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Avaliação do projeto

3. Estágio na EIHSCP-Aquisição de competências

4.4 Avaliação do projeto

A participação nas duas ações de sensibilização foi significativa tendo em conta o contexto atual e circunstancias do próprio serviço. De facto nos últimos meses observa-se um aumento significativo da carga de trabalho, do nível de stress, fatores pouco favoráveis à adesão para a formação fora do horário de trabalho. Saliento também o facto de existir, na altura, cerca de 10 profissionais de enfermagem em situação de doença, portanto ausentes do serviço.

Assim, na sessão A, obtivemos uma taxa de participação de 49,4% dos enfermeiros ou seja um total de 43 profissionais. Na sessão B, 48 % dos destinatários estiveram presentes, tendo sido obtido 46% de participação dos assistentes operacionais e 52% dos voluntários. Na primeira sessão duas fisioterapeutas e uma técnica de serviço social manifestaram interesse em participar, pedido que foi aceite com grande satisfação. Como ponto negativo saliento que nenhum assistente técnico do GIA participou na ação de formação apesar do esforço de motivação realizado neste sentido.

O tema abordado suscitou o interesse dos profissionais e gerou um momento de partilha de experiências entre os formandos, criando sessões animadas e ricas em participação. Das diversas intervenções confirmou-se a necessidade de formação tanto dos enfermeiros como dos assistentes operacionais, facto que vai de encontro aos achados que constam na literatura.

No final de cada sessão solicitou-se aos formandos o preenchimento de um questionário de avaliação da ação formativa. O questionário de avaliação da sessão para enfermeiros comportou 5 questões relativas: ao interesse do tema tratado; ao nível de conhecimento adquirido para a melhoria do desempenho profissional; à clareza da comunicação; ao impacto que os conteúdos abordados poderão ter na sua atuação; aos contributos em termos de formação.

As respostas são numeradas de 1 a 5 sendo a pontuação 1 a mais baixa e a 5 a mais elevada. No final do questionário foi elaborada uma pregunta aberta sobre os temas que os formandos gostariam de ver abordados no futuro no âmbito dos cuidados

paliativos. Apresentam-se os resultados das repostas aos questionários nas tabelas seguintes. Realizou-se uma análise de conteúdo relativamente à pergunta aberta, as respostas foram classificadas em função dos pilares dos CP e da vertente ética.

Gráfico 1 - Resultados estatísticos da transferência de conhecimentos no final da sessão A.

Gráfico 2 - Resultados estatísticos das respostas à pergunta: "qual o tema gostaria de ver

abordado numa próxima sessão?" 0 5 10 15 20 25 30 35 Interesse do tema Aquisição conhecimento Clareza comunicação Impacto vida profissional Contributos formação 3 4 5 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Controlo Sintoma Apoio Família-Luto Trabalho Equipa Ética Comunicação

De igual modo o questionário de avaliação da sessão B foi constituído por 5 questões cuja resposta é igualmente dada em função de uma escala de 1 a 5 sendo o valor 1 a pontuação mais baixa e o valor 5 a mais alta.

Gráfico 3 - Resultados estatísticos da transferência de conhecimentos no final da sessão B.

Da análise dos resultados salienta-se que a avaliação global dos formandos é muito satisfatória tendo classificado as sessões entre os valores 4 e 5, os mais elevados da escala. É de relevar a preocupação dos enfermeiros na sessão A em obter conhecimento relativo ao controlo sintomático. Nota-se também que relativamente à comunicação o interesse é invertido. De facto encontrou-se na literatura dificuldades na comunicação enfermeiro/ doentes em fim de vida/família mas os profissionais não demostraram necessidade de formação nesta área. Sendo uma das funções do GIA acompanhar e informar os familiares no SU, penso que os enfermeiros não sentiram como prioritária o treino em comunicação.

Como ponto negativo deste plano de formação devo salientar o facto de ter sido necessário repetir cada ação cinco vezes, uma sessão por cada equipa. Este inconveniente será no futuro ultrapassado uma vez que cada equipa terá um elemento de referência para esta área de cuidados.

O grupo dinamizador dos CP no SU realizou a sua primeira reunião a 5 de junho de 2013 com a participação de quatro dos cinco enfermeiros convidados. Foram apresentados os objetivos do grupo, as ações à desenvolver e a proposta de atuação junto do doente em últimas horas de vida (apêndice K). Cada membro do grupo

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Interesse tema Aquisição

conhecimento Clareza comunicação Impacto vida profissional Contributos formação 3 4 5

recebeu via e-mail artigos científicos relativos ao fim de vida no SU com o objetivo de atualizar a informação sobre o tema.

Tal como previsto 2 médicos da equipa fixa do SU foram convidados à integrar o grupo. Estes profissionais frequentam o 2º Mestrado em CP e aceitaram participar no projeto.

Infelizmente não foi possível concretizar todas a ações previstas inicialmente ficando por realizar a implementação da norma de atuação junto do doente em últimas horas de vida e a aplicação dos indicadores.

A utilização de indicadores permite melhorar a qualidade dos cuidados nomeadamente através de um controlo de sintoma eficaz, de um apoio efetivo ao doente e família e de uma comunicação eficaz entre todos os intervenientes (Capelas

et al., 2011). Parece pertinente existir um indicador de qualidade dos cuidados

prestados nos últimos momentos da vida. O estudo de Raijmakers et al. (2012) revela a necessidade de criar indicadores de qualidade focalizados nos cuidados e na família nesta fase específica dos cuidados paliativos que é a agonia. Assim pretendo aplicar os seguintes indicadores:

Tabela 10- Indicador de prevalência de utentes com presença da família na fase de agonia

Princípio: indicador com foco nos doentes e família.

Nome: Prevalência de utentes com presença da família na fase de agonia Fórmula:

Total de doentes em fase agónica com presença da família

Número total de doentes internados no serviço de urgência em fase de agonia

Fonte de dados:

Dados do GIA

Dados do SONHO (Aplicação informática)

Tipo: Indicador de processo inserido no domínio dos cuidados ao doente a

morrer/na agonia

Standard: Indicador positivo; entre 70% a 80%

Comentários: excluem-se deste indicador doentes que não têm familiares

Tabela 11- Indicador de prevalência dos cuidados à boca na fase de agonia

Princípio: Indicador com foco nos doentes e família.

Nome: Prevalência dos cuidados prestados à boca na fase de agonia Fórmula:

Total de doentes com cuidados à boca

Número total de doentes internados no serviço de urgência em fase de agonia

Fonte de dados: Dados do Processo Clínico

Dados do SONHO (Aplicação informática)

Tipo: Indicador de processo inserido no domínio dos cuidados ao doente a

morrer/na agonia

Standard: Indicador positivo; entre 70% a 80% Comentários: Não existem critérios de exclusão.

Relativamente ao projeto de intervenção penso ter atingido os objetivos propostos. Este projeto sofreu ao longo destes 6 meses várias alterações em função de circunstâncias institucionais. Espero manter a dinâmica até agora instituída para melhorar o acompanhamento ao doente em fim de vida e respetivo cuidador.

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