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Avaliação do Ciclo de Vida do Sistema Estrutural em Aço – todas as

3. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Metodologia de ACV em sistemas construtivos

4.1.7 Resultados da Avaliação de Impacto de Ciclo de Vida – processos que

4.1.7.1 Avaliação do Ciclo de Vida do Sistema Estrutural em Aço – todas as

O Anexo 2 contém o inventário completo dessa ACV e o gráfico da FIG. 4.18 apresenta o resultado da ACV do sistema estrutural em aço em função das categorias de impacto. Este tipo de resultado tem por objetivo verificar quais etapas do ciclo de vida mais contribuem para o impacto.

FIGURA 4.18 – Resultado da ACV do sistema estrutural em aço

A partir da análise da FIG. 4.18, percebe-se que a fabricação da estrutura é a etapa de maior impacto ambiental do edifício, e que a etapa de manutenção não aparece no gráfico, em função do impacto total irrisório. O desmonte do edifício compensa em quase 80% o impacto em quase todas as categorias (porcentagens negativas). Nas categorias ecotoxicidade e uso do solo, o desmonte tem uma compensação menor do impacto total do ciclo de vida do sistema estrutural em aço (20% e 45%, respectivamente). A etapa de obra é significante na categoria de impacto ambiental “uso

do solo”, na qual é responsável por aproximadamente 30% do impacto total. Nas restantes, colabora com menos de 5% do impacto total do sistema.

A partir do fluxograma da categoria de “potencial de aquecimento global” (FIG. 4.19), é possível perceber quais são os processos mais responsáveis por este impacto. Observa- se que o transporte possui baixa contribuição neste impacto e que a produção do aço carbono é a maior responsável pelo mesmo. Este fluxo é um corte dentro do processo inteiro, e dessa forma, o deck metálico não aparece, pois sua parcela de contribuição é ainda menor, e nesta escala de corte não é possível visualizá-lo.

FIGURA 4.19 – Fluxo do impacto de “potencial de aquecimento global”.

A FIG. 4.20 apresenta o resultado da ACV após a ponderação e em termos totais de pontuação de acordo com a metodologia Ecoindicator. Conforme já explicitado, não cabe discutir a normalização utilizada neste trabalho, apesar deste resultado ser importante para identificar as categorias de impacto em que os resultados foram maiores.

FIGURA 4.20 – Resultado da ACV do sistema estrutural em aço por ponderação.

Observa-se que as categorias “componentes inorgânicos inaláveis” (respiratory inorganics) e “combustíveis fósseis” obtiveram os maiores resultados finais.

A FIG. 4.21 apresenta a outra comunicação dos resultados a partir do Ecoindicator. Confirmando as informações extraídas da FIG.s 4.19 e 4.20, as etapas de fabricação e desmonte possuem maior peso na ACV do sistema estrutural em aço, e as categorias mais consideráveis neste caso são “componentes inorgânicos inaláveis”, “depleção de combustíveis fósseis”e “potencial de aquecimento global”.

Dessa forma, é importante conhecer melhor os fluxos de contribuição desses dois impactos no sistema. A partir de então é possível analisar também os fluxos específicos de cada categoria de impacto. Como a proposta é separar as etapas de fabricação e desmonte das etapas de obra e manutenção, essa análise será feita nestes processos.

4.1.7.2 Avaliação do Ciclo de Vida do Sistema Estrutural em Aço – fabricação e desmonte

A avaliação dos ciclos de vida dos materiais, dentro do processo do ciclo de vida do sistema construtivo em aço, justifica-se por avaliar somente os materiais e suas cargas ambientais embutidas e o potencial de reuso e reciclagem que possa “compensar” impactos de fabricação. A FIG. 4.22 apresenta o resultado global dessas etapas.

FIGURA 4.22 – Resultado da ACV dos materiais constituintes do sistema construtivo em aço.

Como essas etapas sobrepuseram os resultados em termos quantitativos diante da obra e manutenção, o resultado do gráfico apresentado na FIG. 4.22 é similar ao do ciclo de vida total. Assim, somente no critério ecotoxicidade o desmonte do edifício, que neste caso se refere ao destino final dos materiais, reduz menos o impacto da fabricação dos

materiais. Nas outras categorias, o reuso e reciclagem dos materiais reduz em aproximadamente 80% do impacto.

O fluxograma da FIG. 4.13 apresenta a contribuição de uma forma geral de cada uma das fases da fabricação e desmonte do edifício.

FIGURA 4.13 – Fluxo do impacto global na fabricação e descarte dos materiais.

A FIG. 4.24 apresenta os resultados das categorias de impacto ambiental por pontuação única, através da verificação das categorias de impacto mais significativas na fabricação e descarte dos materiais.

FIGURA 4.24 – Contribuição por categoria de impacto na fabricação e descarte dos materiais.

As categorias mais significativas nas etapas de fabricação e descarte dos materiais são “componentes inorgânicos inaláveis” (respiratory inorganics), “combustíveis fósseis” e, em menor escala, “potencial de aquecimento global”. Para avaliar os resultados negativos, a etapa de fabricação dos materiais é investigada nas FIG.s 4.25; 4.26 e 4.27.

FIGURA 4.25 – Fluxo do impacto “componentes inorgânicos inaláveis” na etapa de fabricação.

Neste caso, verifica-se que o maior contribuidor para a geração de inorgânicos que prejudicam a respiração humana é o minério de ferro e sua mineração. Na sequência, mas em menor proporção, está o transporte transoceânico deste minério de ferro. Como já foi descrito anteriormente, o minério de ferro utilizado na produção de aço carbono no Brasil é proveniente, em grande parte, da Austrália (FARIA, 2007), e o impacto do transporte transoceânico deve-se às grandes distâncias.

Com relação aos combustíveis fósseis (FIG. 4.26), o maior contribuidor é o próprio carvão mineral, com 57% do consumo na fabricação do aço, seguido da coqueria (13%) e do transporte transoceânico (6,72%).

FIGURA 4.26 – Fluxo do impacto “depleção de combustíveis fósseis” na etapa de fabricação.

A FIG. 4.27 apresenta o fluxograma do impacto “potencial de aquecimento global” que contribuiu com 9% do impacto total da fabricação dos materiais.

FIGURA 4.27 – Fluxo do impacto “potencial de aquecimento global” na etapa de fabricação.

A maior contribuição para o potencial de aquecimento global é a utilização de cal virgem no processo de fabricação do aço carbono.

4.1.7.3 Avaliação do Ciclo de Vida do Sistema Estrutural em