• Nenhum resultado encontrado

A avaliação técnica dos conjuntos habitacionais foi efetuada através de vistorias, nas quais foram realizados os levantamentos de manifestações patológicas construtivas existentes nos revestimentos de fachadas dos conjuntos através de inspeção visual. A avaliação a olho nu, para verificação de trincas, fissuras, umidades e outras manifestações patológicas em qualquer sistema ou componente de construção, é um método utilizado na Avaliação Pós-Ocupação que propicia baixo custo e alta confiabilidade (ROMÉRO; ORNSTEIN, 2003).

O levantamento foi realizado conforme o método de Lichtenstein (1986), CIB (1993) e HELENE (2005), sendo a mesma utilizada na pesquisa do Núcleo de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo da UFPEL, durante o Projeto INQUALHIS, realizado por Medvedovski (2010), permitindo a comparação e o cruzamento dos dados dos levantamentos. Cabe salientar que, além da consulta à metodologia documentada em relatório técnico e artigos publicados (AZEVEDO; GUERRA, 2008; AZEVEDO et al., 2008), foram realizados diálogos com os colaboradores que realizaram os levantamentos durante o INQUALHIS, assegurando a compatibilidade do método de levantamento.

No projeto INQUALHIS as manifestações patológicas foram classificadas em quatro tipos: umidade, descolamento de revestimento, fissuras/trincas e irregularidade do acabamento. Porém, assim como no trabalho de Silva (2016), o problema de irregularidade do acabamento não foi levantado, por ser irrelevante apontar uma manifestação decorrente do período de construção. Em contrapartida foi adicionada a categoria de sujidade, pois as fachadas observadas apresentavam alterações significativas desta anomalia. Portanto, no levantamento realizado neste estudo, as manifestações patológicas foram classificadas em: umidade, fissuras/trincas, descolamento de revestimento e sujidade.

Durante os levantamentos foi apontada a localização e o tipo de cada manifestação patológica incidente nas representações gráficas das fachadas de cada conjunto, as quais foram contabilizadas para realizar a análise quantitativa.

No Residencial Regente, o levantamento foi realizado nas fachadas externas de cada um dos quatro edifícios. As fachadas dos edifícios do Residencial Regente têm orientações solares variando entre nordeste (NE), noroeste (NO), sudeste (SE) e sudoeste (SO), conforme Figura 40.

Figura 40 - Localização dos blocos do Residencial Regente Fonte: Autora.

No Residencial Jardins da Baronesa o levantamento foi realizado nas fachadas externas de cada um dos dois edifícios, que possuem a mesma posição geográfica, alinhados. As fachadas dos edifícios têm orientações solares variando entre nordeste (NE), noroeste (NO), sudeste (SE) e sudoeste (SO), como mostra a Figura 41.

Figura 41 - Localização dos blocos do Residencial Jardins da Baronesa Fonte: Autora.

No Residencial Estrela Gaúcha o levantamento também foi realizado nas fachadas externas de cada um dos seus quatro edifícios. As fachadas dos edifícios têm as orientações solares nordeste (NE), noroeste (NO), sudeste (SE) e sudoeste (SO), conforme Figura 42.

Figura 42 - Localização dos blocos do Residencial Estrela Gaúcha Fonte: Autora.

Durante o levantamento, cada tipo diferente de manifestação patológica identificado foi classificado em uma ficha e criado um código. A ficha de levantamento, produzida e utilizada por Silva (2016), exibida na Figura 43, permite registrar o diagnóstico das origens e causas de cada manifestação, além de quantificara incidência em cada fachada de cada bloco do conjunto.

Figura 43 - Ficha de levantamento utilizada por Silva (2016) Fonte: Silva (2016).

Pode-se observar que a ficha é dividida em duas colunas, a primeira possui uma lista de referência com opções predefinidas a serem assinaladas para a identificação do tipo, das origens e das causas de cada manifestação patológica. A ficha permite a adição de um novo tipo de manifestação caso necessário através da opção “outro”, assim como uma causa diferentes das predeterminadas. Na segunda coluna estão localizados os quadros para a quantificação da incidência da manifestação patológica em cada fachada de edifício do conjunto.

Para este estudo, a ficha produzida por Silva (2016) foi modificada, pois além da quantificação por fachadas em diferentes orientações solares tem-se o objetivo aferir o número de incidências por pavimento. Para isso a quantificação da incidência de manifestações patológicas dos quadros da segunda coluna, foi subdividida pelo número de pavimentos da edificação, acrescida das empenas de cobertura e reservatórios, permitindo analisar a incidência a cada pavimento. Na Figura 44 está apresentada a ficha utilizada neste estudo.

Figura 44 - Exemplo de ficha de levantamento deste estudo Fonte: Autora.

Para facilitar a localização e quantificação das manifestações patológicas nas fichas, foram utilizadas representações gráficas das fachadas, conforme realizado por Silva (2016). Durante os levantamentos, nas representações gráficas das fachadas, foram assinaladas as manifestações de descolamento de revestimento, umidade e sujidade através da utilização dos códigos para cada tipo diferente de manifestação patológica, conforme Figura 45.

Figura 45 - Exemplo de levantamento em fachada Fonte: Silva (2016).

As manifestações de fissuras e trincas, assim como utilizado por Silva (2016), foram representadas com uma simbologia diferente, devido a sua complexidade, visando facilitar sua posterior identificação e quantificação, como ilustrado na Figura 46.

Figura 46 - Exemplo de levantamento em fachada Fonte: Silva (2016).

Os levantamentos foram realizados nos turnos da manhã ou da tarde, em dias ensolarados ou com pouca nebulosidade. Durante os levantamentos foram realizados alguns registros fotográficos de cada tipo de manifestação encontrada, mas, visto que servem somente como exemplificação dos problemas, não foram utilizadas técnicas específicas na realização das fotografias.

Para as análises, objetivos deste estudo, os dados foram manipulados no aplicativo Excel versão número 1907 do software Microsoft Office 365.Inicialmenteforam quantificados o número de incidência de cada tipo de manifestação patológica em cada pavimento de cada conjunto, permitindo a comparação da quantidade de incidências em cada pavimento da edificação.

Para comparação de incidências entre os conjuntos habitacionais objetos deste estudo, o número de incidências nas fachadas foi dividido pelas áreas das fachadas correspondentes, por apresentarem tamanhos diferentes, possibilitando a criação de

um fator de comparação, definido por número de incidências de manifestações patológicas por metro quadrado de área de fachada.

Documentos relacionados