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Este projeto de dissertação foi desenvolvido na Bosch Car Multimédia Portugal, S.A., localizada em Braga, Portugal. Inserida na área de negócio de Soluções de Mobilidade, nomeadamente na divisão de Car Multimedia (CM), esta empresa do Grupo Bosch gera a maior percentagem de vendas, sendo este um dos maiores fornecedores de tecnologia automóvel do mundo. A sua presença em Braga teve início em abril de 1990, sendo atualmente um dos maiores empregadores privados da região e um dos principais exportadores nacionais.

A unidade da Bosch em Braga integra ainda um Centro de Desenvolvimento e de Competência Técnica reconhecido pelo seu know-how, permitindo construir uma reputação sólida no mercado eletrónico devido à sua capacidade de fabricar produtos cada vez mais complexos com elevada qualidade e flexibilidade. Deste modo, o investimento em atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) nos últimos anos, através do reforço da equipa de engenheiros dedicada à inovação, tem permitido apoiar e impulsionar a

empresa nas mudanças no portefólio de produtos, bem como preparar o lançamento de novos (Bosch, 2015).

3.2.1 Produtos

A Bosch Car Multimédia dedica-se essencialmente à produção e desenvolvimento de sistemas de informação e entretenimento e sistemas de instrumentação para a indústria automóvel, desde a construção do protótipo até à sua produção em série. Assim, a divisão CM foca-se no desenvolvimento de soluções inteligentes com o intuito de otimizar o futuro da mobilidade, tendo a máxima Conveniência na Condução como visão. Assim, têm como objetivo tornar a condução mais fácil, económica, segura e conveniente.

Tendo em conta a evolução das tendências, tanto na área automóvel como na área multimédia, o portefólio de produtos da unidade da Bosch em Braga é operado num mercado complexo e em constante mudança. Consequentemente, a oferta de produtos completamente novos e com tecnologia de ponta estão gradualmente a substituir o negócio dos autorrádios. Na Figura 9 é possível visualizar o portefólio de produtos que a unidade da Bosch em Braga oferece por área de atuação (Bosch, 2015).

Figura 9 – Portefólio de produtos (Bosch, 2015) 3.2.2 Estrutura organizacional

A Bosch Car Multimédia Portugal S.A. encontra-se organizada em duas áreas funcionais: área comercial e área técnica, tal como se encontra representado na Figura 10.

Figura 10 – Organograma Bosch Car Multimédia S.A. (Bosch, 2019a)

Cada área é constituída por vários departamentos, sendo cada um composto por várias secções com diferentes funções e responsabilidades. O departamento de Manufacturing Engineering 2 (MFE2), insere- se numa das áreas técnicas, estando subdividido em várias secções (Figura 11).

Figura 11 – Organograma do Departamento MFE2 (Bosch, 2019a)

Este projeto de dissertação foi desenvolvido no departamento MFE2, nomeadamente na secção MFE- MTN-A (Assembly Maintenance). Esta é responsável pela manutenção dos equipamentos da produção, na qual as suas principais atividades são: reduzir avarias dos equipamentos e defeitos; reconhecer as principiais causas de falha dos equipamentos e criar ações para a eliminação das mesmas; análise e resolução de problemas sistemáticos; garantir o arranque dos equipamentos; desenvolver, definir e implementar atividades de manutenção e respetivos standards de manutenção preventiva; otimização dos processos (Bosch, 2019a).

A secção rege-se pelo modelo TPM considerado no sistema de produção da Bosch (ver secção 3.2.3 - Modelo TPM da Bosch) e as atividades aqui realizadas têm como principais objetivos a redução dos tempos de paragem de produção e, consequentemente, o aumento da eficiência das linhas, de forma a manter os níveis de qualidade e a promover os zero acidentes. Além disso, pretende otimizar as tarefas de manutenção dos equipamentos, diminuir as ações corretivas e aumentar as ações preventivas, bem como garantir uma boa gestão de recursos económicos, energéticos e de material (Bosch, 2019a).

3.2.3 Modelo TPM da Bosch

O modelo TPM da Bosch é baseado no modelo TPM original de Nakajima citado na secção 2.3.4 – Total Productive Maintenance (TPM). Este é considerado um componente central do sistema de produção da

Bosch (BPS - Bosch Production System). O modelo considerado pelo BPS (Figura 12) agrupa os oito

pilares fundamentais de Nakajima em apenas quatro, sendo todos apoiados pela melhoria contínua e trabalho em equipa, formação e acompanhamento, limpeza, ordem e disciplina.

Figura 12 - Modelo TPM do sistema de produção Bosch (Bosch, 2019a)

Os quatro pilares considerados no modelo TPM da Bosch (a manutenção autónoma, a manutenção planeada, a gestão de novos equipamentos, e a eliminação dos principais problemas) descrevem-se de seguida (Bosch, 2019a):

1. Eliminação dos Principais Problemas

O primeiro pilar foca-se na eliminação de desperdícios e na melhoria contínua, estando os colaboradores numa posição que os permite analisar sistematicamente as paragens que vão ocorrendo, identificar as suas causas e eliminá-las permanentemente.

2. Manutenção Autónoma

No pilar da Manutenção Autónoma, todas as atividades de rotina de manutenção são realizadas autonomamente em equipas, depois de obterem as devidas formações. Devido à sensibilidade dos operadores e do sistema TPM, as manutenções e reparações são realizadas de forma adequadas, durante as quais os defeitos das máquinas e dos equipamentos são reconhecidos de imediato, e corrigidos com segurança e rapidez.

3. Manutenção Planeada

O terceiro pilar visa a implementação de uma manutenção eficaz nos sistemas e equipamentos através de medidas contínuas de manutenção, de modo a reduzir as paragens não planeadas e a aumentar substancialmente o ciclo de vida dos equipamentos. Estas tarefas requerem um determinado conhecimento de manutenção, sendo necessário o envolvimento de vários departamentos, sob a coordenação do departamento da manutenção.

4. Planeamento de Novos Equipamentos

O último pilar do TPM refere que na fase de aquisição e planeamento dos equipamentos já devem ser considerados alguns aspetos, tais como, facilidade da manutenção, acessibilidade e utilização

das instalações e equipamentos. Assim, o know-how dos colaboradores acerca da produção e

manutenção são essenciais na fase de planeamento e definição de requisitos de novos equipamentos.

No centro de todas as atividades encontram-se os colaboradores. Estes através do seu conhecimento e motivação, permitem melhorar continuamente a disponibilidade dos equipamentos e a sua produtividade. Assim, através da implementação do TPM é possível a obtenção de várias vantagens, nomeadamente, aumentar a produtividade total, diminuir as perdas do sistema, melhorar a qualidade dos processos e produtos, aumentar o ciclo de vida dos equipamentos, realizando-se manutenções planeadas em vez de manutenções de emergência, assim como aumentar a qualificação e motivação dos colaboradores.

4 D

ESCRIÇÃO E ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL

Neste capítulo procede-se a uma breve apresentação da linha de montagem em estudo, sendo apresentada uma breve descrição do processo produtivo, assim como das práticas realizadas

relativamente ao processo de changeover. Posteriormente, elabora-se a análise da situação inicial do

processo de changeover, sendo identificados os principais problemas que podem vir a ser objeto de

melhoria e que podem vir a permitir otimizar os tempos de changeover, assim como melhorar todo o

processo de mudança.