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3. METODOLOGIA DE PROJETO

3.2 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS

Considerando todas as etapas referidas no capítulo anterior, perante as conclusões obti- das, foi-nos possível definir as metas a atingir.

“Enquadrando os objectivos na metodologia de projecto,estes assumem-se como representações antecipadoras centradas na acção “a realizar”, ou seja, a determi- nação dos objectivos finais embora não seja sempre uma condição prévia temporal é irremediavelmente um ponto fulcral na elaboração de projectos de acção” (Barbier et al,1996 citada por Ruivo et al,2010: 18)

Este Projeto de Intervenção Psicoeducativa não tem a pretensão de em apenas 6 ses- sões conseguir obter mudanças muito exacerbadas.

A sua implementação destina-se a ajudar a pessoa com esquizofrenia a iniciar um pro- cesso consciente que lhe permita responder mais eficazmente aos desafios diários motivados pela sua condição patológica e por todas as perturbações que a mesma origina e assim ter uma vida mais plena, mais satisfatória mais produtiva e em comunhão com os outros

O objetivo deste projeto é desenvolver uma proposta de cuidados do Enfermeiro Especi- alista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica que permita dotar o utente com esquizo- frenia de competências para melhor gerir a sua situação de saúde, enfatizando a promoção do insight.

A proposta de Intervenção apresentada consiste num projeto de Intervenção Psicoedu- cativa, que pretende promover no utente com esquizofrenia competências para melhor gerir a

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sua situação de saúde, enfatizando a promoção do insight., desenvolvido com base nos pressu- postos da teoria das relações interpessoais de Hilgard Peplau e da sua conceção de processo de enfermagem, considerando também as orientações emanadas pelas guidelines de tratamento da APA e a estrutura proposta por Bateman & Fonagy (2006) citado por Freitas (2010).

Ao elaborar o diagnóstico da situação foram definidos vários diagnósticos de enfermagem tendo sido elaborado um plano de cuidados a partir deles (Apêndice 2).

Uma vez que já procedemos à identificação dos problemas e necessidades sentidas pela pessoa com esquizofrenia iremos neste capítulo definir objetivos claros, concisos, realistas, men- suráveis exequíveis dentro do período temporal previsto.

“Como características dos objectivos do projecto, podemos definir que, os mesmos de- vem obedecer a alguns itens, sendo estes: claros; de linguagem precisa e concisa; em número reduzido; realizáveis; mensuráveis em termos de qualidade, quantidade e duração” (Gouveia el al. sd citado por Ruivo et al, 2010:19)

O PIP Eureka! não pretende intervir diretamente sobre todos os diagnósticos de enferma- gem identificados, porém se os objetivos delineados forem atingidos os ganhos em saúde serão transversais a várias dimensões da vida dos utentes, repercutindo-se na globalidade das suas vivências.

O projeto apresentado encontra-se direcionado fundamentalmente para alguns diagnós- ticos de enfermagem, nos quais são possíveis intervenções do âmbito psicoeducativo, promoto- ras do insgiht, que permitem estabelecer objetivos realistas e de acordo com a planificação es- tabelecida.

Toda a proposta de intervenção foi pensada para ser implementada em utentes nos quais é frequente encontrar alterações significativas da memória, da atenção e da concentração que são preponderantes na aquisição, retenção e processamento de informações necessários a aprendizagem.

Também consideramos a adequação das temáticas à fase de tratamento dos participan- tes, pois este plano destina-se a ser aplicado numa fase precoce do tratamento, sendo essencial estar consciente das implicações desse facto durante a sua formulação.

De modo que o plano de intervenção seja concretizável é essencial definir objetivos rea- listas, prevendo a mobilização das estratégias e recursos necessários para os atingir e formas de avaliar o resultado alcançado.

Os diagnósticos de enfermagem subjacentes aos objetivos do projeto de intervenção são: cognição comprometida, pensamento comprometido, processo de pensamento distorcido, con- fusão, autocontrolo, conhecimento sobre a doença diminuído, adesão ao regime terapêutico

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comprometido, insónia, comportamento aditivo, dependência do uso de tabaco, dependência do uso de álcool, dependência do uso de droga, isolamento social, auto-conceito comprometido, crise familiar e adaptação comprometida.

“É importante definir os objectivos consoante os diferentes níveis em que se enqua- dram. Mão de Ferro (1999) define objectivos gerais como enunciados de intenções que descrevem os resultados esperados. Ou seja, fornecem-nos indicações acerca daquilo que o formando deverá ser capaz de fazer após o seu percurso formativo. Devem ser formulados tendo em conta os conhecimentos e capacidades a adquirir, dizendo geralmente respeito a competências amplas e complexas.” (Ruivo et al,2010:8)

Para além do objetivo geral foram estipulados objetivos específicos.

Dizem Ruivo et al (2010) que os objetivos específicos são indicadores de conhecimentos e aptidões que os formandos deverão aprender ao longo do processo formativo, resultando da divisão de um objetivo geral em aprendizagens mais elementares.

Seguidamente enumeramos os objetivos gerais e específicos do “PIP Eureka!”.

Objetivo geral:

Objetivo de processo:

Desenvolver uma proposta de cuidados do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica que permita dotar o utente internado, com esquizofrenia e baixo insight, de competências para melhor gerir a sua situação de saúde, enfatizando a promoção do insight.

Objetivo geral da proposta de intervenção:

Promover no utente internado, com esquizofrenia e baixo insight competências para me- lhor gerir a sua situação de saúde, enfatizando a promoção do insight.

Objetivo específicos:

Identificar quais as repercussões da psicoeducação na pessoa com esquizofrenia; Promover a melhoria do insight do utente acerca da sua situação de saúde; Promover o conhecimento do utente acerca da doença;

Promover a adesão ao tratamento; Prevenir recaídas:

set-20 | Página 75 Incentivar as relações interpessoais;

Promover a inclusão comunitária;

Melhorar as estratégias de coping do utente com esquizofrenia.

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