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AVENIDA BRASIL LESTE

No documento 2016NataliaHeuenteinEckert (páginas 43-46)

3 MÉTODO DO TRABALHO

4.4 VIAS DO BAIRRO SÃO JOSÉ

4.4.3 AVENIDA BRASIL LESTE

A principal rua da cidade é marcada pela importância histórica que possui, sua função é de eixo estruturador da área urbana. Com grande extensão e características diferenciadas em cada trecho, a predominância é de grandes canteiros centrais. Alguns desses canteiros foram apadrinhados pelos comerciantes locais e ganharam a função de praças em meio à área central da cidade.

Possui marcos histórico, área de passeio central, mobiliário urbano com características distintas ao longo de sua formação, presença de pistas de ciclovia e caminhada, entre áreas de esporte e lazer com grandes áreas gramadas. A principal característica é a presença de vegetação de médio e grande porte, ocasionando grandes áreas sombreadas onde a população se apossa do espaço público, mesmo que sendo circundado pelas vias de alto fluxo, com grandes áreas asfaltadas.

A via possui várias tipologias ao longo do seu percurso, devido a essa característica o bairro selecionado para coleta de dados foi o São José, onde há mais carência de infraestrutura no canteiro central. Já no Centro a via é mais urbanizada pela grande circulação de pedestres e altos fluxos ocasionados pela zona comercial da área. E no Boqueirão houve através da atual administração pública investimentos de requalificação da área, com instalação de ciclovia e pistas de caminhada com grande extensão.

A Avenida possui pavimentação asfáltica em todos os bairros, onde se predominam instalações comerciais que atendem a vários setores da sociedade, conforme se verifica na Figura 19. Os edifícios possuem gabarito de altura com vasta gama de pavimentos, analisando-se predomínio de edifícios em altura com mais de dez pavimentos na área central, e edificações comerciais entre dois e quatro pavimentos nos bairros periféricos.

Figura 19 – Canteiros da Avenida Brasil Leste.

Fonte: Adaptado de Google Earth (2015), imagem autor (2015).

Os canteiros são caracterizados por predomínio de passeios em ambos os lados, com presença de floreiras e recuos para algumas espécies e também grandes áreas gramadas em torno das vegetações. Característica essa que se evidencia no bairro selecionado para o estudo, onde não há presença constante de mobiliários urbanos, e estratégias que vinculem a população ao uso mais expressivo da área. Servindo apenas para deslocamentos e percursos de caminhada, onde há passeio no centro do canteiro. As condições climáticas da via são descritas no Quadro 3, a seguir.

Os dados coletados na via demonstram como a área mais arborizada do canteiro é capaz de proporcionar uma umidade relativa do ar bem acima das demais vias analisadas no período de verão, ficando entre as médias representadas para os períodos na cidade. Já a redução da

umidade na área ensolarada demonstra o poder de sensação térmica agradável que a sombra da árvore pode proporcionar, reduzindo também todas as temperaturas coletadas. Os valores de temperatura de contato obtiveram reduções significativas: no meio natural a atenuação foi de 8°C, na área de calçada de pavimentação basáltica a redução foi de 11,5°C, e na temperatura da pista de rolamento a temperatura obteve a diferença de 10,5°C.

A temperatura do ar teve a maior expressividade no período do verão, com uma redução de 6,4°C, já no outono a área ensolarada se apresentou apenas 0,4°C acima da área sombreada. Também no mesmo período a umidade do ar não representou significativas mudanças, como na maioria das áreas analisadas. A quantidade de iluminação natural obteve a maior diferença em relação às áreas ensolaradas nas diferentes estações. Já as diferenças encontradas nos valores de sombra e sol, demonstram a capacidade de atenuação dos raios solares proporcionados pela copa das vegetações de grande porte. Se constatando agentes potencializadoras da ambiência urbana.

Quadro 3 – Condições climáticas Av. Brasil Leste - Ponto 28°14'57"S 52°23'25"O. VERÃO – 13:45hs Sombra Sol TCN TCC TCR TA UR LUX TCN TCC TCR TA UR LUX 28,5°C 30°C 35°C 31,2°C 50% 5.500 36,5°C 41,5°C 45,5°C 37,8°C 35% 86.300 OUTONO – 13:00hs TCN TCC TCR TA UR LUX TCN TCC TCR TA UR LUX 21°C 23°C 25°C 24,6°C 43% 5.600 26°C 28°C 30°C 25°C 45% 45.000 INVERNO – 14:00hs TCN TCC TCR TA UR LUX TCN TCC TCR TA UR LUX 23,5°C 28°C 28°C 25°C 40% 6.200 27,5°C 36°C 38°C 29°C 42% 75.000 PRIMAVERA – 14:40hs TCN TCC TCR TA UR LUX TCN TCC TCR TA UR LUX 25°C 30°C 34°C 32°C 38% 4.500 34°C 36°C 42°C 35°C 35% 65.000

TCN: Temperatura de contato no meio natural, com presença de gramíneas e terra; TCC: Temperatura de contato na calçada do passeio;

TCR: Temperatura de contato no rolamento asfáltico; TA: Temperatura do ar;

U: Umidade relativa do ar;

LUX: Quantidade de iluminação natural.

Todas as temperaturas na área sombreadas foram maiores nos meses de outono em comparação com os de inverno, onde a quantidade de iluminação também foi mais elevada. A maior alteração dos valores foi verificada na área sombreada do pavimento asfáltico da via, onde a redução foi de 10°C, chegando bem próximo ao valor encontrado na estação do verão. A umidade relativa do ar apresentou uma pequena redução como na estação de outono, em apenas 2%, o que pode ser caracterizado também pela menor massa densa de vegetação.

Na primavera a redução de temperatura na primavera teve a maior observação na temperatura de contato natural, com valor de 9°C, que se deve principalmente pela implantação constante e grande porte da vegetação, que contribui para climas mais amenos nas áreas sombreadas em todas as estações. Na temperatura do ar a redução foi de 3°C, enquanto que a temperatura de contato da calçada também contribuiu para a amenização do clima com 6°C de redução, contribuindo para que no passeio público as pessoas possam circular com um microclima local mais agradável.

No documento 2016NataliaHeuenteinEckert (páginas 43-46)

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