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CORPO TEÓRICO

1. A Actividade Física na Sociedade Actual

1.3. Benefícios da Actividade Física

Para a Organização Mundial de Saúde (World Health Organization, 2007a), a saúde define-se como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. Assim, a saúde tem várias dimensões (anatómica, fisiológica e mental) e é amplamente definida pela cultura (Turnock, 1997).

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A actividade física tem inúmeros benefícios físicos, sociais e psicológicos cientificamente comprovados e amplamente reconhecidos pela sociedade em geral e especificamente ao nível da saúde. A Agency for Healthcare Research and Quality and the Centers for Disease Control, (2002) refere que a actividade física tem efeitos benéficos em quase todos os sistemas orgânicos (se não todos) e, consequentemente, previne um amplo conjunto de problemas de saúde e de doenças.

Os benefícios da actividade física regular têm sido reconhecidos e publicitados em relatórios e publicações de várias organizações:

1. Surgeon General of the United States (United States Department of Health and Human Services, 1996).

2. National Centers for Disease Control and Prevention (National Institutes of Health Consensus Development Panel on Physical Activity and Cardiovascular Health, 1996).

3. American College of Sports Medicine (National Institutes of Health Consensus Development Panel on Physical Activity and Cardiovascular Health, 1996)

4. American Heart Association (Blair, et al., 1993),

5. Organização Mundial de Saúde (World Health Organization)

6. National Public Health Partnership (Bauman, Bellew, Vita, Brown, e Owen, 2002).

Consideram-se ainda benefícios psicológicos (Laperriere, Ironson, Antoni, Schneiderman, Klimas, e Fletcher, 1994; Topp, 1989): a redução das sensações de depressão e ansiedade, contribuição para o bem-estar psicológico e a qualidade de vida em geral.

Estudos em grandes populações demonstraram que o bem-estar geral é superior e que a depressão é muito menos frequente nos indivíduos que fazem muito mais exercício do que naqueles indivíduos que fazem pouco ou nenhum exercício físico (Shephard, 1997). O exercício físico tem sido associado com melhoria do humor

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(Anspaugh, 1996) e também parece ter efeitos psicológicos positivos, que têm sido parcialmente atribuídos a alterações bioquímicas (Neale, 1990). Fox (1999) refere ainda que existe uma evidência suficiente para dizer que o exercício físico é eficaz no tratamento da depressão clínica, que tem um efeito moderado na redução do estado de ansiedade e na ansiedade traço e pode melhorar as auto-percepções físicas e em alguns casos a auto-estima global. Existe boa evidência que o exercício aeróbio e o exercício contra resistências adicionais melhoram os “estados de ânimo”.

Embora as pessoas com problemas de saúde mental tenham um risco mais elevado de doença cardiovascular, obesidade, diabetes e problemas respiratórios do que a população em geral (Brown et al, 1999), existem evidências das ligações entre a actividade física e a redução da ansiedade e depressão, humor elevado, melhor funcionamento cognitivo, melhoria da auto-percepção física, da auto-estima e auto- eficácia (Biddle et al, 2000; Skrinar, 2003).

Similarmente, Faulkner e Biddle (2001) também sugerem que o exercício pode melhorar a eficácia dos programas de modificação comportamental e os resultados ao nível da saúde mental também motivam as pessoas a serem mais persistentes na actividade física (Biddle e Mutrie, 2001). No entanto, o papel da actividade física ainda não é bem compreendido nem reconhecido por muito do pessoal de enfermagem de saúde mental (Faulkner e Biddle, 2002).

Vários estudos referem uma associação entre estilos de vida sedentários e depressão tanto em homens como em mulheres e em especial para pessoas acima dos 40 anos (Buckworth e Dishman, 2002).

Depressão e obesidade e suas complicações associadas, representam um dos principais problemas de saúde e ambos estão associados com a inactividade física. (Stein, 2005).

Em estudos longitudinais constatou-se que as pessoas fisicamente activas têm uma reduzida tendência para desenvolver depressão (Strawbridge, Deleger, Toberts, e Kaplan, 2002; Martinsen, 2005) e as pessoas deprimidas têm geralmente menos força

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muscular, endurance e capacidade de trabalho físico quando comparadas com a população geral (Martinsen, 2005; Scully, Kremer, Meade, Graham, e Dudgeon, 1998).

O National Institute for Occupational Safety and Health relata que 25% dos Americanos acreditam que o seu trabalho é a fonte principal de stress nas suas vidas (Instituto Nacional de Salud y Seguridad Ocupacional, 1999).

Os programas de bem-estar nas empresas começam a ser vistos como um novo benefício, sendo mesmo incluído nos pacotes de remuneração dos funcionários. Para além de todos os outros benefícios da actividade física regular, há ainda outros a destacar relacionados com as empresas e a produtividade. Os programas de bem-estar para empresas conseguiram reduções na hipertensão, lesões, dores na zona lombar e outras condições preventivas (Harris e Baxter, 2002).

Para além dos benefícios que a actividade física regular pode trazer para os indivíduos, no caso dos programas de actividade física e programas de promoção da saúde no local de trabalho, os benefícios referenciados por Wilson, Holman, e Hammcock (1996): a redução da gordura corporal e da massa corporal a melhoria da potência aeróbia, e da força muscular enquanto os funcionários se mantêm no programa de promoção da saúde. O Canadian Council for Health and Active Living at Work (2007) refere que, os funcionários podem obter benefícios em termos de melhoria da condição física e saúde, melhoria da produtividade e da moral, melhoria da satisfação no trabalho e no espírito de equipa e uma redução do stress e das lesões nas costas. Por sua vez, a mesma organização considera que as empresas podem reduzir o absentismo e a perda de funcionários, o stress e lesões nas costas, as lesões no local de trabalho, a redução nos custos de compensação dos trabalhadores e a melhoria da produtividade. Os funcionários com problemas depressivos têm uma maior probabilidade de voltar a ficar indisponíveis para o trabalho, do que os funcionários com doença do coração ou dores na zona lombar (Anspaugh, 1996).

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