CAPÍTULO IV Saúde Pública Federal e o novo modelo de gestão: o cenário
4.2. Avaliação de Desempenho: Indicadores que poderão ser o início de
A Avaliação de desempenho torna-se um importante instrumento de gestão, para um melhor aproveitamento das capacidades individuais de cada profissional e também podem contribuir para estabelecer critérios mais objetivos da necessidade de participação em eventos de capacitação, desse ou daquele servidor.
É preciso, contudo, saber elaborar e utilizar da melhor forma essa ferramenta, como analisado em uma mesa-redonda promovida pela ENAP:
Embora a necessidade de definição de indicadores esteja prevista na legislação, nem todos os órgãos apresentaram essas informações. Os indicadores de desempenho têm sido expressos em níveis medidos por uma escala (Ex.: insuficiente, regular, bom; atingiu, não atingiu, etc.), O que demonstra que os indicadores são equivalentes à classificação de desempenho. Não é comum o conhecimento preciso dos resultados que devem ser alcançados pelos servidores. O problema decorre do fato de as metas 44 institucionais, usualmente, não serem desdobradas, o que permitiria a cada servidor identificar claramente seu potencial de contribuição para o efetivo alcance dos objetivos da organização. Verificou-se também que é reduzido o numero de órgãos que fornecem instruções sobre os objetivos da avaliação e os cuidados a serem tomados durante o processo (ENAP, 2005).
Como já visto neste trabalho, a primeira avaliação de desempenho da história deste ministério ocorreu em 201a, conforme podemos ler noticiado no portal da saúde:
Em cumprimento ao Decreto nº 7.133, de 19 de março de 2010, o Ministério da Saúde está implantando a Avaliação de Desempenho (AD) Trata-se de um sistemático e periódico monitoramento das atuações tanto do servidor (AD-Individual), quanto do MS (AD- Institucional), que tem o objetivo de diagnosticar e analisar a atuação da força de trabalho e da instituição MS, promovendo o crescimento pessoal, profissional e institucional e, consequentemente, aprimorando o desempenho do órgão e de seus servidores. Além disso, a Avaliação de Desempenho pode fornecer informações que auxiliem a revisão de estratégias e metodologias de trabalho, minimizando os problemas encontrados e melhorando as práticas de trabalho. (www.portal.saude.gov.br)
Sendo uma história recente, ainda não é possível encontrar nenhuma análise de estudiosos sobre a gestão de pessoas no serviço público, mas sem dúvida é possível prever que, se bem elaborado e utilizado, poderá ser um poderoso instrumento para estabelecer critérios mais objetivos nas indicações para utilização das verbas de capacitação. Além de ser o primeiro passo para, quem sabe, um plano de carreira digno de uma gestão gerencial, ou seja, preocupada em aprimorar e desenvolver seu principal ativo: pessoas.
CONCLUSÃO
Diante da leitura deste trabalho é possível observar que por mais de 400 anos a Administração Pública brasileira foi uma extensão da vida e das vontades de seus regentes e gestores, e por isso, até hoje, essa marca no aparelho estatal é tão forte.
Posteriormente, no Governo Vargas, a gestão burocrática, na tentativa de implantar um profissionalismo e a meritocracia no serviço público, travou uma intensa batalha contra o modelo patrimonialista, que era ainda tão presente. Essa tentativa de apagar essa forte herança acabou por enrijecer a máquina estatal. Também começa ali um histórico de desigualdades de investimentos das mais diversas ordens, entre a administração direta e indireta.
Essa batalha acabou por criar um estigma de que seria mais fácil derrotar essa marca patrimonialista, encarcerando-a na administração direta, e que, seria mais simples começar uma nova gestão – gerencial – criando novas organizações públicas – administração indireta.
Ao longo dos anos e diante de fortes mudanças socioeconômicas e, sobretudo a globalização – trazendo consigo a ideia de um novo ativo organizacional (capital intelectual) e a necessidade de se manter competitivo – começou a ocorrer transformações na forma de se gerir as organizações, fossem elas públicas ou privadas, e acima de tudo, na forma de se gerir pessoas.
Entretanto, somente na década de 90, podemos dizer que fortes mudanças começaram a ocorrer no sentido de transformar o aparelho administrativo, de forma a lhe proporcionar mais agilidade e eficiência.
Pode-se observar que é relativamente recente essa nova forma de gestão pública gerencial, que visa à competitividade saudável, a eficiência, a ideia de cliente-cidadão, da qualidade e, sobretudo do reconhecimento e desenvolvimento das pessoas (servidores), como seu principal ativo.
Não se acredita que essa forte herança que nos foi sendo deixada por séculos, se apague e desapareça sem deixar marcas e assim tão rapidamente. Contudo, verifica-se que os gestores públicos e os legisladores têm se preocupado em transformar esse quadro. Mas é preciso enxergar a realidade, ainda bastante cruel e pesada da administração direta, sobretudo nas áreas mais relevantes para a sociedade, como a saúde pública.
Ainda há muito por fazer, principalmente no concernente a uma política salarial mais justa, a valorização e progressão por titulação e a uma avaliação de desempenho mais adequada, sempre visando uma melhoria de resultados para a sociedade.
Diante do exposto, verifica-se que possivelmente ainda serão necessários muitos anos e muito trabalho para que a administração pública brasileira consiga sanar tantos equívocos do passado, mas é preciso reconhecer que importantes mudanças vêm ocorrendo na máquina pública, a fim de garantir à sociedade um atendimento de mais qualidade.
E espera-se que os gestores possam utilizar todos os instrumentos necessários para garantir serviços de qualidade, prestados por servidores motivados e qualificados, a fim de se chegar ao objetivo maior do Estado: o bem comum social.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CARVALHO, Antônio Ivo de Carvalho [et al.] Escolas de governo e gestão por competências: mesa-redonda de pesquisa-ação. – Brasília:ENAP, 2009.
CAMÕES, Marizaura Reis de Souza; PANTOJA, Maria Júlia; BERGUE, Sandro Trescastro (org.) Gestão de pessoas: bases teóricas e experiências no setor público – Brasília: ENAP, 2010
CONGRESSO CONSAD DE GESTÃO PÚBLICA, III, 2010, Brasília.
EDVINSSON, Leif. Michael S. Malone. Capital intelectual. Tradução Roberto Galman, revisão técnica: Petros Katalifos. São Paulo: Makron Books. 1998.
MEISTER, Jeanne C. Educação corporativa. Tradução: Maria Claudia Santos Ribeiro Ratto.Título original: Corporate Universities. São Paulo: Makron Books, 1999.
PIRES, Alexandre Kalil... [et al.] Gestão por competências em organizações de governo – Brasília: ENAP, 2005.
PAULA, Ana Paula Paes de. Por uma Nova Gestão Pública. 1º ed. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. A Reforma do Estado nos anos 90: lógica e mecanismos de controle. Brasília: MARE, 1997.
RICARDO, Eleonora Jorge (org.) Gestão da Educação Corporativa.1ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
SCHMIDT, Paulo; SANTOS, José Luiz dos. Avaliação de ativos intangíveis. São Paulo: Atlas, 2002.
TORRES, Marcelo Douglas de Figueiredo. Estado, democracia e administração pública. 1ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
BIBLIOGRAFIA CITADA
1 - CARVALHO, Antônio Ivo de Carvalho [et al.] Escolas de governo e gestão por competências: mesa-redonda de pesquisa-ação. – Brasília: ENAP, 2009.
2 - CAMÕES, Marizaura Reis de Souza; PANTOJA, Maria Júlia; BERGUE, Sandro Trescastro (org.) Gestão de pessoas: bases teóricas e experiências no setor público – Brasília: ENAP, 2010.
3 - EDVINSSON, Leif. Michael S. Malone. Capital intelectual. Tradução Roberto Galman, revisão técnica: Petros Katalifos. São Paulo: Makron Books. 1998.
4 – LAMAS, Celia Maria. Capital Intelectual no modelo de gestão governamental: Excelência no atendimento ao cidadão – Brasília: CONSAD, 2010
5 - MEISTER, Jeanne C. Educação corporativa. Tradução: Maria Claudia Santos Ribeiro Ratto.Título original: Corporate Universities.São Paulo: Makron Books, 1999.
6 - PIRES, Alexandre Kalil... [et al.] Gestão por competências em organizações de governo – Brasília: ENAP, 2005.
7 - PAULA, Ana Paula Paes de. Por uma Nova Gestão Pública. 1º ed. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
8 - PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. A Reforma do Estado nos anos 90: lógica e mecanismos de controle. Brasília: MARE, 1997.
9 - RICARDO, Eleonora Jorge (org.) Gestão da Educação Corporativa. 1ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
10 - SCHMIDT, Paulo; SANTOS, José Luiz dos. Avaliação de ativos intangíveis. São Paulo: Atlas, 2002.
11 - TORRES, Marcelo Douglas de Figueiredo. Estado, democracia e administração pública. 1ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
WEBGRAFIA
Disponível em http: www.consad.org.br. Acesso em 01/09/2011 às 09h47min. Disponível em http://www.escoladegoverno.pr.gov.br/arquivos/File/Material_% 20CONSAD/paineis_III_congresso_consad/painel_11/ capital_intelectual_no_ modelo_de_gestao_governamental_excelencia_no_ atendimento_ao_cidadao. Pdf Acesso em 03/09/2011 às 10h35min. Disponível em http://www.portalbrasil.net/historiageral_revolucaoindustrial.htm. Acesso em 11/09/2011 às 10h44min. Disponível em http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/ publicacao/seges/PUB_Seges_Mare_caderno01.PDF. Acesso em 18/09/2011 às 11h23min. Disponível em http://www.bresserpereira.org.br/Articles/ 2006/06.03.27. Reforma_da_gestao.pdf Acesso em 18/09/2011 às 12h47min. Disponível em http://www.direito.ufmg.br/revista/articles/32.pdf. Acesso em 03/10/2011 às 11h48min Disponível em http://www1.serpro.gov.br/publicacoes/gco_site/m_capitulo05. Htm Acesso em 04/10/2011 às 10h47min. Disponível em www.fasb.org.br. Acesso em 14/10/2011 às 12h14min.Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-09-08/hospital- federal-de-bonsucesso-abre-sindicancia-para-apurar-erros-em-exames-de- hepatite-c Acesso em 20/10/2011 às 11h10min Disponível em http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area = 398&tmp.texto=100356 Acesso em 20/10/2011 às 12h19min. Disponível em http://www.alerj.rj.gov.br/common/noticia_corpo.asp?num =13318 Acesso em 20/10/2011 às 12h33min Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm? d_area= 1740 Acesso em 26/10/2011 às 11h41min Disponível em http://www.portaldoservidor.ba.gov.br/noticias/orientacao/ orientacao-veja-definicao-de-servidor-publico Acesso em 04/11/2011 às 11h51min Disponível em http://jus.com.br/revista/texto/18250/o-conceito-de-funcionario- publico-na-lei-penal/2 Acesso em 04/11/2011 às 12h36min Disponível em http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/ publicacao/seges/PUB_Seges_Mare_caderno01.PDF Acesso em 04/11/2011 às 14h44min Disponível em http://hfmartins.sites.uol.com.br/Administracao/PlanoDiretor.pdf Acesso em 04/11/2011 às 15h37min
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO ... 02 AGRADECIMENTO ... 03 DEDICATÓRIA ... 04 RESUMO ... 05 METODOLOGIA ... 06 SUMÁRIO ... 07 INTRODUÇÃO ... 08CAPÍTULO I - Administração Pública: O Desenvolvimento dos modelos de gestão ... 10
1.1 Evolução ... 10
1.2 Administração Pública Patrimonialista ... 11
1.3 Administração Pública Burocrática ... 12
1.3.1 A Revolução Industrial – Mudanças sociais e econômicas ... 13
1.3.2 Os efeitos do capitalismo e da Revolução industrial no Brasil ... 14
1.3.3 Mudanças no Governo Vargas... 15
1.4 Administração Pública Gerencial... 17
1.4.1 A crise e a Reforma... 18
1.4.2 A Reforma Gerencial no Brasil... 18
CAPÍTULO II - Administração Pública Gerencial no cenário brasileiro- Legislações: mudanças e inovações ... 22
2.1. Decreto-Lei 200/67: Organização da Administração Federal e as diretrizes para a Reforma Administrativa – Sua contribuição rumo ao modelo de gestão gerencial ... 25
2.2. A renovação de conceitos trazida pela Constituição Federal de 1988, suas emendas e leis complementares... 28
CAPÍTULO III - Qualidade no serviço público: Capital Intelectual... 34
3.1. Capital Intelectual: O novo ativo organizacional... 35
3.2. Desenvolvendo o conhecimento, as habilidades e as atitudes. 37
3.3. Políticas e Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal: Decreto nº 5707/06... 39
CAPÍTULO IV - Saúde Pública Federal e o novo modelo de gestão: o cenário atual e as novas perspectivas... 42
4.1. Estrutura remuneratória dos servidores públicos federais da Administração Direta e Indireta: Os abismos permanecem... 47
4.2. Avaliação de Desempenho: Indicadores que poderão ser o início de uma gestão por resultados... 51
CONCLUSÃO... 53
BIBLIOGRAFIA ... 55
WEBGRAFIA ... 59
ÍNDICE... 61
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSO” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE CURSO: GESTÃO PÚBLICA
TÍTULO DA MONOGRAFIA: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL:
ÊNFASE NO CAPITAL INTELECTUAL
AUTORA: Ana Paula de Souza Tavares
Professora Orientadora: Ma. Flávia Martins de Carvalho
Data da Entrega: ____/______/______