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4. METODOLOGIA

5.7 Sub-bacia Rio Tibagi

De acordo com COBRAPE (2013) a atividade econômica principal é a agropecuária. Na metade sul da bacia as culturas (soja, milho, feijão e trigo) ocupam uma área igual à de pastagens, havendo ainda áreas com reflorestamento. Na metade norte, região da terra roxa, a agricultura é mais intensiva (soja milho, trigo e café) e há pouca pastagem. A bacia é relativamente industrializada, com polos industriais em Londrina e Ponta Grossa. Em Telêmaco Borba se situa uma das maiores indústrias de celulose do país - Klabin. As indústrias, em sua maioria, estão ligadas à agropecuária: treze de óleos comestíveis, onze laticínios, nove frigoríficos, sete de papel, sete de bebidas, sete têxteis e outras.

Quanto à climatologia da precipitação média na sub-bacia Rio Tibagi (Figura 31), estudo com base em 36 postos pluviométricos, observou-se que não há uma sazonalidade bem definida, assim como nas sub-bacias do Baixo Iguaçu e Rio Ivaí. O período chuvoso não é bem definido, em contraposto à climatologia da precipitação média encontrada para a sub-bacia do Alto Paranapanema, Mogi-Guaçu e Rio dos Bois.

Figura 31 - Gráfico das médias mensais e desvio padrão da precipitação diária (mm/dia) entre

os meses de janeiro (1) a dezembro (12) para o período estudado.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 P rec ipit ão (m m /d ia ) Período (Meses)

Em relação às tendências calculadas, os meses que possuem predominância de acréscimos são os meses de junho a fevereiro, sendo os meses de março e abril os meses onde há predominância de valores decréscimo na precipitação média.

Nos meses com tendência de diminuição da precipitação, a queda pode chegar a cerca de 3,7% por década (fevereiro), 9% (março), 1,7% (abril) e 37% (maio), decréscimo decadal inferior quando comparado ao mesmo mês nas demais sub-bacias. A precipitação é maior nos meses de janeiro e fevereiro, como observado na Figura 31, e apresentam aumento de até 51% por década para o mês de janeiro. Para o mês de maio, por exemplo, dos 36 postos analisados na sub-bacia, nenhum dos postos apresentou tendência positiva. Já para o mês de janeiro, 11 postos apresentaram tendência positiva. O mês de maio, a totalidade dos postos apresenta-se com tendência negativa. Os meses com maiores decréscimos na sub-bacia do Rio Tibagi foram os meses de março, agosto e dezembro, distintamente das sub-bacias do Alto Paranapanema, Baixo Iguaçu, Ivaí e Rio Mogi-Guaçu.

A correlação entre as máximas de cada série é nula, tal como observado em outras sub-bacias deste estudo, sugerindo a natureza puramente aleatória do evento mais intenso de cada série. Mais de 80% dos postos de cada série apresentaram parâmetro de forma negativo () e, portanto, mais apropriados para serem representados por uma aproximação do tipo III (Weibull, limite superior finito), sugerindo uma probabilidade nula de ocorrência de eventos de máxima precipitação anual acima dos maiores valores já registrados na série histórica, como observado também nas sub-bacias do Alto Paranapanema, Baixo Iguaçu, Rio Ivaí e Mogi-Guaçu. O ajuste por uma função do tipo I (Gumbel,  = 0), não é ideal para nenhum dos postos dessa sub-bacia, semelhante ao encontrado no Alto Paranapanema e Baixo Iguaçu.

Figura 32 - Distribuição espacial dos parâmetros de locação (µ) e forma (ξ) para a sub-bacia do

Rio Mogi-Guaçu.

Em relação à variabilidade espacial o parâmetro de forma mostrado na Figura 32 b se apresente distribuído homogeneamente quando comparado a bacia do Rio Paraná, comportamento diferente daquele observado para a sub- bacia do Rio Ivaí e semelhante ao Alto Paranapanema, Baixo Iguaçu e Mogi- Guaçu. O maior evento de precipitação diária registrado na bacia foi de 777,2 mm cujo período de retorno calculado é de cerca de 45 anos. A Figura 33 mostra a distribuição espacial da intensidade de eventos prevista a partir do ajuste da função GEV, considerando períodos de retorno de 10, 20 e 30 anos. Observa-se que eventos de precipitação diária na faixa de 100 a 135 mm são esperados ocorrer uma vez a cada 10 anos na maior parte da área da sub- bacia, enquanto que entre 135 e 280 mm só serão recorrentes numa escala temporal de 20 ou mais anos. Como consequência do ajuste mais adequado (tipo III), haverá um limite superior finito definido pelo ajuste e haverá pouca alteração na intensidade dos eventos quando períodos de retorno maiores forem considerados.

Figura 33 - Distribuição espacial das precipitações diárias máximas para períodos de retorno

de 10, 20 e 30 anos na sub-bacia do Rio Tibagi.

Os intervalos de vazão média (m³/s) da sub-bacia do Rio Tibagi, entre 1984 a 2013, estão representados na Figura 34. O mês de outubro apresentou maior vazão média, sendo este o terceiro mês mais chuvoso na região Rio Tibagi. Os meses que apresentaram maior variabilidade temporal foram os meses de março a maio, sendo este o período mais chuvoso. Não há sazonalidade bem definida para a vazão, diferentemente do encontrado para as sub-bacias do Alto Paranapanema, Baixo-Iguaçu, Rio IvaÍ, Rio dos Bois e Mogi-Guaçu.

Figura 34 - Vazão média diária para os postos fluviométricos analisados para a sub-bacia do

Os postos mais a jusante da sub-bacia (64507000 e 64501000, na Figura 34) possuem vazão média de cerca de 481 m3/s e 443 m3/s e vazão máxima histórica de cerca de 7335 m3/s e 6728 m3/s. A vazão específica média nestes dois postos, é de 22 l/s.km2 e 23 l/s.km2, respectivamente, valores superiores quando comparadas as sub-bacias do Alto Paranapanema, Baixo Iguaçu, Rio Ivaí e Mogi-Guaçu, o que corresponde a uma taxa de drenagem, respectivamente, de 1,9 mm/dia e 2 mm/dia, ou aproximadamente 45% e 50% da precipitação média na sub-bacia que é de 4,3 mm/dia. O índice de cheia calculado foi de 0,50, maior que as demais sub-bacias estudadas.

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