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3. METODOLOGIA DE PROJETO

3.5 AVALIAÇÃO

O trabalho executado ao longo de todo o projeto culmina com a avaliação do mesmo. “Avaliar um Projecto implica a verificação da consecução dos objectivos definidos inicial- mente” (Ruivo et al,” 2010: 26).

“As avaliações são momentos onde se questiona o trabalho desenvolvido, sendo que podem estar ou não previstos.”(Ruivo et al, 2010,24) devendo (...) “fornecer os elementos neces- sários para intervir no sentido de melhorar a coerência (relação entre o projecto e o problema), a eficiência (gestão dos recursos e meios atendendo aos objectivos) e a eficácia (relação entre a acção e os resultados) (Ruivo et al, 2010,24).

Durante o processo implicado no planeamento da proposta de intervenção PIP Eureka! procedeu-se a uma avaliação contínua do mesmo.

“Uma das características da Metodologia de Projecto é precisamente o facto da avaliação ser contínua (LEITE et al., 1993), e permitir uma retroacção com vista a facilitar a redefinição da análise da situação, a reelaboração dos objectivos, acção e selecção dos meios, bem como a análise dos resultados” (Ruivo et al, 2010:24 citando Carvalho et al,2001).

A primeira avaliação intermédia decorreu logo no início, durante a fase de diagnóstico, quando nos propusemos a elaborar uma revisão integrativa da literatura.

Embora o foco estivesse definido, a problemática fosse pertinente, e a pergunta PICO formulada, alguns dos descritores escolhidos não estavam validados no DeCS e no MeSH, pelo que foi necessário reformular a pergunta PICO e os objetivos da revisão.

Houve outras avaliações intermédias na fase do planeamento, resultando uma delas na mudança do nome projeto, pois, o nome inicial “Reconhecer” poderia eventualmente impelir os utentes a não participar, pelo carácter intimista e de autoreflexão que lhe está associado.

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Empreendemos mais uma mudança tendo sido alterada a planificação da primeira ses- são, remetendo o preenchimento de instrumentos de avaliação inicial, previsto para esse mo- mento, para a entrevista prévia. Tal alteração deveu-se à necessidade de otimizar o tempo, pois não equacionamos o aumento do número de sessões devido às mesma se destinarem a utentes que se encontram internados durante o período estritamente necessário mas também devido à possibilidade de os participantes não integrarem simultaneamente o PIP, conforme referido an- teriormente.

“A avaliação intermédia constitui um momento de pausa e de reflexão sobre o percurso desenvolvido até ao momento (CASTRO et al., 1993) (...). são realizadas as primeiras críticas sobre o trabalho elaborado e realizados os ajustes necessários.” (Ruivo et al, 2010:25), o que no caso deste projeto se verificou.

Para a avaliar a eficácia do PIP Eureka! foi preconizado como indicador (Apêndice 6) o aumento em 20 % dos participantes com score > 15 da Escala de Marková e Berrios imediata- mente após a intervenção e 15% ao fim de 6 meses.

Para avaliar os objetivos das sessões planeadas indicamos diferentes instrumentos de avaliação.

“Para que se possa avaliar de modo rigoroso é fundamental recorrer a instrumentos de avaliação que não apresentam todos as mesmas características” (Ruivo et al, 2010:24).

Tratando-se de um exercício académico e não havendo perspetiva a curto prazo para a implementação do mesmo não foram solicitadas as devidas autorizações para a aplicação das escalas sugeridas nem para a sua replicação neste trabalho, no entanto a maioria está disponível online para consulta. Estes instrumentos adequam-se aos objetivos e estão validados para a população portuguesa.

O questionário de satisfação com a formação foi elaborado pelos autores do trabalho pelo que se replica no Apêndice 7.

Os instrumentos de avaliação sugeridos neste projeto foram Revisão integrativa da lite- ratura, Processo de Enfermagem, a Escala de Insight de Marková e Berrios, Medication Adhe- rence Rating Scale (MARS), ASSIST - Alcohol Smoking and Substance Involvement Screening Test , Brief Cope, EIC-APP-Escala de Integração Comunitária de Adultos com Problemas Psi- quiátrico e Questionário de satisfação com a formação.

Os dois primeiros enumerados já foram descritos, pelo que faremos uma breve descrição dos restantes no Apêndice 9.

A aplicação da Escala de Insight Marková e Bérrios é fundamental na realização do PIP Eureka! pois para além de ser um importante instrumento de avaliação deste projeto é também

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imprescindível para a seleção dos participantes, uma vez que a sua integração no PIP está de- pendente do score obtido nesta escala.

Por todos os motivos enumerados ao longo do trabalho é essencial a aplicação de um instrumento que avalie a adesão ao tratamento, pelo que optamos pelo instrumento Medication Adherence Rating Scale (MARS). De modo a ser possível avaliar a eficácia do projeto no padrão de consumos de substâncias propomos o instrumento ASSIST - Alcohol Smoking and Substance Involvement Screening Test . A avaliação acerca das estratégias de cooping poderá basear-se na utilização do instrumento Brief Cope. A Escala de integração comunitária de adultos com problemas psiquiátricos, elaborada para a população portuguesa poderia ser um instrumento útil na integração comunitária da pessoa com esquizofrenia.

“No final do Projecto, a avaliação tem um papel preponderante. Esta avaliação deve ser globalizante, ou seja, deve avaliar o produto final” (Ruivo et al, 2010: 25 citando Leite et al,1989) Neste sentido pretendemos solicitar aos participantes o preenchimento de um questioná- rio (Apêndice 7) de satisfação na última sessão psicoeducativa.

No que se refere aos objetivos delineados para o planeamento da intervenção de enfer- magem especifica do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica consideramos que a sua consecução foi atingida.

Na fase de Diagnóstico procuramos sustentar a nossa proposta de intervenção em evi- dências cientificas, pelo que recorremos a vários meios que nos permitisse validar o que as vi- vências empíricas pareciam revelar, o que nos impeliu a efetuar uma revisão integrativa da lite- ratura acerca da temática, sob forma de artigo cientifico, utilizando a metodologia JBI sendo esse o primeiro objetivo deste Projeto de Intervenção. A conclusão da revisão integrativa da literatura possibilitou-nos planear uma intervenção prática baseada na evidência. Desta forma considera- mos que atingimos o primeiro objetivo proposto.

Após a análise dos dados obtidos concluímos que a promoção do insight por meio de atividades psicoeducativas na pessoa com esquizofrenia constituiria uma área pertinente para intervenção por parte do Enfermeiro Especialista de Saúde Mental e Psiquiátrica, contribuindo desta forma para a qualidade dos cuidados prestados ao cliente e ganhos em saúde por parte das pessoas participantes no projeto.

Assim definimos como meta desenvolver uma proposta de cuidados do Enfermeiro Es- pecialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica que permita dotar o utente com es- quizofrenia de competências para melhor gerir a sua situação de saúde, enfatizando a promoção do insight.

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Desta forma, definimos como problema: “O baixo insight na pessoa com esquizofrenia” e identificamos fatores relevantes que permitissem intervir nessa problemática,

Devido à abrangência do tema determinámos quais as áreas prioritárias de intervenção, tendo formulado vários diagnósticos de enfermagem, para posteriormente selecionarmos aque- les que poderiam sem alvo de intervenção ao longo do projeto.

Uma vez selecionados os diagnósticos de enfermagem nos quais incidiria a nossa inter- venção formulamos, baseados na evidência, uma proposta de intervenção do Enfermeiro Espe- cialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica.

Consideramos que o projeto psicoeducativo que propomos evidencia a importância do EEESMP no cuidado ao utente com esquizofrenia com baixo insight, numa fase em que a sua vulnerabilidade obriga ao internamento, tendo para isso que mobilizar um vasto conjunto de com- petências especificas da sua área de especialização para dotar a pessoa, com esquizofrenia e baixo insight ,de competências para melhor gerir a sua situação de saúde, enfatizando a promo- ção do insight.

Desde o início clarificamos que o objetivo era planear uma intervenção da área especifica de competências do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, considerando todas as fases do processo, mas sem perspetiva de implementar a mesma durante o percurso academismo

Considerando que a conceção desta proposta de intervenção pretende atingir esse obje- tivo, tendo promovido, a aquisição e mobilização de conhecimentos, a pesquisa e a partilha de conhecimentos e vivências , alicerçando o diagnóstico na evidência disponível e atual, deline- ando-se objetivos que orientaram o desenvolvimento do planeamento das atividades , definindo- se estratégias e recursos a mobilizar no sentido de colmatar o problema definido consideramos que também este objetivo foi atingido.

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