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3.1. Corpus de análise

O corpus de análise (documentos para serem submetidos ao processo analítico) do presente trabalho foi o conjunto de documentos referentes à inspeção sanitária e industrial de produtos de origem animal, obtidos nas Gerências: de Inspeção de Produtos – GIP, de Certificação – GEC e de Recursos Humanos – GRH; Coordenadorias: de Apoio à Operação Fiscal – COF, de Educação Sanitária – CES, e Coordenadoria Regional de Juiz de Fora, além do Laboratório de Segurança Alimentar – LASA (pertencente à Gerência da Rede Laboratorial) (IMA, 2008b; 2008c; 2008d, 2008e; 2008f). Os documentos analisados foram coletados no período de setembro de 2007 a março de 2008, considerando os dados referentes às atividades realizadas desde a criação do Serviço de Inspeção Estadual em março de 1997 até março de 2008, com maior ênfase na região compreendida pela Coordenadoria Regional de Juiz de Fora. 3.2. Metodologia de Pesquisa

3.2.1. Métodos de análise

Esta pesquisa de natureza empírica exploratória adotou as dimensões de análise quantitativa e qualitativa. A abordagem foi a pesquisa documental, utilizando-se a técnica de análise de documentos, realizando-se a amostragem completa da população, constituída pelo universo limitado de indústrias que já foram ou ainda estavam registradas junto ao serviço de inspeção estadual até o mês de março de 2008, na região que compreende a Coordenadoria Regional do IMA, localizada na cidade de Juiz de Fora - MG. Ela é representativa, por obter dados completos de toda uma região. O critério para análise minuciosa dos dados referentes às atividades regionais (e não estaduais) da inspeção sanitária, deve-se ao fato de que os dados amostrados são obtidos in loco, cuja veracidade pode ser comprovada por documentos, apesar de não representarem o total de indústrias inspecionadas/registradas no estado de Minas Gerais.

Os resultados foram apresentados em gráficos juntamente com fotografias e tabelas, listando a freqüência simples ou relativa dos dados, eventos de fiscalização e inspeção sanitária e industrial e no trânsito de produtos de origem animal.

A pesquisa pode, assim, se enriquecer quando são utilizadas abordagens quantitativa e qualitativa. A abordagem quantitativa tem como objetivo demonstrar dados, indicadores e tendências observáveis, e a qualitativa, demonstrar dados subjetivos (valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões), sem haver contradição, pois ambas são complementares e facilitam a compreensão dos objetos em estudo (MINAYO e SANCHES, 1993).

3.2.2. Análise qualitativa

De acordo com Minayo e Sanches (1993, p. 245), o primordial da investigação qualitativa “é a palavra que expressa a fala cotidiana, seja nas relações afetivas e técnicas, seja nos discursos intelectuais, burocráticos e políticos”.

Com o uso de dados qualitativos, pode-se ter a chance de identificar oportunidades ou antecipar problemas de forma bem mais pontual, precisa e com um custo operacional bem menor (FREITAS e JANISSEK, 2000).

Na análise de conteúdo, o analista trabalha sobre os traços dos documentos que pode encontrar ou suscitar, sendo esses traços a manifestação de estados, dados, características ou fenômenos, e manipular esses dados obtidos por inferência de conhecimentos sobre o emissor da mensagem ou por conhecimento do assunto, explorando os dados como um detetive (FREITAS e JANISSEK, 2000; BARDIN, 1977).

Segundo Minayo e Sanches (1993, p. 244),

‘a abordagem qualitativa realiza uma aproximação fundamental e de intimidade entre sujeito e objeto, uma vez que ambos são da mesma natureza: ela se volve com empatia aos motivos, às intenções, aos projetos dos atores, a partir dos quais as ações, as estruturas e as relações tornam-se significativas.’

3.2.2.1. Análise de conteúdo

O termo “análise de conteúdo”, segundo Bardin (1977, p. 42),

‘designa um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou

não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens.’

Ainda, segundo Bardin (1977, p. 9) a análise de conteúdo “oscila entre os pólos do rigor da objetividade e da fecundidade da subjetividade;” e “cauciona o investigador para a atração pelo escondido, latente e não aparente, inédito de qualquer mensagem; é seguir passo a passo, o crescimento quantitativo e a diversificação qualitativa dos estudos empíricos”. Há uma menor rigidez na exigência de objetividade e por outro lado, aceita-se mais favoravelmente a combinação da compreensão clínica com a contribuição da estatística, compondo-se de um conjunto de técnicas que embora tenha uma mesma meta - explicitação e sistematização do conteúdo das mensagens - assume uma grande disparidade de formas, adaptadas aos tipos de documentos utilizados e objetivos dos pesquisadores. Ainda, na análise qualitativa, o mais importante é a presença/ausência de uma característica em um determinado conteúdo ou trecho de mensagem, que é tomado em consideração, do que a freqüência propriamente dita.

Os documentos obtidos (do arquivo, contendo processos de registro, dossiês das indústrias, autos de infração, de apreensão e de interdição, boletins de análise oficial, avaliações gerenciais mensais, atas do ProgVisa) foram analisados utilizando-se o método de análise de conteúdo proposto por Bardin (1977). Os dados obtidos da análise documental foram assim enumerados e classificados de acordo com suas categorias, relevância, ocorrência e distribuição temporal, por meio de inferência do analista para apresentação de resultados confiáveis. Ao longo da obtenção dos dados, diversas categorias de análise foram criadas pois verificou-se a necessidade de serem incluídas no presente trabalho.

3.2.2.2. Utilização de entrevistas não estruturadas

A utilização de entrevistas não-estruturadas ou semi-estruturadas serve para que o entrevistado discorra sobre o tema proposto com base nas informações que já detém. À medida que há aceitação mútua entre entrevistador e entrevistado, as informações fluem com autenticidade (LÜDKE e ANDRÉ, 1996).

Algumas entrevistas não-estruturadas serviram para complementar os dados referentes às atitudes de empresários que já possuem ou possuíram indústrias alimentícias com registro, ou aqueles que pretendem regularizar novas empresas junto ao Serviço de Inspeção Estadual do IMA.

3.2.2.3. Análise Quantitativa

Os dados quantitativos em estado bruto foram compilados, utilizando-se a estatística descritiva para estabelecer as proporções de indústrias registradas, classificação quanto à localização e tipo de estabelecimento e ações inerentes às atividades de inspeção e fiscalização. Os documentos foram separados por categorias e quantificados quanto à ocorrência (utilizando média e freqüência simples) e quanto à cronologia de ocorrência, e posteriormente lançados em tabelas e gráficos para melhor visualização e análise.

3.2.3. Amostragem

Esta pesquisa de natureza empírica exploratória utilizou um método de amostragem completa da população, constituída pelo universo limitado de indústrias que já foram ou ainda estavam registradas junto ao serviço de inspeção estadual até o mês de março de 2008, na região que compreende a Coordenadoria Regional do IMA em Juiz de Fora. Ela é representativa, por obter dados completos de toda uma região. O critério para análise minuciosa dos dados referentes às atividades regionais (e não estaduais) da inspeção sanitária, deve-se ao fato de que os dados amostrados são obtidos in loco, cuja veracidade pode ser facilmente comprovada com documentos, apesar de não representarem o total de indústrias inspecionadas/registradas no estado de Minas Gerais.

3.2.4. Credibilidade dos dados obtidos e validação da pesquisa

Segundo Bardin (1979) e Minayo (2000) apud Capelle et al (2003), as etapas para verificação e análise do conteúdo das mensagens são:

- pré-análise: fase de organização das idéias, escolha dos documentos, verificação da(s) hipótese(s) e do objetivo inicial da pesquisa;

- exploração do material: codificação do material, que inclui procedimentos de recorte, contagem, classificação, desconto ou enumeração dos dados;

- tratamento dos resultados obtidos e interpretação: os dados brutos são submetidos a processos estatísticos para validação das informações obtidas.

Todos os dados obtidos na pesquisa são provenientes de documentos e relatórios em poder das Gerências de Inspeção de Produtos, Gerência de Certificação, Coordenadoria Regional de Juiz de Fora, Coordenadoria de Apoio a Operação Fiscal, Coordenadoria de Educação Sanitária, dos processos de registro e dossiês das indústrias

que incluem os laudos de análises oficiais, interdições, infrações, apreensões entre outros.

A análise dos documentos impressos e dos depoimentos dos empresários e servidores do IMA, com a experiência e conhecimento técnico de quase 10 anos de exercício de fiscalização das indústrias de alimentos inspecionadas pelo IMA, bem como a verificação in loco das empresas antes, durante e após a concessão do registro, permitem ao analista inferir dados qualitativos a partir da análise documental. Os dados quantitativos são obtidos de forma direta por meio da contagem dos eventos levantados na pesquisa e por meio da análise dos documentos referentes ao exercício da inspeção de indústrias.

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