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AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE COLIFORMES EM ÁGUAS DE VIVEIROS DE PISCICULTURA INTERMITENTEMENTE DRENADOS PARA IRRIGAÇÃO

TRABALHOS APRESENTADOS NA FORMA DE POSTER

AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE COLIFORMES EM ÁGUAS DE VIVEIROS DE PISCICULTURA INTERMITENTEMENTE DRENADOS PARA IRRIGAÇÃO

R.R. BARBOSA2 ; C.B. AZEVEDO3; J.B.A. SILVA4

INTRODUÇÃO: O aproveitamento de efluentes para irrigação de culturas, deve ser precedido de um estudo sobre a qualidade desse efluente, em termos bacteriológicos. Essa determinação pode ser efetuada de forma indireta, através dos organismos indicadores de contaminação fecal, pertencentes principalmente ao grupo de coliformes. Esses microrganismos não são patogênicos, mas dão uma satisfatória indicação de quando uma água apresenta contaminação por fezes humanas ou de animais e, por conseguinte, a sua potencialidade para transmitir doenças.

A qualidade do efluente de piscicultura com relação aos níveis de coliformes totais e fecais é ainda pouco estudada, embora seja de fundamental importância para uma utilização segura desse efluente na irrigação. BARBOSA et al (2003) determinou níveis de coliformes fecais relativamente baixos, com valores de 80 por 100 mL de água, em viveiros localizados no campus da Escola Superior de Agricultura de Mossoró, onde o fluxo de animais e pessoas era restrito. Entretanto, McKEON et al. (2000), observou valores de coliformes fecais elevados que variaram de 1 a 104 por 100 ml em viveiros onde o acesso de animais e pessoas era livre.

O presente trabalho tem como objetivo avaliar os níveis de coliformes totais e fecais em águas de viveiros de piscicultura, intermitentemente drenados para irrigação em comparação com viveiros não drenados, em condições de campo com livre acesso de animais e pessoas.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram coletadas amostras de 18 viveiros de piscicultura submetidos a dois esquemas de abastecimento de água. Nove viveiros eram intermitentemente drenados para irrigação e subseqüentemente reabastecidos. Os demais viveiros eram completados apenas para repor as perdas por evaporação. O peixe cultivado nos viveiros foi a tilápia nilótica sexualmente revertida (Oreochomis niloticus). Foram feitas também coletas na água do rio utilizada para o abastecimento dos viveiros.

O material utilizado para as coletas de água foi esterilizado em autoclave a 121 0C por 20 minutos e a coleta de água dos viveiros foi feita a uma profundidade de 10 cm, com as amostras mantidas num isopor com gelo até o momento de iniciar os testes. Todos os testes foram iniciados no mesmo dia da coleta. O exame microbiológico incluiu a contagem dos coliformes totais e fecais pelo método do Número Mais Provável (NMP) de acordo com os procedimentos recomendados pela AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATIN, 1995. Os dados referentes ao número de coliformes foram analisados utilizando estatística não paramétrica através do teste de Mann-Whitney a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os níveis de coliformes da água do rio Mossoró, utilizada para o abastecimento dos viveiros de piscicultura variaram de 0 a 8,0x102 para coliformes totais e 0 a 2,0x10 para coliformes fecais (figura 1). Segundo LEON e MOSCOSO (1999) aproximadamente 45% das águas de rios utilizadas para irrigação no mundo contêm níveis de cerca de 1000 coliformes fecais por 100mL de água e 15% dessas águas contêm 10.000 coliformes fecais por 100 mL de água. Portanto os níveis observados nas águas do rio Mossoró na altura do sítio Chafariz, estão bem abaixo da média observada em outras áreas.

Entretanto, as águas dos viveiros abastecidas com água do rio, apresentaram níveis de coliformes bastante elevados. A água dos viveiros que eram drenados para irrigação apresentou níveis de coliformes totais que variaram de 4,0x10 a 1,3x104 por 100 mL de água, e para coliformes fecais variaram de 0 a 8,0x103 (Figuras 2 e 3). Os níveis de coliformes dos viveiro que não eram drenados, variaram de 2,4x104 a 2,3x102 coliformes totais e de 0 a 1,3x102 coliformes fecais por 100 mL de água (Figuras 2 e 3). Estes níveis bastante elevados de coliformes nos viveiros nos levaram a questionar quais as razões para este incremento, já que a água original de abastecimento apresentou níveis bastante baixos. Como os viveiros eram revestidos de plástico, não haveria possibilidade de contaminação através da fossa doméstica da fazenda. Portanto, não acreditamos que os níveis de coliformes observados sejam proveniente de dejetos humano. O mais provável é que os coliformes sejam provenientes de animais domésticos e também do pássaro socó boi ( Tigresoma lineatum ),

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Projeto desenvolvido com apoio do CNPq

2 Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/ESAM, Depto de Zootecnia, Escola Superior de Agricultura de Mossoró-ESAM,

Mossoró, RN, Telefone: 0xx(84) 315.0651 – Fax: 0xx(84) 315.0599, e-mail: romeriarodrigues@hotmail.com

3 Prof. Doutor, Depto de Zootecnia, ESAM, Mossoró, RN

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castrados tenham apresentado um peso vivo e de carcaça numericamente superior aos cordeiros castrados.

De acordo com JARDIM (1982), no caso dos cabritos serem sacrificados com pouco mais de um mês, a castração torna-se desnecessária, porque não exerce influencia sobre a qualidade e a quantidade da carne. Para o abate mais tardio, porém, a eliminação dos testículos é indispensável, sob a pena da carne adquirir odor desagradável.

Naudé & Hofmeyer, citado por MADRUGA (1999), defendem a tese de que os caprinos machos devem ser preferencialmente castrados, para que possam produzir carcaças maiores e mais pesadas, considerando que animais não castrados, quando atingem idade sexual adulta (5 aos 6 ou 9 meses), param de crescer e podem até mesmo perder peso.

Citando Jacobs, PEREIRA (2002) relatou que a idade precoce em que os animais foram abatidos impossibilitou que ocorressem diferenças de castrados e não castrados devido a atuação hormonal (testosterona), já que as diferenças impostas por esta se acentuam a medida em que aproxima-se a puberdade.

Tabela 1- Valores médios referentes ao peso de lombo, paleta, pernil, costela e pescoço de caprinos SRD inteiros e castrados.

Métodos de Características

castração Pernil (g) Paleta (g) Lombo (g) Costela (g) Pescoço (g)

1)SC- sem castração; CB- castrado com burdizzo; CC- castração cirúrgica; CE - castrado com elastrador

2) Em cada coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de significância de 1% de probabilidade.

CONCLUSÕES: A castração não é recomendada para caprinos sem raça definida quando destinados ao abate com idade até os seis meses, seja qual for o método utilizado no procedimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BESERRA, F. J., MOURA, R. P., SILVA, E. M. C., MADRUGA, M. S. Características químicas e físico-químicas da carne de caprinos SRD com diferentes pesos de abate. Disponível em: <http://comciencia.br/teccarnes/madruga.htm>. Acesso em: 22 maio 2003

JARDIM, W. R. Criação de caprinos. São Paulo. Nobel, 1984.239 p.

MADRUGA, M. S. Carne Caprina: verdades e mitos à luz da ciência. Disponível em: < http://www.capritec.com.br/art21.htm>. Acesso em: 20 maio 2003

MEDEIROS, L. P., GIRÂO, R. N., GIRÂO, E. S., PIMENTEL, J. C. M. Caprinos: Princípios básicos para sua exploração. Teresina: EMBRAPA-CPAMN/SPI, 1994. 177p.

PEREIRA, P. H. S., OSÓRIO, J. C. S., OSÓRIO, M. T. M., OLIVEIRA, N. M., FARIA, H. V., PIMENTEL, M. A. Componentes do peso vivo em cordeiros castrados e não castrados. Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v. 8, n.1. p.57-60. 2002.

PINHEIRO JÚNIOR, G. C. Caprinos no Brasil. Belo Horizonte. Itatiaia, 1985.177p.

SANTANA, A. F. Manejo reprodutivo do macho caprino. Disponível em:< http://geco2001.virtualave.net/artigos/manrep.html>. Acesso em: 20 maio 2003

ZAPATA, J. F. F., SEABRA, L. M. A. J., NOGUEIRA, C. M., BEZERRA, L. C., BESERRA, F. J. Características de carcaça de pequenos animais do Nordeste do Brasil. Ciência Animal - Revista Cientifica da Faculdade de Veterinária, Fortaleza, v.11, p.79-85, jul. a set. 2001.

SC 2616,40 1606,50 1028,28 1762,76 671,53

CB 2287,53 1346,95 849,25 1671,90 556,85

CC 2179,60 1468,40 978,70 1576,90 565,85

EFEITO DE DIFERENTES MÉTODOS DE CASTRAÇÃO SOBRE O PESO DOS CORTES

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