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Betões Normais para Aplicação em Obra

No documento Lar militar: projecto de execução (páginas 92-103)

Capítulo 3. Condições Técnicas dos Materiais e Regras de Execução

3.2. Regras de Execução de Trabalhos

3.2.4. Betões Normais para Aplicação em Obra

1. Objectivo:

Definição das normas a observar na composição, no fabrico, no controlo de qualidade, no transporte e na colocação em obra, de betões normais fabricados em estaleiro.

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2. Disposições regulamentares: 2.1. Legislação:

Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-esforçado (Decreto nº 349-C, de 3.JUL.80.)

3. Materiais componentes do betão. 3.1. Cláusulas aplicáveis

Os materiais componentes do betão deverão satisfazer ao estipulado nas cláusulas deste Caderno de Encargos:

 Água

 Inertes para betões de ligantes hidráulicas e argamassas hidráulicas  Cimento

3.2. Aditivos

Só podem ser usados aditivos no betão com autorização específica escrita da Fiscalização, que só o deverá autorizar se o Empreiteiro demonstrar que o seu uso melhorará a qualidade e/ou os resultados do betão em obra.

Não devem ser usados aditivos contendo iões de cloro.

Os aditivos devem ser introduzidos por meio de recipientes distribuidores calibrados, verificados e certificados, uma vez aprovados pela Fiscalização. 4. Características

O betão deverá ser constituído de acordo com a Norma Portuguesa e ser do tipo indicado no Projecto.

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Devem seguir-se as especificações constantes das cláusulas aplicáveis das Condições Técnicas Gerais relativas a obras onde se utilize o betão.

6. Procedimentos para o controlo de qualidade

6.1. Generalidades

O fabrico, a colocação e a cura do betão devem ser sujeitos ao controle de qualidade referido nos pontos que se seguem.

6.2. Controle de produção 6.2.1. Generalidades

O controlo da produção deve ser efectuado pelo Empreiteiro, Sub-empreiteiro e Fornecedores, cada um dentro do seu domínio específico, nos processos de fabrico, colocação e cura do betão.

Todas as instalações e o equipamento devem estar disponíveis para realizar as inspecções e ensaios necessários sobre o equipamento, materiais e betão. Toda a informação relevante do controle da produção deve ser anotada num livro de registos ou em outro documento, indicando nomeadamente:

 Nome dos fornecedores de cimento, inertes, adjuvantes e adições;  Número das guias de remessa de cimento, inertes, adjuvantes e

adições;

 Origem da água de amassadura;  Consistência do betão;

 Massa volúmica do betão fresco;  Razão água-cimento do betão fresco;

 Quantidade de água adicionada ao betão fresco;  Dosagem de cimento;

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 Número de provetes de ensaio;

 cronograma de execução de determinadas fases de trabalho durante a colocação e cura do betão;

 temperatura e condições meteorológicas durante a colocação e cura do betão;

 elemento estrutura em que determinada amassadura foi utilizada. Informação adicional no caso de betão pronto:

 nome do fornecedor;

 número da guia de remessa.

Todas as alterações aos procedimentos especificados relativamente ao transporte, entrega, colocação, compactação e cura devem ser registadas e relatadas à pessoa responsável.

6.2.2. Controle da conformidade

Para as propriedades não incluídas nestas cláusulas, os critérios de conformidade devem ser acordados tendo em conta o sistema de verificação e o nível de segurança pretendidos para a estrutura de betão e seus componentes. Se os resultados dos ensaios dos provetes moldados não satisfizerem as exigências de conformidade ou não estiverem disponíveis, ou se os defeitos de execução ou a influência de condições meteorológicas extremas (por exemplo, gelo) originarem dúvidas quanto à resistência, durabilidade e segurança da estrutura, podem exigir-se ensaios suplementares em carotes retirados da estrutura, de acordo com a ISO 7034, ou uma combinação de ensaios em carotes e ensaios não destrutivos na estrutura, por exemplo, de acordo com a ISO 8045, a ISO 8046 ou a ISO 8047.

7. Colocação em obra do betão 7.1. Equipamento

O Empreiteiro deverá submeter à apreciação da Fiscalização os processos e meios a utilizar para o lançamento do betão dentro dos moldes, os quais

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deverão corresponder ao rendimento das restantes instalações, ter capacidade adequada à perfeita execução do trabalho, e não poderão de forma alguma facilitar a desagregação ou fractura dos materiais.

7.2. Operações prévias

7.2.1. Imediatamente antes do início do lançamento do betão nos moldes, estes deverão ser inspeccionados para verificação das seguintes características:

 Geometria da cofragem;

 Remoção de poeira, serradura, neve, gelo e restos de arame de ligação das cofragens ou das camadas anteriores de betão;

 Tratamento das superfícies de betão endurecido das juntas de betonagem;

 Molhagem das cofragens ou das camadas anteriores de betão;  Estabilidade das cofragens;

 Janelas de visita;

 Estanquicidade das cofragens para evitar a saída da pasta de cimento;

 Preparação da superfície das cofragens;

 Limpeza das armaduras de depósitos superficiais que prejudiquem a aderência (por exemplo, óleo, gelo, pinturas, ferrugem solta);  Fixações (localização, estabilidade, limpeza);

 Disponibilidade de meios eficazes de transporte, compactação e cura, apropriados à consistência especificada para o betão;

 Disponibilidade de pessoal competente.

7.2.2. Não deverá ser lançado betão antes que os moldes hajam sido aprovados pela Fiscalização.

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7.2.3. Nas zonas onde as marés possam afectar o trabalho, não deverá ser colocado betão, se verificar a existência de água no interior dos moldes. 7.3. Enchimento de moldes

7.3.1. O betão deve ser colocado por camadas horizontais de espessura não superior a 50 cm.

Quando numa operação for colocada menos que uma camada completa, esta deve terminar em parede vertical.

Cada camada deve ser colocada e compactada antes que a precedente massa tenha iniciado a presa, para evitar prejudicar o betão fresco e evitar juntas imperceptíveis entre as camadas.

A compactação deve ser feita tendo em vista evitar a formação de juntas de construção com a camada precedente que não tenha iniciado a presa. 7.3.2. Quando a colocação de betão for temporariamente suspensa, este

deverá, depois de se ter tornado suficientemente duro para manter a forma, ser devidamente limpo de leitada e de todo o material nocivo, a uma profundidade suficiente para deixar exposto o betão são.

Para evitar juntas visíveis nas superfícies expostas, a face superior do betão adjacente às paredes dos moldes deverá ser alisada e nivelada sempre que a moldagem for interrompida.

Logo a seguir a esta descontinuidade de colocação, dever-se-á retirar toda a argamassa acumulada nas armaduras, assim como nas paredes dos moldes. Se todo o material acumulado não for retirado antes do betão iniciar a presa, deverá ter-se o cuidado em não danificar ou quebrar a ligação betão-aço, ao proceder a limpeza das armaduras.

7.3.3. No enchimento dos moldes em condições desfavoráveis, climatéricas ou não, deverá atender-se às disposições que se seguem:

a) Sempre que os moldes se encontrem gelados ou cobertos de geada, não se deverá dar início às operações, a não ser que, com a aprovação da Fiscalização sejam aquecidos a fim de os libertar do gelo ou da geada;

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b) Quando, depois de iniciados os trabalhos, se verifique um acentuado abaixamento de temperatura, inclusive a formação de gelo ou geada, deverão estes ser interrompidos e o betão já colocado ser devidamente protegido por qualquer processo julgado conveniente, sugerindo-se areia, palha ou serapilheira;

c) Se não existir protecção adequada, aprovada pela Fiscalização, não deve ser colocado betão enquanto chover;

d) Quando chover no decorrer da betonagem, deverá reduzir-se a quantidade de água empregada no fabrico de betão, até que deixe de chover ou a Fiscalização decida a suspensão das operações em curso, de modo que o betão não se torne demasiado fluído;

e) Sempre que chova não será permitida a realização de betonagem a menos que o Empreiteiro efectue uma protecção adequada a aprovar pela Fiscalização;

f) A temperatura do betão durante o período de mistura, transporte e/ou colocação não poderá subir acima dos 32°C. Qualquer massa de betão que tenha atingido uma temperatura superior a 32°C, em qualquer altura das operações acima mencionadas, não poderá ser colocada, devendo ser rejeitada. Não poderá ser usada em qualquer outra parte das obras permanentes;

g) O Empreiteiro deverá controlar ou reduzir a temperatura do cimento, da água, dos inertes e do equipamento de mistura e de transporte, a uma temperatura que, durante todas as operações de mistura, transporte, manuseamento e colocação nunca ultrapasse os 32°C; h) Quando as precauções acima mencionadas não sejam suficientes

para satisfazer as exigências referidas, serão substituídas pela restrição do trabalho a períodos ao fim da tarde e de noite;

i) Os moldes poderão ser arrefecidos com água fria ou protegendo-os dos raios directos do sol;

j) Assim que seja possível, logo após a colocação, será o betão humedecido, a fim de evitar o aparecimento de fendas devidas à rápida secagem da superfície;

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k) Quando por avaria das instalações mecânicas, ou qualquer outra causa fortuita, se seja obrigado a interrupções de betonagem, deverão observar-se, na parte aplicável, as indicações acima expostas;

l) Todos os pedidos do Empreiteiro e decisões da Fiscalização sobre as operações e medidas de emergência atrás enumeradas, deverão ficar devidamente registados.

7.4. Compactação

7.4.1. O betão deverá ser intensamente compactado durante e após a sua colocação nos moldes.

7.4.2. Se nada em contrário for determinado pela Fiscalização, a compactação do betão será efectuada com vibração mecânica a massa, sujeita às seguintes regras:

a) Os vibradores devem ser de tipo aprovado pela Fiscalização, devendo ser capazes de transmitir vibrações ao betão, de frequência não inferior a 8000 impulsos por minuto.

O comprimento das agulhas deve exceder em 10 cm a máxima espessura da camada a vibrar, de modo a permitir a vibração da camada imediatamente inferior à que acabou de ser depositada; b) A intensidade de vibração deve ser tal que afecte visivelmente a

massa de betão, produzindo-lhe um abaixamento de 3 cm num raio pelo menos de 45 cm;

c) O Empreiteiro deve dispor de um número suficiente de vibradores para compactar devidamente o betão, logo após ter sido colocado nos moldes. Deverão estar disponíveis vibradores suplementares para uso de emergência e quando outros vibradores estão a ser assistidos;

d) Os vibradores devem ser manobrados de modo a levarem o betão a todos os cantos e ângulos dos moldes;

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e) A vibração deve ser de duração e intensidade suficientes para compactar completamente o betão, mas não deve ser mantida logo que se formem bolsadas localizadas de argamassa;

f) A aplicação dos vibradores deve ser feita em pontos uniformemente espaçados e não distanciados mais do que duas vezes o raio dentro do qual a vibração tiver efeito visível;

g) A vibração não deve ser usada para fazer o betão deslizar nos moldes a distâncias tão grandes que causem segregação, e os vibradores não devem ser usados para empurrar ou distribuir o betão lateralmente nos moldes. Os vibradores deverão ser usados em posição vertical.

Os vibradores devem ser retirados completamente antes de se avançar para o ponto de aplicação seguinte.

Os vibradores deverão ter as dimensões adequadas aos espaços existentes nas armaduras quando montadas sem que essas posições sejam afectadas;

h) Para assegurar superfícies regulares e densas, livres de bolsas de inertes, a vibração deve ser completada com espalhamento manual, tanto quanto necessário para garantir essa regularidade e densidade ao longo das paredes dos moldes e nos cantos ou pontos impossíveis de atingir com vibradores mesmo com betão plástico;

i) A compactação deverá ser feita de modo a conseguir-se que o betão fique tanto quanto possível sem vazios, constituindo uma massa homogénea dentro dos moldes; só deverá cessar quando se deixe de verificar o aparecimento de bolhas de ar e depois de se verificar um ligeiro refluimento da água da argamassa;

j) O Empreiteiro deverá dispor, no local da obra, de documentação do fabricante sobre os vibradores, mostrando que os mesmos estão de acordo com as exigências acima mencionadas.

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7.5.1. A cura do betão deverá ser objecto de especiais cuidados, para que se processe em condições que favoreçam a presa e o endurecimento do betão. Nesta conformidade deverão, logo após a betonagem, tomar-se as medidas julgadas convenientes para que, em face da temperatura ambiente e de outros factores, se evite a perda prematura de água do betão.

7.5.2. Para este fim deverá:

a) Manter-se o betão protegido pelos moldes e, quando estes forem permeáveis, mantê-los sempre humedecidos;

b) Proteger-se convenientemente as superfícies por onde se dá a evaporação e manter sempre molhadas as superfícies expostas. 7.5.3. Imediatamente após a desmoldagem, todas as superfícies devem ser

mantidas humedecidas durante 24 horas pelo menos. No fim de 24 horas, as superfícies devem ser tratadas com um produto endurecedor, do modo seguinte:

a) Rega - todas as superfícies devem continuar a ser protegidas do Sol por meio de serapilheiras ou encerados e o conjunto deve ser mantido húmido pelo menos durante 5 dias;

b) Formação de uma membrana protectora. Todas as superfícies devem levar o acabamento final antes da aplicação da mistura. Durante o período de acabamento, o betão deve ser protegido por meio de rega. A proporção da mistura deve ser a recomendada pelo fabricante ou prescrita pela Fiscalização, com o mínimo de 1 galão líquido para 30 m² de superfície de betão.

Todo o betão tratado por este método deve receber duas demãos de produto. A primeira camada deve ser aplicada imediatamente depois da desmoldagem e conclusão do acabamento.

Se a superfície estiver seca, o betão deve ser completamente molhado com água e o produto aplicado só até que a película superficial da água desapareça.

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A segunda aplicação deve ser feita depois que a primeira esteja absorvida.

Durante as operações de cura todas as superfícies não tratadas deverão ser mantidas molhadas com água.

Se a superfície da camada for sujeita a danos, a Fiscalização pode impor que a água seja aplicada de novo.

7.5.4. Durante a cura será permitido que o betão suporte quaisquer cargas, nomeadamente circular sobre ele ou sobre ele fazer instalações, mesmo que provisórias.

7.6. Desmoldagem

7.6.1. As operações de desmoldagem somente devem ser realizadas quando a estrutura tiver adquirido resistência suficiente, não só para que seja satisfeita a segurança em relação aos estados limites últimos, mas também para que se não verifiquem deformações e fendilhações inconvenientes. Tais operações devem ser conduzidas com os necessários cuidados, de modo a não provocar esforços inconvenientes, choques ou fortes vibrações.

7.6.2. O Empreiteiro deve submeter à Fiscalização proposta para a desmoldagem, a fim de ser aprovada.

7.6.3. Nos casos correntes, e a menos de justificação especial, em condições normais de temperatura e humidade e para betões de cimento Portland com coeficiente de endurecimento corrente, o prazo mínimo para a retirada dos moldes laterais, contando a partir da data de conclusão da betonagem, é de 3 dias. Este prazo pode ser reduzido para 12 h, no mínimo, em estaleiro, se forem tomadas precauções para evitar a danificação das superfícies.

Ao prazo de desmoldagem indicado deverá adicionar-se o número de dias em que a temperatura do ar se tenha mantido inferior a 5°C, durante e depois da betonagem.

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