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5. Análise dos resultados

5.2. Avaliação dos Planos de Intervenção

De forma a avaliar os Planos de Intervenção desenvolvidos nos dois contextos educativos, os seus objetivos gerais foram associados a um conjunto de objetivos específicos e, a estes, indicadores de avaliação. A análise do cumprimento de cada objetivo geral que mais diretamente se relaciona com o estudo aqui apresentado, foi realizada em dois momentos distintos do período de intervenção educativa – um na fase diagnóstica e um na fase final. Entre os dois planos de intervenção foi possível garantir uma continuidade do trabalho realizado, do 2.º para o 1.º CEB, o que, não só permitiu dar resposta às necessidades dos alunos nos dois níveis de ensino, como facilitou a coerência do estudo que agora se apresenta.

Contexto do 2.º CEB

No que respeita ao contexto do 2.º CEB e relativamente ao objetivo geral aprender a respeitar os outros no contexto educativo de sala de aula, segundo a avaliação efetuada, com base no preenchimento de grelhas de observação e sua posterior análise (Anexo OO), verificou-se que, no momento final, para o indicador de avaliação respeita o colega, 82% dos alunos cumpriram “sempre” ou “às vezes”, o que se traduz numa subida em relação à avaliação inicial que se situava nos 73%. Quanto ao indicador respeita a participação do colega na sala de aula, 95% dos alunos cumpriram-no “sempre” ou “às vezes”, sendo a percentagem inicial para este indicador de 82%. No que concerne ao cumprimento do indicador respeita as indicações do

professor, verificou-se um aumento de 9% dos alunos que o faziam relativamente à

percentagem inicial (82%). Relativamente à percentagem referente ao indicador

respeita as regras da sala de aula, esta foi de 90%, por comparação à sua avaliação

inicial (73%). Por fim, no que se refere às situações em que os alunos resolveram os

conflitos sem recorrer à violência física ou verbal, 82% dos alunos conseguiram-no fazer

“sempre” ou “às vezes”, o que representou um aumento de 13% em relação à diagnose realizada.

Assim, a percentagem dos alunos que aprendeu a respeitar os outros no contexto educativo de sala de aula sofreu algumas alterações que traduzem mudanças positivas, ainda que pouco significativas, no comportamento dos alunos

57 dentro da sala de aula. Esta asserção comprova-se pela avaliação global dos indicadores definidos para este primeiro objetivo geral (Fig. 1).

Fig. 1. Avaliação global dos indicadores do objetivo geral aprender a respeitar

os outros no contexto educativo de sala de aula. Retirado das grelhas de observação dos indicadores.

Assumindo o global de todos os indicadores identificados para este objetivo, podemos inferir que as estratégias utilizadas para o cumprimento deste objetivo geral promoveram o seu desenvolvimento, nomeadamente, as que já foram referidas neste trabalho, promover a partilha e discussão de ideias, em grande grupo e utilizar a imagem

enquanto recurso potenciador de aprendizagens no âmbito da História e da Geografia.

No que concerne ao objetivo geral desenvolver competências nas áreas disciplinares de Português, Matemática, Ciências Naturais e HGP através da realização e atividades lúdicas, definiram-se como indicadores de avaliação: aprende

através de (i) atividades práticas; (ii) análise de imagens; (iii) vídeos e apresentações digitais.

Numa fase inicial, não foi possível avaliar este objetivo geral, uma vez que, durante o período de observação, não se verificou a concretização de atividades lúdicas em nenhuma das áreas disciplinares, o que, por conseguinte, não possibilitou a realização da apreciação inicial pretendida.

Com o desenrolar das atividades, com recurso a imagens de diferente natureza (mapas, gravuras, fotografias…), foi possível dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem em torno de conteúdos de História e Geografia.

Os resultados obtidos revelam que, de uma maneira geral, os alunos foram atingindo os objetivos específicos que estavam subjacentes às atividades propostas. Contudo, reconhece-se o facto de que aqueles resultados emergirem apenas de uma

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0

sempre às vezes nunca

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observação do desempenho dos alunos no decorrer das atividades, pelo que importa relativizar o sucesso que parece ter sido alcançado se nos limitarmos a uma leitura imediata das grelhas de registo.

Como forma de ilustrar o impacto positivo no percurso escolar dos alunos das estratégias lúdicas utilizadas, considerou-se os dados das fichas de avaliação dos alunos para cada uma das disciplinadas lecionadas (Anexo PP). Assim, verificou-se que ao nível da disciplina de Português a percentagem de resultados positivos aumentou 28% da primeira para a segunda ficha de avaliação. Quanto à disciplina de Ciências da Natureza, os resultados positivos aumentaram 24%. Por fim, no que se refere à disciplina de Matemática, os resultados negativos aumentaram 9% e os resultados positivos decresceram 9,1%.

No que diz respeito à área disciplinar de HGP embora não tenha sido possível compará-los com a avaliação inicial (porque não foi possível ter acesso aos resultados do primeiro teste) os resultados (63%) do segundo teste foram bastante satisfatórios (Anexo S).

Contexto do 1.º CEB

Para o contexto do 1.º CEB, o objetivo geral considerado para o presente trabalho – desenvolver competências de explicitação de conhecimentos, oralmente e por escrito – foi avaliado a partir da definição de três indicadores, particularmente, a saber: (i) explicita os procedimentos tomados na realização das tarefas; (ii) explicita o raciocínio utilizado na realização das tarefas e (iii) explicita os conceitos/conhecimentos aprendidos na realização das tarefas (Anexo QQ). Deste modo, é relevante compreender qual a evolução dos alunos quanto a estes parâmetros, tendo em conta todas as ações desenvolvidas aquando da intervenção educativa.

De acordo com a apreciação reflexiva efetuada acerca da avaliação dos objetivos gerais do PI (Anexo QQ), quanto ao primeiro indicador referido, verificou-se um aumento de 50% para 66% dos alunos que explicitava os seus procedimentos (“sempre” e “algumas vezes”), quer de forma oral, quer de forma escrita, na realização das tarefas.

Quanto ao segundo indicador mencionado – explicita o raciocínio utilizado na realização das tarefas – notou-se um aumento de 50% para os 54% dos alunos que o faziam nas atividades decorridas em sala de aula.

59 Constatou-se também um aumento, na ordem dos 13%, entre os alunos que explicitavam os conceitos/conhecimentos aprendidos, tendo-se registado um variação de 50% para 63%.

Em síntese, considerando a avaliação global dos indicadores mobilizados para a avaliação deste objetivo geral, torna-se possível analisar de que modo a utilização das imagens contribuíram para melhorar o desempenho dos alunos, ao longo das atividades implementadas na sala de aula (Fig. 2).

Fig. 2. Avaliação global dos indicadores do objetivo geral desenvolver

competências de explicitação de conhecimentos, oralmente e por escrito. Retirado das grelhas de observação dos indicadores.

Assim, observa-se um aumento muito considerável dos alunos que “sempre” revelaram a capacidade de comunicar, oralmente e por escrito, as suas ideias, interpretações e significados atribuídos.

Se o nível intermédio se manteve, de algum modo, estável, no que concerne ao nível negativo, “nunca”, este sofreu uma redução, também ela muito significativa, ao passar de cerca de 29% para 18%.

Apresentados estes dados, é possível afirmar que as estratégias delineadas para desenvolver a comunicação dos alunos dentro da sala de aula tiveram um importante contributo. É de salientar, sobretudo, o papel que a imagem assumiu para a promoção dos conhecimentos ligados ao Estudo do Meio e sua comunicação.

Para concluir, importa sublinhar que, não obstante o curto período de intervenção, os resultados foram positivos e muito satisfatórios. Existe, pois, uma noção clara que os resultados alcançados poderiam ter sido melhores se tivesse sido dada continuidade ao trabalho já iniciado em ambos os contextos educativos. A relevância

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sempre às vezes nunca NO

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destes resultados sobressaem se se tiver em linha de conta as características do grupo- turma, fortemente marcado por grandes dificuldades em respeitar as regras da sala e em estar concentrados, quer quando o professor se propunha desenvolver um momento de características mais expositivas, quer no desempenho de tarefas práticas que lhes eram sugeridas.