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A cidade de Brasília apresenta características bastante peculiares advindas do fato de ser um a cidade totalmente planej ada inclusive no que diz respeito a sua localização (MACI EL, 2002) . A ideia da mudança da Capital brasileira para o interior remonta ao período colonial, e as

m otivações e j ustificativas para a mudança eram diversas: desde aumentar a segurança ( de m odo a ser m enos vulnerável a um a invasão m arítim a) , até desenvolver o interior do país. Em 1892, foi efetivada a escolha da área destinada a futura capital, e para isso foi constituída uma comissão com a finalidade de dem arcar o território estabelecido na Constituição de 1891. Denominada "Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil” , sua chefia foi confiada a Luiz Cruls, diretor do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro, (COMI SSÃO LUI S CRULS, 1998 apud MACI EL, 2002) . Posteriormente em 1954 uma nova comissão ficou responsável por delimitar o local exato do local de construção da cidade dentro da área já delimitada, ( ROMERO, 2000) . Uma das particularidades na escolha do local, para a qual se cham a a atenção, foi a consideração das condições clim áticas locais como critério de seleção ( MACI EL, 2002) . Em trecho do relatório elaborado pela missão Cruls relata-se “nutrimos, pois a convicção de que a zona dem arcada apresenta a m aior som a de condições favoráveis possíveis de se realizar, e próprias para nela edificar- se um a grande Capital, que gozará de um clima tem perado e sadio, abastecida com águas potáveis abundantes, ...” (COMI SSÃO LUI S CRULS, 1998 apud MACI EL, 2002) .

Para Maciel ( 2002) , as condições climáticas favoráveis observadas pela missão Cruls vêem -se confirm adas em trabalho apresentado por Goulart et al ( 1997) , no qual verifica-se que a cidade de Brasília apresenta o maior percentual de horas de conforto em relação a outras 13 cidades estudadas de diferentes regiões brasileiras.

O Distrito Federal está localizado na região Centro- Oeste do Brasil, ocupando o centro-leste de Goiás. Brasília e o Distrito Federal estão localizados a uma latitude de aproxim adam ente 16º sul (entre os paralelos 15º 30’ e 16º 03’) , em um sítio convexo, apresentando altitude média de 1100 metros. Segundo FERREI RA (1965) e a Com panhia de Desenvolvimento e Planejamento do Distrito Federal - CODEPLAN ( 1984) , o clima de Brasília pode ser classificado com o Tropical de Altitude. Com o é possível observar nos clim as com postos, verificam- se condições muito semelhantes ao clim a tropical úmido, durante o período de chuvas, e sem elhantes ao clima tropical seco no período de seca, em bora não demonstrem a consistência e os extrem os que lhes são característicos. O período quente e seco – verão chuvoso, de outubro a abril, tem tem peraturas médias de 22º C; e o período seco e frio – inverno seco, que vai de m aio a setem bro, com tem peraturas mais baixas entre maio e agosto, com m édias de 19º C (Figura 10). Para Maciel (2002) , observa-se ainda um a terceira estação dentro do período seco, com dias ensolarados, de baixa umidade relativa, e noites frias desconfortáveis, à qual se refere com o fria e seca.

Figura 10: Tem peraturas médias m ensais para Brasília.

Font e: Proj et eee, 2017.

Durante o período da seca, a sensação de desconforto é muito comum devido à com binação entre a baixa umidade relativa do ar e a grande am plitude térmica diária, com altas tem peraturas durante o dia e baixas tem peraturas à noite. Devido à sua localização, no centro do país, e à sua altitude, estas am plitudes diárias de tem peratura são consideráveis tanto no período chuvoso (am plitude média de 10º C) quanto no período seco (am plitude média de 14º C) . De acordo com a CODEPLAN (1984) e os dados das Norm ais Clim atológicas de 1960- 1990, I nstituto Nacional de Meteorologia - I NMET ( 1992) , o período m ais chuvoso corresponde aos m eses de novem bro a janeiro, e o período seco ocorre no inverno, especialmente nos m eses de junho a Agosto ( Figura 11) . Na região oriental de Goiás, da qual o DF faz parte, m ais de 70% do total de chuvas acontece de novem bro a m arço. O inverno é extremamente seco, as chuvas são raras e em pelo menos um mês não há registro de nenhum dia de chuva. O período seco tem duração de 4 a 5 meses. Não somente o trimestre de inverno ( junho, julho e agosto) é seco, mas tam bém o mês que o antecede (m aio) e o que o sucede ( setem bro) . Segundo dados do I NMET (1992) observa- se que o regime pluviométrico anual é de 1552m m e dezem bro é o mês m ais chuvoso com cerca de 248m m .

Font e: Clim at em po, 2017.

Figura 12: Umidade relativa do ar na cidade de Brasília.

A umidade relativa do ar média anual é de 67% ( Figura 12) . De Abril a Setem bro estes valores sofrem um decréscim o considerável, chegando a níveis abaixo de 25% . O mês m ais seco é agosto, com 56% de umidade relativa do ar m édia. O valor mínim o absoluto j á registrado foi de 8% no mês de setem bro.

Em relação à duração da luz solar, os valores variam entre 2600 horas anuais, sendo a m édia no verão de 160 horas mensais e no inverno de 290 horas mensais. A radiação global horizontal m édia mensal é de 260 Wh/ m ² ( Figura 13) .

Figura 13: Radiação diária m áxim a e mínima m ensal com valores m édios para Brasília.

Font e: Proj et eee, 2017.

A cart a solar de Brasília ( Figura 14) mostra que no período do inverno os dias são m ais curtos, e as tem peraturas dem oram a se elevar, chegando aos 20oC apenas no final da manhã. No verão, os dias são mais longos, e são registradas tem peraturas diárias acim a dos 25oc a partir das 9h da m anhã.

Os ventos ( Figura 15) , m oderados e constantes, vêm de Leste ( m édia de frequência anual) , m as ventos leste e sudeste são m ais com uns no inverno, e ventos noroeste, de m aior velocidade, são mais comuns no verão.

Figura 14: Carta solar para a cidade de Brasília

Font e: SOL- AR, 2009

Figura 15: Rosa dos ventos para a cidade de Brasília, com indicação de frequência de ocorrência e de velocidades predominantes por direção.

A carta climática de Fanger m ostra que Brasília está na maior parte do tem po dentro da zona de conforto térmico, Zona E da Figura 16.

Figura 16 – Carta bioclim ática de Fanger para Brasília, Zona bioclimática 4.

Font e: ABNT ( 2005) .

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