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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.3 AVALIAÇÃO DE DIFERENTES técnicas para VERIFICAR A PRESENÇA DE

4.3.4 Avaliação dos extratos das amostras através da varredura por GC-MS

Como critério de decisão foi escolhida a varredura por GC-MS, pois essa possibilitou uma visão mais global do tipo de coextrativos que ainda permaneciam na matriz. Percebeu-se que o método QuEChERS original (Figura 18) foi o que apresentou menos compostos detectados no modo varredura e também uma menor intensidade do sinal analítico. Por isso ele foi escolhido para dar continuidade ao desenvolvimento do método analítico proposto. O tempo de análise para cada amostra foi de 20 min e o volume de injeção de 2µL.

Também foi usado o modo varredurapor GC-MS para comparar a limpeza dos extratos na avaliação da etapa de congelamento, no ensaio de

precipitação por agitação ultrassônica e da escolha dos sorventes de extração. Os detalhes desses resultados estão descritos nos itens 4.4.2, 4.4.3 e 4.4.4, respectivamente.

Figura 18 - Varredura no modo full scan por GC-MS para comparação do teor de coextrativos nos diferentes métodos QuEChERS avaliados (obtidos por deconvolução através do software Agilent MassHunter Unknowns Analysis®): a) acetato, b) citrato e c) original.

Fonte: o autor.

4.4 PREPARO DE AMOSTRA

Conforme descrito no item 4.3.4, o método que se mostrou mais eficaz na remoção de coextrativos da matriz e recuperação dos analitos avaliados foi

81 o QuEChERS original. A partir desse foram desenvolvidas as etapas seguintes no preparo de amostra.

4.4.1 Variações na etapa de agitação para extração dos agrotóxicos na matriz azeite de oliva

A utilização de diferentes técnicas de agitação, bem como diferentes tempos não foi significativa para a maioria dos compostos, não alterando a taxa de recuperação dos mesmos. No entanto, moléculas de elevado peso molecular, como no caso do espinoteram e espinosade sofreram redução na taxa de recuperação após períodos de agitação superiores a duas horas. Esse comportamento pode ser observado pelas Figuras 19 e 20, nas quais o tempo de agitação foi plotado em escala logarítmica para facilitar a visualização. Percebe-se que os dois últimos pontos (equivalentes a 12 e 24 h) tiveram um aumento no desvio padrão entre os ensaios. Ainda, após 24 h de agitação os compostos quase não foram recuperados.

As moléculas de espinetoram e espinosade são muito parecidas (vide apêndice A). O espinetoram difere do espinosade A apenas pela redução de um oxigênio em sua estrutura. Assim, era de se esperar que ambas as moléculas apresentassem comportamento similar.

A baixa recuperação desses compostos pode ser explicada pelo fato de ambos apresentarem tempo de meia-vida (DT50) em meio aquoso de 0,4 e 0,9 dias para espinetoram e espinosade, respectivamente. O que ocorre é que ambos sofrem fotólise aquosa, podendo se decompor ou dissociar, ficando impossibilitados de serem detectados pelo método proposto (IUPAC, 2018).

Figura 19 - Variação na faixa de recuperação para o composto Espinetoram durante os ensaios de agitação.

Fonte: o autor.

Figura 20 - Variação na faixa de recuperação para o composto Espinosade A durante os ensaios de agitação.

Fonte: o autor.

Moléculas menores, como diclorvós, não sofreram influência significativa na recuperação com a variação do tipo e tempo de agitação (Figura 23). Considerando a melhor agitação para todos os compostos do método desenvolvido, optou-se pelo ensaio número um (A1) que consistiu na agitação manual dos tubos de extração durante 1 min.

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 0,1 1 10 100 1000 R e cu p e raç ão %

TEMPO DE AGITAÇÃO (min)

Espinetoram

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 0,1 1 10 100 1000 R e cu p e raç ão %

TEMPO DE AGITAÇÃO (min)

Espinosade A

83 Figura 21 - Variação na faixa de recuperação para o composto diclorvós durante os ensaios de agitação.

Fonte: o autor.

4.4.2 Avaliação da influência da etapa de congelamento na remoção dos coextrativos da amostra no extrato da matriz azeite de oliva

O congelamento é uma etapa considerada no preparo de amostra para reduzir os coextrativos que apresentam baixa solubilidade no solvente extrator (acetonitrila) (ANASTASSIADES et al., 2007, Lee et al., 2011). Essa etapa é mais indicada quando se quer realizar a determinação de agrotóxicos hidrofóbicos (log Kow >1), já que analitos mais hidrofílicos tendem a ficar retidos na parte aquosa.

Da Costa Morais, Collins e Jardim (2018) perceberam uma redução na recuperação de compostos como metamidofós, acefato, imidacloprido, tiametoxam e etiona para a matriz pimentão. Para a matriz azeite de oliva esses compostos não apresentaram o mesmo comportamento, ficando dentro da faixa de aceitação de 70 a 120%, exceto para etiona que não foi validada.

Em termos de número de compostos recuperados, não houve diferença entre os ensaios maior que 2 ou 3 analitos. Então, realizou-se a avaliação no modo SRM por UHPLC-MS/MS para verificar se havia diferença entre os extratos da matriz. Porém, percebeu-se que essa diferença também era muito pequena (RSD <20%). 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 0,1 1 10 100 1000 R e cu p e raç ão %

TEMPO DE AGITAÇÃO (min)

DICLORVÓS

Como alternativa, realizou-se a análise no modo varredura por GC-MS para averiguar se esse mostraria alguma diferença entre os ensaios. Porém, tanto em relação ao número de compostos coextraídos como em relação à intensidade do sinal analítico, não houve um destaque entre o ensaio sem congelamento e os ensaios com diferentes tempos de congelamento. A Figura 22 compara o ensaio sem congelamento e os ensaios com congelamento utilizando banho de gelo em diferentes tempos. Já a Figura 23 compara o ensaio sem congelamento com o ensaio utilizando congelamento em banho de gelo seco + álcool por 1 minuto. E, por fim, a Figura 24 compara o ensaio sem congelamento com os ensaios utilizando congelamento em freezer por diferentes períodos.

Por isso, optou-se pela exclusão da etapa de congelamento para as matrizes estudadas no método proposto. A eliminação dessa etapa diminui o tempo de preparo de amostras e minimiza os erros de operação durante o processo.

Figura 22- Cromatogramas no modo varreduraobtido por GC-MS comparando os ensaios sem congelamento e os ensaios com congelamento utilizando banho de gelo em diferentes tempos.

85 Figura 23 - Cromatogramas no modo varreduraobtido por GC-MS comparando os ensaios sem congelamento com o ensaio utilizando congelamento em banho de gelo seco + álcool por 1 minuto.

Fonte: o autor.

Figura 24 – Cromatogramas no modo varreduraobtido por GC-MS comparando os ensaios sem congelamento com os ensaios utilizando congelamento em freezer por diferentes períodos.

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