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3.8 CARTAS DE USO E OCUPAÇÃO DA TERRA DA BACIA

3.8.1 Avaliação Temporal do Uso e Ocupação da Terra da Bacia

Para realizar uma análise sobre as transformações ocorridas no uso da terra da BHCC compreendendo os períodos de 1980 e 2002 e, foram realizados cruzamentos matriciais entre os mapeamentos de uso e ocupação da terra da BHCC nos períodos considerados, a fim de analisar as substituições das formas de uso ocorridas. Para tanto, foram definidas as classes de uso e cobertura da terra que seguem descritas a seguir:

Urbanizado: compreende áreas com adensamentos urbanos, loteamentos, com arruamentos mesmo que isoladas, áreas industriais, edificações rurais e de domínio de rodovias (Figura 02).

Figura 02: Exemplo da classe de uso da terra ‘Urbanizado’ Local: Vila Cipa

Solo Exposto: áreas que não apresentam coberturas quaisquer (Figura 03).

Figura 03: Exemplo da classe de uso da terra ‘Solo Exposto’ Local: Distrito Industrial

Autoria: Marcos A. Miara, 2005

Lagoas: áreas alagadas artificialmente (Figura 04).

Figura 04: Exemplo da classe de uso da terra ‘Lagoas’ Local: Estação de Tratamento de Esgotos da SANEPAR Autoria: Marcos A. Miara, 2005

Cultivo Temporário: locais de plantio com rotatividade de culturas sendo as mais usuais, as culturas de soja, milho, trigo e aveia (Figura 05).

Figura 05: Exemplo da classe de uso da terra ‘Cultivo Temporário’ Local: Estação experimental da EMBRAPA

Autoria: Marcos A. Miara, 2005

Cultivo Florestal: áreas com plantio de espécies florestais, sendo o eucalipto e o pínus as espécies mais comuns. Porém há um predomínio do plantio de eucaliptos associado a demais espécies de portes variados (Figura 06).

Figura 06: Exemplo da classe de uso da terra ‘Cultivo Florestal’ Local: Estação experimental do IAPAR

Autoria: Marcos A. Miara, 2005

Herbáceas: esta classe compreende uma variedade de ambientes sendo basicamente formada por espécies de pequeno porte, na maior parte dos casos sem

presença arbustiva. Há uma confusão maior nesta classe, pois ela pode estar associada a áreas de pastagem, em especial nas áreas de transição entre as áreas urbanas e rurais onde pequenas propriedades apresentam tais práticas de uso. Como seria impossível definir tais diferenças de uso para o ano de 1980, para este ano todas as áreas com vegetação rasteira, que não de cultivo, foram definidas como “Herbáceas”. Esta ocorre tanto nas áreas rurais, industriais e urbanas, inclusive em locais próximos a adensamentos urbanos como quadras não ocupadas. Portanto, esta classe talvez seja a que maior carga de dúvidas quanto a sua cobertura possua, e associa-se a formações de estepe gramíneo-lenhosa (campo) com diferentes graus de alteração (Figura 07).

Figura 07: Exemplo da classe de uso da terra ‘Herbáceas’ Local: Jardim Barreto

Autoria: Marcos A. Miara, 2005

Campo: diferentemente da classe “Herbáceas”, esta categoria de cobertura da terra é facilmente classificada pois possui características de mais fácil identificação. Nesta classe ocorrem espécies de savana estépica gramíneo-lenhosa, localizando-se principalmente em áreas próximas as drenagens, podendo ser considerada como uma estepe higrófila (campo úmido / brejoso / várzea) (Figura 08).

Figura 08: Exemplo da classe de uso da terra ‘Campo’ Local: Estação experimental do IAPAR

Autoria: Marcos A. Miara, 2005

Capões: áreas remanescentes de matas classificadas como Floresta Ombrófila Mista com diferentes níveis de alteração e de inserção de espécies que não nativas. Ocorrem principalmente junto as cabeceiras do arroio Olarias e como mata de galeria ao longo deste. No rio Cará-Cará ocorrem principalmente a partir da cota de 820m até a foz deste rio com o rio Tibagi, sendo que nas cotas mais altas o predomínio é de vegetação rasteira, mesmo às margens dos rios (Figura 09).

Figura 09: Exemplo da classe de uso da terra ‘Capões’ Local: Vila Cará-Cará

Afloramentos de Rocha: uma única área foi identificada onde afloramentos da Formação Furnas são presentes. Esta área associa-se a ocorrência de Falhas Aproximadas e a Linhas de Fraturas, localizando-se próxima a confluência de dois canais de drenagem, com altas declividades em suas adjacências, e caracteriza-se por solos rasos, vegetação de campo alterado, e nota-se o uso como pastagem natural (Figura 10).

Figura 10: Exemplo da classe de uso da terra ‘Afloramentos de Rocha’ Local: Estação experimental do IAPAR

Autoria: Marcos A. Miara, 2005

Pínus: esta classe localiza-se isoladamente dentro de uma estação de pesquisa da EMBRAPA aparecendo somente no ano de 2002. Foi definida como uma classe distinta da classe “Cultivo Florestal” por aparecer isoladamente em uma área contínua e de tamanho representativo, por estar localizada em locais de nascentes, e por possuir condições ambientais diferenciadas e específicas a outros cultivos florestais como o eucalipto, pois apresenta um menor grau de proteção ao solo e uma biodiversidade junto a sua cultura também menor (Figura 11).

Figura 11: Exemplo da classe de uso da terra ‘Pínus’ Local: Estação experimental da EMBRAPA

Autoria: Marcos A. Miara, 2005

Pastagem: esta classe foi identificada somente para o ano de 2002 pela possibilidade de verificação em campo desta prática de uso. Esta classe localiza-se dentro de uma estação de pesquisa do IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná) destinada a pesquisas com gado de corte. Quanto ao trato animal, vale ressaltar que o uso das áreas de pastagem acontece sem alguns cuidados importantes, principalmente no que se refere ao acesso dos animais aos rios para consumo de água. Isto se verifica pelo grande número de “carreiros” sentido encosta abaixo em direção aos rios, onde processos erosivos com diferentes graus se apresentam (Figura 12).

Figura 12: Exemplo da classe de uso da terra ‘Pastagem Local: Estação experimental do IAPAR

Autoria: Marcos A. Miara, 2005