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s.d., s.l. (Holótipo: BAS?).

Blechnum capense (L.) Schltdl. var. limosa Rosenst., Hedwigia 56: 362. 1915. Tipo: Brasil, São Paulo, Moóca prope urbem São Paulo, 09.II.1913, A.C. Brade 5821 (Isótipo: HB!).

Plantas terrícolas; caule horizontal, longo-reptante, escuro, no ápice com escamas amplas, castanho-claro, concolores, lanceoladas ou estreitamente triangulares, 6,5-8,1 x 1,8-2mm, a margem inteira; folhas dimorfas, as estéreis mais curtas que as férteis, as estéreis 40,7-80,3cm compr., as férteis 69,6-96,6cm compr.; pecíolos das folhas estéreis 16,7-64,8cm compr., 2,1-3,4mm diâm., paleáceos, na base nigrescentes, com escamas semelhantes às do caule, adpressas e não adpressas; das folhas férteis 66-70,2cm compr.; lâmina estéril 22,2-38,2 x 10,8-14,4cm, pinada, estreitamente oblonga, cartácea a coriácea, truncada na base (sem pinas vestigiais, às vezes com o par proximal reduzido) e no ápice, com pina terminal conforme; lâmina fértil 21,5-65 x 5,6-8,2cm, pinada, estreitamente elíptica, mais ou menos abruptamente reduzia para o ápice, com pina terminal conforme, truncada na base, sem pinas vestigiais; raque glabra na face abaxial ou com escamas, mais ou menos escamosa na face adaxial, as escamas lanceoladas ou lineares, alvacentas a castanho-claro, concolores, de margem inteira (as lanceoladas) ou dissectas (as lineares); bulbilhos ausentes; aeróforos ausentes; pinas estéreis 3-17 pares, 6,2-9,8 x 0,8-1,7cm, leve a fortemente ascendentes, as basais pecioluladas, em direção ao ápice sésseis e depois adnatas, sobretudo na base basioscópica, estreitamente oblongas a quase lineares, na costa abaxial com escamas alvacentas, retorcidas, de base alargada, a margem denticulada, na costa adaxial com escamas retorcidas, lineares, alvacentas, o ápice filiforme e, na face abaxial da lâmina, com escamas diminutas, filiformes, alvacents ou castanho-claro, a margem (das pinas) inteira a esparsamente denticulada, plana a fortemente revoluta, o ápice agudo a acuminado; nervuras livres, indivisas ou 1(2) vezes furcadas, espessadas no ápice, terminando na margem. Fig. 7.

Figura 7: Blechnum usterianum (Christ) C. Chr. (Dittrich 1114). A. Hábito. B. Caule longo-reptante. C. Base de pina, mostrando a venação e escamas sobre a raque e a lâmina foliar. D. Escama do caule.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Aiuruoca, rio Aiuruoca, 13.III.1989, Salino 658 e 660 (UEC); Camanducaia, Fazenda São José, 22°45’18”S, 46°06’16”W, 1400m, 21.VI.2000, Salino 5627 (HRCB); Carandaí, Hermilo Alves, 14.II.1962, Duarte 6312 (B); Delfim Moreira, estrada para a região do Pico dos Marins, 22°32’19”S, 45°14’20”W, 1340m, 03.IV.2002, Dittrich 1114 (HRCB); Ouro Fino, 06.V.1927, F.C. Hoehne s.n. (SPF 94531); Passa Quatro, Sertão dos Martins, 1400m, 10.V.1948, Brade 19063 & Silva Araújo (RB); Poços de Caldas, Alcoa, 15.III.2000, Tameirão Neto 2992 (BHCB, HRCB); Sapucaí Mirim, Sítio “do Bob”, 19.VIII.2001, Dittrich 930, Salino & L.C.N. Melo (HRCB). Município ignorado: prope Águas Virtuosas, XI.1899, Silveira 80 (R). São Paulo: Campos do Jordão, estrada para São José dos Alpes, proximidades do Parque Estadual de Campos do Jordão, 1300m, Dittrich 1104 (HRCB); Itirapina, Estação Ecológica de Itirapina, 22°10’-22°14’S, 47°51’-47°56’W, ca. 705m, 10.XII.2003, Dittrich 1306 & Leme (HRCB); Moji-guaçu, Reserva Florestal de Moji-guaçu, 23.V.1990, Simabukuro 86 (UEC); Natividade da Serra, Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Santa Virgínia, Base de Vargem Grande, trilha para a Cachoeira da Boneca, 23°25’57”S, 45°12’36”W, ca. 800m, 10.VIII.2001, Dittrich et al. 909 (HRCB); São Paulo, Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo de Curucutu, trilha do Rio Mambu, ca. 23°59’38”S, 46°46’31”W, 800m, 13.IV.2001, Salino 6544 (BHCB, HRCB) (coleção misturada com Blechnum cordatum). Município ignorado: Ipiranga, VI.1912, Luederwaldt s.n. (BM); Campo Grande, Serra do Mar, V.1914, Brade 6906 (R); Vila Ema, XII.1932, Brade 12403 (BM, R); Serra da Bocaina, Pinheiro, Barreiro, III.1951, Segadas Vianna 3012 & Starling (R). Paraná: Jaguariaíva, Rio das Mortes, 17.XII.1991, J. Cislinski 26 & Cervi (UPCB); São José dos Pinhais, Colônia Santos Andrade, 800m, 27.II.1985, Hatschbach 48933 (MBM); São Mateus do Sul, Fazenda do Durgo, 26.II.1987, R.M. Britez 1372 et al. (MBM, UPCB). Santa Catarina: Porto União, by new airport east of Porto União, ca. 750m, 19.XII.1956, Smith 8830 & Reitz (R). Rio Grande do Sul: São Francisco de Paula, prope Santa Teresa, 900m, 29.XII.1953, Sehnem 6530 (PACA); São Leopoldo, 40m, 30.IV.1941, Sehnem 928 (PACA). Município ignorado: Santa Cruz, 1904, Jürgens & Stier s.n. (Fil. Austr. Exsic. 69) (R 109456); idem, Fazenda dos Prazeres, s.d., Dutra 18 (R).

Distribuição geográfica: endêmica das regiões Sudeste e Sul do Brasil.

Distribuição no Brasil: MG, SP, PR, SC e RS. Espécie relativamente comum na área de estudo. Como cresce em hábitats perturbados, não está ameaçada de extinção. Mapa 8 (p. 65).

Hábitats preferenciais: esta espécie é encontrada quase sempre em terrenos pantanosos. Também ocorre, menos freqüentemente, em barrancos de rios ou à beira de estradas, sempre em locais ensolarados. Está presente na área de domínio das Florestas Ombrófila Densa e, sobretudo, da Floresta Ombrófila Mista, crescendo também em regiões com vegetação predominantemente campestre. Ocorre nas Serras do Mar e da Mantiqueira e, principalmente, em áreas planálticas de todos os estados em que está presente. Cresce entre 40 e 1400m de altitude, no Sudeste somente acima de 800m, no Sul até 900m.

Comentários: o caule nigrescente e longo-reptante desta espécie distingue-a facilmente das demais espécies do grupo de Blechnum cordatum no Brasil. Apesar do caule ser longo-reptante, as folhas são aproximadas, pois partem de um ponto em que o caule se torna ascendente e dá origem às mesmas. Quando o caule não está presente, nem sempre é fácil separar B. usterianum de espécies próximas (B. cordatum e B. glaziovii). As pinas, em B. usterianum, são geralmente mais longas e mais estreitas, fortemente ascendentes e com uma cobertura de escamas relativamente pronunciada na costa abaxial e no tecido laminar abaxial. Sehnem, em etiquetas de herbário, determinava materiais deste táxon como Blechnum raddianum Rosenst., assim como Alston, mas este nome é sinônimo de B. cordatum. O nome B. usterianum permaneceu obscuro por quase 100 anos, mas parece ser o nome correto para este táxon. Na literatura, só é citado como B. usterianum para o estado de São Paulo. Portanto, é registrado, pela primeira vez, para os estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na descrição da espécie, Christ menciona um exemplar apenas na chave para espécies de Lomaria da capital paulista. Não há dados sobre coletor nem data, e nem um herbário é mencionado. A correta tipificação deste táxon fica pendente, até que se encontre o tipo ou, se este desapareceu, se eleja um lectótipo.

Grupo de Blechnum divergens

8. Blechnum divergens (Kunze) Mett., Ann. Sci. Nat. Bot. 5, 2: 225. 1864. Lomaria

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