à atividade de inspeção sanitária do IMA, deve-se verificar os pontos fracos e fortes do serviço, que estão listados a seguir.

4.15.1.1. Pontos Fortes

• A regularização de pequenas e médias empresas que processam produtos de origem animal para comércio local ou intermunicipal que anteriormente trabalhavam na clandestinidade.

• Treinamento e capacitação periódica dos servidores novos e antigos.

• Distribuição das unidades administrativas e servidores para atendimento a todos os municípios de Minas Gerais.

• A padronização de procedimentos técnicos e administrativos por meio da utilização de manuais.

• Pioneirismo em relação aos outros estados brasileiros para adesão ao SISBI e que desde o final do ano de 2006 já estão sendo realizados os procedimentos para padronização de normas, adequação do laboratório e aumento do número de servidores para a execução das atividades do serviço de inspeção estadual.

4.15.1.2. Pontos Fracos

• Poucos servidores para trabalho exclusivo no serviço de inspeção.

• Política de remuneração salarial insatisfatória, que gera alta rotatividade entre servidores que pedem exoneração e novos servidores a serem contratados sem realização de treinamento, aumentando os custos do Estado para a regularização da situação.

• Ausência efetiva do poder de polícia para coibir ações que induzem à produção e distribuição de alimentos impróprios para consumo.

• Havia poucos servidores na Procuradoria Jurídica, o que prejudicou o andamento de processos administrativos e aplicação de sanções administrativas ou pecuniárias aos infratores da legislação sanitária. O rito processual, que cria os trâmites legais para a confecção de processos administrativos e aplicação de penalidades, quando necessário, é muito moroso e carece de resultados rápidos, principalmente quando se trata de sanções às situações de risco sanitário.

• Resultados insatisfatórios das análises físico-químicas e microbiológicas realizadas, o que demonstra poucos cuidados higiênicos e tecnológicos na produção, desde a origem da matéria prima de origem animal quanto aos alimentos processados e prontos para consumo, apesar de ainda haver um número baixo de análises realizadas.

4.15.2. Ações para melhoria do desempenho

• É necessária a contratação de novos servidores – principalmente fiscais agropecuários e fiscais assistentes agropecuários – e valorização da carreira fiscal com remuneração satisfatória para conter o êxodo de pessoal qualificado e manter o serviço de inspeção ativo em todos os estabelecimentos registrados ou que venham a se registrar no IMA.

• Incentivar a produção de alimentos de qualidade com a implementação de ferramentas obrigatórias nas indústrias e já aprovadas internacionalmente como: BPF’s – Boas Práticas de Fabricação, o PPHO – Procedimentos Padrões de Higiene Operacional e APPCC – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle.

• Investir na educação sanitária e divulgação de matérias educativas de interesse do consumidor, para que este venha a adquirir alimentos de qualidade e inspecionados, e que este venha a denunciar aos órgãos competentes a existência de fábricas ou produtos clandestinos de origem animal.

• Avaliar periodicamente as ações de inspeção sanitária e aumentar o número de análises oficiais fiscais realizadas anualmente, para verificar se os alimentos estão sendo produzidos dentro das normas higiênico-sanitárias e padrões tecnológicos.

• Criar, na Procuradoria Jurídica, novas vagas para contratação de advogados e também o cargo de analista técnico, para auxiliar na avaliação das infrações aplicadas aos estabelecimentos e tornar mais ágil o processo de tomada de decisão quanto às sanções de caráter administrativo e/ou pecuniário que deverão ser utilizadas.

4.15.3. Perspectivas para o futuro

Com a adesão pioneira ao SISBI, a padronização de procedimentos de fiscalização, a manutenção e melhoria da infra-estrutura (recursos humanos, veículos e equipamentos) e uso de auditoria permanente, o Serviço de Inspeção Estadual de Minas Gerais poderá se despontar como exemplo para o restante do país. O montante de recursos previstos para os orçamentos dos próximos anos, se bem utilizados, proporcionarão ganhos para a Instituição, com maior ênfase na inspeção de produtos e garantia de alimentos seguros para consumo.

4.15.4. Avaliação dos clientes e da Instituição

A satisfação dos clientes (empresas inspecionadas e público consumidor) deve ser periodicamente avaliada, como feedback das ações de inspeção sanitária realizadas nas indústrias. A destruição de alimentos apreendidos por estarem em desacordo com as normas higiênico-sanitárias, por exemplo, é um mecanismo que gera insatisfação generalizada da população, pois é verdade que há diversas famílias brasileiras em condições de miséria e pobreza extrema, com fome. A garantia de alimentos inócuos

para a saúde é um dever do Estado e também é um direito do cidadão que adquira alimentos seguros e nutritivos, mas também é interessante que se diminua a destruição de alimentos irregulares, fazendo-se a doação dos produtos que estiverem em boas condições de consumo.

A interdição de empresas em desacordo com as normas gera desemprego e induz a produção clandestina de alimentos, com riscos à população e redução de impostos arrecadados. É necessário que os dirigentes das empresas que processam produtos de origem animal sejam educados para que assim se reduza a ocorrência de infrações e sanções administrativas e pecuniárias que venham a restringir a produção de alimentos e causar prejuízos.

Os servidores que atuam na inspeção sanitária, representados pelos Supervisores Regionais da Inspeção e Gerência de Inspeção de Produtos, devem se reunir periodicamente para avaliar os rumos da inspeção sanitária no Estado de Minas Gerais e propor melhorias do desempenho da atividade junto ao Governo e à sociedade.

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