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Por apresentarem em sua composição praticamente 100% de gordura, os azeites de oliva apresentam elevada dificuldade de remoção de interferentes sem perdas dos analitos. Portanto, etapas adicionais costumam ser empregadas para melhorar a qualidade do extrato final a ser injetado no cromatógrafo.

Patel e colaboradores (2005) fizeram uso de cromatografia por permeação em gel (GPC) para determinar 19 agrotóxicos organoclorados em azeites e gorduras (gordura de porco, óleo de peixe, gordura hidrogenada vegetal e azeite de oliva) com detecção por cromatografia a gás acoplada à espectrometria de massas (GC- MS). GPC tem sido comumente empregada para a remoção de lipídios antes da

37 análise cromatográfica. Os limites de detecção (LOD) foram da ordem de 0,1 a 2,0 µg kg-1.

Utilizando GC-MS Ballesteros, García Sáncheze Ramos Martos (2006) desenvolveram um método multirresíduo para determinação de 26 agrotóxicos em azeite de oliva. Na etapa de extração utilizou-se uma mistura de hexano/acetonitrila e para a limpeza do extrato GPC foi empregada. Alguns compostos foram determinados nas amostras de azeite de oliva comum, porém nos azeites refinados apenas endossulfam sulfato foi detectado.

GILBERT-LÓPEZet al. (2010) compararam dois tratamentos de amostra para a determinação de uma gama de agrotóxicos por cromatografia líquida em azeite de oliva. Primeiramente testaram uma extração líquido-líquido com acetonitrila, seguida pela etapa de limpeza com carbono grafitizado (GCB), PSA e C18. O segundo tratamento consistiu em realizar a extração líquido-líquido de acetonitrila saturada com éter de petróleo. A etapa de limpeza foi executada aplicando-se dispersão da matriz em fase sólida (MSPD), com sorvente aminopropil. Para limpeza final a amostra ainda passou por um cartucho de Florisil®. Ambos os tratamentos se mostraram adequados para a determinação de mais de 100 agrotóxicos em azeite de oliva, com LOD inferiores a 10 µg kg-1.

Liu e colaboradores (2013) também utilizaram da extração líquido-líquido seguida de uma microextração de fase reversa líquido-líquido dispersiva para determinar bisfenol A em azeites de oliva. Utilizando-se apenas 1 g de amostra extraída com 4 mL de n-hexano. A detecção se deu por cromatografia líquida acoplada a um detector por arranjo de diodos.

Numa tentativa de abranger diversas classes de compostos orgânicos, Martini et al. (2015) propuseram um método para determinar organofosforados, herbicidas e triazinas em azeite de oliva e resíduos oriundos do processo de fabricação desse. O uso de imunosensores como fase orgânica possibilitou extrair esses compostos da matriz hidrofóbica. A determinação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos foi efetuada por GC-MS.

Purcaro e colaboradores (2013) estabeleceram uma etapa de purificação usando microextração em fase sólida por imersão direta em azeite de oliva. Assim, conseguiram minimizar o uso de solventes e reduzir a manipulação das amostras.

Moreno-Gonzales e colaboradores (2014) utilizaram zircônia na etapa de limpeza com o método QuEChERS para a extração de carbamatos em azeites de

oliva com determinação por UHPLC-MS/MS. Reafirmando o potencial em diminuir o efeito matriz quando se utiliza esse sorvente. Os LOQs ficaram na faixa de 0,09 a 2,0 µg kg-1 atendendo aos limites estabelecidos pela legislação europeia.

Polímeros molecularmente impressos foram testados para determinar deltametrina em azeite de oliva através da extração em fase sólida (SPE). Esse método apresentou boas recuperações e alta seletividade (Martins et al., 2015).

Visando desenvolver um método para a determinação de 16 hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) em óleos comestiveis Wang e Guo (2010) propuseram a utilização de GC-MS. Para a extração, 4 g da amostra eram extraídas com 10 mL de acetonitrila. O sobrenadante foi retirado e a amostra extraída mais duas vezes. Todos os extratos coletados foram evaporados e redissolvidos em 4 mL de uma mistura de acetato de etila:ciclohexano (1:1, v/v) para a limpeza do extrato por GPC.

Tuzimski e Rejczak (2016) propuseram um método de extração de óleos comestíveis baseado na partição líquido-líquido com acetonitrila seguida de d-SPE com zircônia (z-SEP). Eles conseguiram bons resultados para 21 agrotóxicos de diferentes classes determinados por HPLC-FD. Eles também perceberam que esse sorvente consegue reduzir o efeito matriz para amostras com alto teor de gordura.

Piretroides em óleo vegetal também foram determinados por cromatografia a gás com detecção por chama (FID). Realizou-se uma microextração líquido-líquido dispersiva após a extração líquido-líquido convencional com 0,5 mL de óleo e 4,5 mL de uma mistura de dimetilformamida (DMF) e hexano. O DMF foi removido na etapa subsequente. Os LOD variaram entre 0,02 e 0,16 mg kg-1(FARAJZADEH, KHOSHMARAM e NABIL, 2014).

Como inovação na extração do herbicida triazina em óleo vegetal WANG et al (2014) propuseram uma microextração líquido-líquido dispersiva com íons magnéticos em solução. A técnica somada à separação por cromatografia líquida levou a limites de detecção da ordem de 1,31 a 1,49 ng mL-1.

A técnica de MSPD também foi utilizada por Li e colaboradores (2014) para determinar 14 agrotóxicos organoclorados e 7 bifenilas policloradas (PCBs) em óleos vegetais comestíveis. Nesse caso somente 0,5 g de óleo foram misturados à sílica impregnada de ácido sulfúrico. A eluição dos compostos foi feita com 10 mL de n-hexano/diclorometano (70:30, v/v) e determinada por cromatografia a gás com detector por captura de elétrons (GC-ECD). Os LODs ficaram na faixa de 0,04 a 0,7 ng g-1.

39 Um método multirresíduo baseado na precipitação à baixa temperatura seguido de MSPD com sonicação foi desenvolvido para a determinação multirresíduos de agrotóxicos utilizando cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas com detecção por tempo-de-voo (LC-TOF-MS) em óleo de palma. A extração líquido-líquido foi seguida de uma etapa de congelamento. O extrato pós-congelamento passou pela etapa de MSPD com PSA e GCB. O extrato final foi evaporado até secura e redissolvido em 500 µL de uma mistura de ACN:H2O

(1:1, v/v) para posterior análise cromatográfica. Os limites de quantificação (LOQ) variaram entre 2,5 e 9 µg kg-1(SOBHANZADEH et al., 2011).

Nguyen, Lee e Lee (2010) desenvolveram um método para a determinação de 95 agrotóxicos em óleo de soja utilizando extração líquido-líquido (LLE), seguida de uma etapa de centrifugação, congelamento e extração em fase sólida dispersiva (d- SPE). As amostras foram analisadas por GC-MS. Nesse trabalho foram avaliados diferentes solventes extratores para remoção dos coextrativos da matriz. Sendo que a proporção ideal encontrada foi de 5 g de óleo de soja dissolvidos em 5 mL de n- hexano extraído duas vezes com 5 mL de acetonitrila (ACN) cada vez.

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