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Avaliação das Classes de Tamanho e Atividade reprodutiva

No documento Monitoramento da Ictiofauna (páginas 26-40)

4. Resultados

4.2. Avaliação das Classes de Tamanho e Atividade reprodutiva

A avaliação da frequência de ocorrência de machos e fêmeas, divididos por classe de tamanho, foi realizada para as seis espécies selecionadas para avaliação da atividade reprodutiva.

Observa-se que para o cará, Geophagus brasiliensis, o número capturado de indivíduos de menor porte foram praticamente iguais para machos e fêmeas, correspondendo um número de 11 e 8 indivíduos respectivamente, nas classes de 1 a 3. Por outro lado, a maioria dos indivíduos coletados nas classes de 4 a 6, foram as fêmeas, representando

60%. Os machos deste porte somaram 27%. De uma forma geral, não obteve uma diferença significativa entre machos e fêmeas dos espécimes coletados (Tabela 1).

Tabela 1. Frequência da distribuição de classes de tamanho para machos e fêmeas de Geophagus brasiliensis na área de influência da PCH Tronqueiras, rio Tronqueiras, bacia do rio Doce, município de Coroaci, MG.

Classe (cm) observou-se que 38% dos indivíduos coletados eram machos e 94% mediam de 6,6 a 9,8 cm, ou seja, nas classes de menor comprimento padrão. Cerca de 65% das fêmeas se concentraram também nas classes de menor tamanho (Tabela 2).

Tabela 2. Frequência da distribuição de classes de tamanho para machos e fêmeas de Astyanax bimaculatus na área de influência da PCH Tronqueiras, rio Tronqueiras, bacia do rio Doce, município de Coroaci, MG.

Classe (cm)

Na Tabela 3 estão apresentadas as classes de tamanho da espécie Astyanax fasciatus.

Foram coletados 42 indivíduos, sendo que nas fêmeas a maioria possui comprimento padrão 8,4 a 9,8 e nos machos a maioria possui o comprimento de 9,9 a 11,3.

Tabela 3. Frequência da distribuição de classes de tamanho para machos e fêmeas de Astyanax fasciatus na área de influência da PCH Tronqueiras, rio Tronqueiras, bacia do rio Doce, município de Coroaci, MG.

Os indivíduos de timburé, Hypomasticus mormyrops, foram divididos em quatro classes de tamanho, das quais apenas a classe 3 não foi representada em ambos os sexos. As fêmeas coletadas foram encontradas somente nas classes 1 e 4, enquanto os machos foram encontrados nas classes 1, 2 e 4. A maioria dos machos estavam concentrados nas classes 1 e 2, apresentando um comprimento padrão entorno de 11,0 a 14,7, totalizando 88% (Tabela 4).

Tabela 4. Frequência da distribuição de classes de tamanho para machos e fêmeas de Hypomasticus mormyrops na área de influência da PCH Tronqueiras, rio Tronqueiras, bacia do rio Doce, município de Coroaci, MG.

Classe (cm)

O piau-branco, Leporinus conirostris, apresentou apenas duas classes de tamanho, da qual 100% das fêmeas foram encontradas somente na classe 1 com um comprimento padrão de 18,9 a 19,5cm. Enquanto os machos 100% estavam na classe 2 de tamanho, com um comprimento padrão de 19,6 a 20,2 cm (Tabela 5).

Tabela 5. Frequência da distribuição de classes de tamanho para machos e fêmeas de Leporinus conirostris na área de influência da PCH Tronqueiras, rio Tronqueiras, bacia do rio Doce, município de Coroaci, MG. classes de tamanho, onde as fêmeas e machos foram encontrados em sua maioria nas classes de menor porte com 60% e 83% respectivamente, apresentando um comprimento padrão de 11,0 a 23,8cm (Tabela 6)

Tabela 6. Frequência da distribuição de classes de tamanho para machos e fêmeas de Leporinus copelandii na área de influência da PCH Tronqueiras, rio Tronqueiras, bacia do rio Doce, município de Coroaci, MG. separadamente entre machos e fêmeas.

Analisando os dados coletados das fêmeas de Astyanax bimaculatus, percebe-se que o estádio de maturação 3 (desovado) foi registrado apenas na campanha de agosto/09. O estádio de maturação gonadal 2C (maturação avançada) foi observado em todos os períodos de coleta, destacando-se em dezembro/09. Entre os indivíduos coletados em agosto/09, o estádio 2A (maturação inicial) foi o mais presente. Já para março/10 e junho/10 o estádio 2B (maturação intermediária) e 2C (preparado) são similares. O estádio 1 (repouso ou inativo) foi observado em uma das quatro amostragens, sendo em dezembro/09 (Figura 31).

Figura 31. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal das fêmeas de Astyanax bimaculatus coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG.

Para os machos de Astyanax bimaculatus, os estádios de maturação gonadal 2A (inicial), 2B (maturação intermediária) e 2C (maturação avançada) foram representados em 3 das 4 campanhas realizadas. Já o estádio 1 (repouso) foi observado nas campanhas de agosto/09 e dezembro/09 com 20 e 25% respectivamente (Figura 32).

Figura 32. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal dos machos de Astyanax bimaculatus coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG.

As fêmeas de Astyanax fasciatus, apresentaram indivíduos somente na campanha de agosto/09. Apenas o estádio de maturação 3 (desovado) que não foi representado.

Enquanto os outros estádios 1 (repouso), 2A (inicial), 2B (intermediário) e 2C (preparado) apresentaram cerca de 4, 37, 48 e 11% respectivamente (Figura 33).

Figura 33. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal das fêmeas de Astyanax fasciatus coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG.

Nos machos da espécie de Astyanax fasciatus foi registrado indivíduos somente nas campanhas de agosto/09 e março/10, onde 100% das coletas do período de março/10 encontraram-se no estádio gonadal 2C (maturação avançada). Não houve registros dos estádios 1 (inicial) e 3 (espermiado) (Figura 34).

Figura 34. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal dos machos de Astyanax fasciatus coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG.

Nas fêmeas dos carás, Geophagus brasiliensis, foi apresentado em sua maioria, o estádio de maturação 2C (preparado), que foi encontrado em todas as campanhas realizadas, correspondendo 100% nos períodos de dezembro/09 e junho/10. Já o estádio 3 (desovado) não foi observado durante estes períodos (Figura 35).

Figura 35. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal das fêmeas de Geophagus brasiliensis coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci MG.

Já para os machos o estádio mais representativo em todas as campanhas, foi o estádio de maturação 1 (inicial), que foi registrado em 3 das 4 campanhas realizadas.O estádio 2A, foi constatado nas campanhas de agosto/09 e dezembro/09, com 25 e 67%

respectivamente (Figura 36).

Figura 36. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal dos machos de Geophagus brasiliensis coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG.

Para as fêmeas dos Hypomasticus mormyrops apresentaram indivíduos somente na campanha de dezembro/09. Foi apresentado os estádios de maturação 2B (intermediário) e 2C (preparado) com 50% cada (Figura 37). Já para os machos de Hypomasticus mormyrops, o estádio de maturação mais representativo foi o estádio 2A (inicial) com 100% nas campanhas de março/10 e junho/10. No período de dezembro/09, o estádio 2C (preparado) apresentou cerca de 80% dos registros. Os machos desta espécie não apresentaram os estádios 1, 2B e 3 nas campanhas realizadas nesta fase do monitoramento (Figura 38).

Figura 37. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal das fêmeas de Hypomasticus mormyrops coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG.

Figura 38. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal dos machos de Hypomasticus mormyrops coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG.

Analisando os dados coletados acerca da atividade reprodutiva da espécie Leporinus conirostris, para machos e fêmeas observa-se que em ambos houve indivíduos somente na campanha de março/10. Nas fêmeas 100% dos indivíduos se concentraram no estádio de maturação 3 (desovado), enquanto os machos apresentaram 100% no estádio 2B (intermediário) (Figura 39 e Figura 40).

Figura 39. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal das fêmeas de Leporinus conirostris coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG.

Figura 40. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal dos machos de Leporinus conirostris coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG.

As fêmeas do piau-branco, Leporinus conirostris, apresentaram dados de desenvolvimento gonadal em duas campanhas, estando presentes os estádios 1, 2A, 2B e 2C (repouso, maturação inicial, intermediária e preparada). O estádio de desenvolvimento gonadal esgotado (3) não foi observado nas amostragens realizadas (Figura 41). Dados reprodutivos dos machos desta espécie foram observados em todos os períodos. O estádio de maturação 2B foi de 100% nas campanhas de dezembro/09 e

março/10. O estádio 1 e 3 (repouso e esgotado) apareceram somente no período de agosto/09 (Figura 42).

Figura 41. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal das fêmeas de Leporinus copelandii coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG.

Figura 42. Frequência de distribuição dos estádios de maturação gonadal dos machos de Leporinus copelandii coletados na PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG.

Complementando as informações de atividade reprodutiva, foram calculados os índices gonadossomático (IGS) e de gordura celomática (IGC) para seis espécies, sendo estas as mais abundantes e/ou de maior importância. Quando analisado estes índices para a espécie Astyanax bimaculatus, destaca-se o período de dezembro/09, onde o índice de gordura celomática foi quase nulo e onde obteve o maior resultado do índice gonadossomático. Já no período de março/10 observou-se que o IGC é superior aos demais períodos (Figura 43).

Figura 43. Distribuição do índice gonadossomático (IGS) e índice de gordura celomática (IGC) para fêmeas de Astyanax bimaculatus coletadas na área de influência da PCH Tronqueiras, Coroaci, MG, entre agosto de 2009 e junho de 2010.

Na Figura 44, os índices apresentados para a espécie Astyanax fasciatus ocorreu apenas na campanha de agosto/09, onde o índice gonadossomático foi superior ao índice de gordura celomática.

Figura 44. Distribuição do índice gonadossomático (IGS) e índice de gordura celomática (IGC) para fêmeas de Astyanax fascitus coletadas na área de influência da PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG, entre agosto de 2009 e junho de 2010.

Para os Geophagus brasiliensis não foi observada a presença de gordura celomática nos indivíduos capturados no período de dezembro/09. Quando analisado o índice gonadossomático para esta espécie, observa-se uma similaridade nos resultados (Figura 45).

Figura 45. Distribuição do índice gonadossomático (IGS) e índice de gordura celomática (IGC) para fêmeas de Geophagus brasiliensis coletadas na área de influência da Tronqueiras, município de Coroaci, MG, em agosto de 2009 e fevereiro de 2010.

O timburé, Hypomasticus mormyrops, apresentou apenas resultados em uma campanha das quatro realizadas. Neste período o índice de gordura celomática foi igual a zero (Figura 46).

Figura 46. Distribuição do índice gonadossomático (IGS) e índice de gordura celomática (IGC) para fêmeas de Hypomasticus mormyrops coletadas na área de influência da PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG, entre agosto de 2009 e junho de 2010.

O piau, Leporinus copelandii, não apresentou diferença significativa entre os índices de gordura celomática calculados. Os indivíduos dessa espécie mostraram resultados em duas campanhas, onde o índice gonadossomático destacou-se no período de agosto/09.

(Figura 47).

Figura 47. Distribuição do índice gonadossomático (IGS) e índice de gordura celomática (IGC) para fêmeas de Leporinus copelandii coletadas na área de influência da PCH Tronqueiras, município de Coroaci, MG, entre agosto de 2009 e junho de 2010.

Houve a coleta de apenas um indivíduo do sexo feminino do Leporinus conirostris, não sendo possível calcular os índices de gordura celomática e gonadossomático para essa espécie em questão.

No documento Monitoramento da Ictiofauna (páginas 26-40)

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