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5 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA

5.4 AVALIAÇÃO DO SISTEMA

O processo de validação do sistema foi realizado por meio da abordagem GQM – Goal/ Question/Metric (BASILI, 1994). GQM é uma abordagem de medição orientada a metas, que apóia a definição e implementação do processo de medição e análise dos dados coletados. Consiste na definição de objetivos, perguntas para que os objetivos sejam alcançados e medidas que são associadas às perguntas (BASILI, 1994).

Seguindo a abordagem GQM, definiu-se a meta a ser alcançada pelo programa de medição:

Meta de Medição: Avaliar a aderência do SELETA SISTEMA ao protocolo do HOB e sua eficiência na classificação de risco, sob o ponto de vista do usuário no contexto dos serviços de urgência e emergência.

Para a meta estabelecida são definidas perguntas e medidas de acordo com o objetivo da medição. A abordagem GQM visa alcançar, o máximo possível, dados quantitativos. Porém a maioria dos dados possíveis de serem coletados mostrou-se como qualitativos.

O quadro 10 apresenta as perguntas e medidas:

Quadro 10 - Perguntas e Medidas da Meta de Medição

Pergunta Q1 O software realiza classificação de risco conforme protocolo do Hospital Odilon Behrens?

Medidas: MQ1.1: Impressão subjetiva do grau de conformidade com o protocolo do Hospital Odilon Behrens.

Pergunta Q2 O software é de fácil operacionalização durante a sequência de tarefas? Medidas: MQ2.1: Impressão subjetiva do grau de facilidade na operacionalização da

sequência de tarefas.

Pergunta Q3 Qual era o esforço total médio empregado para classificação de risco sem a utilização do software?

Medidas: MQ3.1: Quantidade total média em minutos.

Pergunta Q4 Qual foi o esforço total empregado para classificação de risco com a utilização do software?

Medidas: MQ4.1: Quantidade total em minutos.

Pergunta Q5 O software fornece funções para todas as atividades típicas da classificação de risco?

Medidas: MQ5.1: Lista de funções que o software não fornece e poderia fornecer. Pergunta Q6 O software é adaptável a diversos ambientes de serviço de urgência e

emergência?

Medidas: MQ6.1: Impressão subjetiva do grau de adaptação do software a diversos ambientes de serviços de urgência e emergência.

Pergunta Q7 Os relatórios fornecem suporte para gestão dos serviços de urgência e emergência?

Medidas: MQ7.1: Impressão subjetiva do grau de suporte que os relatórios oferecem para gestão dos serviços de urgência e emergência.

Fonte: Os autores, 2013

O objetivo da medição é definido sob o ponto de vista do usuário. Para tal foi realizado entrevista com uma enfermeira, servidora pública, com mais de 8 anos de experiência na área. É enfermeira habilitada em Suporte Avançado de Vida (ACLS), atuou em assistência de enfermagem e gestão em pronto atendimento. Atualmente é responsável técnico e diretora de controle e avaliação da secretaria de saúde do município de Itapema, Santa Catarina.

Antes da entrevista foi realizado um treinamento com a enfermeira. Primeiramente foi apresentado o sistema com detalhamento das funcionalidades, logo após, foram realizadas algumas simulações. Rapidamente a enfermeira mostrou-se familiarizada com o software.

A seguir descreve-se a análise dos dados coletados por meio da entrevista:

Pergunta Q1 O software realiza classificação de risco conforme protocolo do Hospital Odilon Behrens?

Medidas: MQ1.1: Impressão subjetiva do grau de conformidade com o protocolo do Hospital Odilon Behrens.

A enfermeira relata que o software apresenta subsídios técnicos e clínicos que permitem estratificar e por conseqüência classificar por gravidade ou grau de sofrimento,

identificando as condições de risco à vida. Percebe-se na lógica do software o método estabelecido pelo HOB.

Pergunta Q2 O software é de fácil operacionalização durante a sequência de tarefas? Medidas: MQ2.1: Impressão subjetiva do grau de facilidade na operacionalização da

sequência de tarefas.

Após apresentação do software e realização de algumas simulações, a enfermeira afirma que o software se apresenta de fácil utilização, com telas de fácil entendimento e apresentando as informações básicas necessárias.

Pergunta Q3 Qual era o esforço total médio empregado para classificação de risco sem a utilização do software?

Medidas: MQ3.1: Quantidade total média em minutos.

Pergunta Q4 Qual foi o esforço total empregado para classificação de risco com a utilização do software?

Medidas: MQ4.1: Quantidade total em minutos.

A partir das perguntas Q3 e Q4, é possível estabelecer uma análise comparativa entre o esforço total médio empregado para aplicação da classificação de risco com a utilização do software e de forma manual. A enfermeira, por meio das simulações, relata ter considerado o tempo médio empregado em todo o processo de atendimento do paciente na triagem com classificação de risco.

Figura 24 - Esforço médio empregado

Fonte: Os autores, 2013.

Pergunta Q5 O software fornece funções para todas as atividades típicas da classificação de risco?

Medidas: MQ5.1: Lista de funções que o software não fornece e poderia fornecer.

A enfermeira afirma que percebe-se que o software fornece as funções básicas para a classificação de risco. No entanto, considerando a experiência do cotidiano profissional, pode-se observar a necessidade em oferecer um instrumento de escala de Dor e Glasgow. Assim como a emissão de um identificador para os pacientes, por exemplo uma pulseira, com o nível de risco por cor após a triagem, para que os demais membros da equipe tenham conhecimento do risco que foi estratificado no momento da entrada do paciente.

Pergunta Q6 O software é adaptável a diversos ambientes de serviço de urgência e emergência?

Medidas: MQ6.1: Impressão subjetiva do grau de adaptação do software a diversos ambientes de serviços de urgência e emergência.

A enfermeira afirmou, durante entrevista, que considera o software adaptável às unidades de Pronto Atendimento e portas de entrada de Hospitais Gerais. Porém, considera relevante a possibilidade de o software ser utilizado em Unidades Básicas de Saúde, e para tal seria necessário o desenvolvimento de novas funções.

Pergunta Q7 Os relatórios fornecem suporte para gestão dos serviços de urgência e emergência?

Medidas: MQ7.1: Impressão subjetiva do grau de suporte que os relatórios oferecem para gestão dos serviços de urgência e emergência.

A enfermeira respondeu que o sistema oferece relatórios relevantes e satisfatórios para auxílio à gestão dos serviços. Entretanto, comentou que, poderia ser acrescentado relatório com número de atendimentos por horário e causa, subsidiando assim o processo de trabalho e tomada de decisão na habilitação dos serviços, composição de equipe e insumos necessários.

A partir da análise do programa de medição, de maneira geral pode-se afirmar que o SELETA SISTEMA mostrou-se eficiente na aplicação de classificação de risco. Apesar de ter sido realizado entrevista com somente um possível futuro usuário, já foi possível analisar os resultados obtidos com a utilização do sistema. Porém, seria importante a realização de mais entrevistas para elevar o nível de confiança nos resultados obtidos.

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