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Capítulo III Apresentação e discussão dos resultados

1. Breve caracterização da Universidade do Algarve

O nosso campo de investigação concentra-se na Universidade do Algarve (Ualg). Atualmente a Ualg opera como um polo de atração para milhares de estudantes que, ano após ano, resolvem fixar-se na cidade de Faro ou nas zonas envolventes. Para além disso, é notória a presença, cada vez maior, de novos estudantes com NEE.

A Universidade do Algarve exibe características muito peculiares no que respeita à sua dimensão e estrutura, uma vez que resulta da junção de duas instituições diferentes: a Universidade do Algarve (criada pela Lei nº 11/79, de 28 de Março), e o Instituto Politécnico de Faro (criado através do decreto-lei nº513 – T/79). Deste modo, a Universidade do Algarve distribui as suas atividades por três Campus Universitários diferentes, sendo eles: Penha, Gambelas, e Portimão.

Relativamente às suas distribuições geográficas, quer o Campus da Penha (Ensino Politécnico) quer o Campus de Gambelas (Ensino Universitário) situam-se no concelho de Faro, sendo que o segundo fica um pouco mais afastado do centro da cidade (a cerca de dois quilómetros do Aeroporto Internacional de Faro). Em contrapartida, o Campus de Portimão fica situado no concelho de Portimão (perto da estação de caminho-de-ferro), e surge como uma opção estratégica, com ofertas formativas mais abrangentes e diversificadas (ex.: Turismo e da Gestão), e que se estendem a todos os púbicos. No Campus da Penha existem três unidades orgânicas: Escola Superior de Educação e Comunicação (ESEC); Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo (ESGHT); e Instituto Superior de Engenharia (ISE). Enquanto o Campus de Gambelas engloba a Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

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(FCHS); a Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT); e a Faculdade de Economia (FEUALG).

O Campus da Saúde, por sua vez, está situado perto da entrada da cidade de Faro, junto ao Teatro Municipal e do Estabelecimento de Serviços Prisionais. São de destacar algumas alterações na oferta educativa, como o aparecimento de novos cursos, tais como a Terapia da Fala, entre outros ligados à área das Ciências da Saúde.

Relativamente à distribuição de estudantes com NEE, registamos alunos matriculados nos diversos campus da Universidade do Algarve.

1.1. Caracterização dos Participantes

O campo de análise deste estudo circunscreve-se à Universidade do Algarve no distrito de Faro, sendo os participantes constituídos por seis alunos do primeiro ano, todos do sexo masculino; quatro docentes que ministram aulas a alunos com Necessidades Educativas Especiais, em que um deles é também coordenador de curso e integra o Gabinete de Apoio a Estudantes com NEE, sendo que todos fazem parte do corpo docente da Universidade do Algarve.

1.1.1. Caracterização dos Alunos com NEE

No caso destes participantes trataram-se de sujeitos por conveniência. Como sublinha Carmo e Ferreira (1998, p.197) a amostragem de conveniência utiliza-se em casos de indivíduos ou “grupos que estejam disponíveis para colaborar na investigação (…) do qual se poderão obter informações preciosas”.

Com base na análise de alguns dados pessoais e biográficos dos sujeitos a quem foram aplicadas as entrevistas indagámos um número razoável de estudantes NEE que estivessem disponíveis para dialogar sobre os seus episódios de vida acerca da temática em estudo. Destaca-se, assim, a heterogeneidade das problemáticas dos sujeitos que se mostraram acessíveis para se envolverem na presente investigação.

Os estudantes que aceitaram participar neste estudo ingressaram no ensino superior concorrendo pelo contingente especial e, durante o percurso escolar básico ou secundário, necessitaram de algum tipo de apoio devido à sua condição.

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A disponibilidade de informações úteis, opiniões e relatos de vida de pessoas com diferentes estatutos e papéis sociais de contextos de origem distintos, constituem características fundamentais para a elaboração de um trabalho mais rico e diversificado. A tabela 1 seguinte permite sintetizar as características pessoais e académicas dos sujeitos de investigação.

Tabela I - Estudantes com NEE participantes da investigação

Sujeitos de Investigação

Nome do estudante

Localidade Ano que

frequenta

Curso Problemática

Sujeito A André Parchal 1º.ano Gestão Motora

Sujeito B António Quarteira 1º.ano CET de

Instalações Elétricas e automação industrial

Motora

Sujeito C Tiago Albufeira 1º.ano Línguas e

Comunicação

Síndrome de Asperger

Sujeito D Filipe Loulé 1º.ano Gestão Motora

Sujeito E José Olhão 1º.ano Engenharia

Informática

Síndrome de Asperger

Sujeito F Álvaro Lagoa 1º.ano CET –

Topografia e cadastro

49 1.1.2. Caracterização dos Docentes

Este conjunto de participantes constitui-se por quatro docentes que lecionam aos alunos com Necessidades Educativas Especiais e um deles é também diretor de curso e integra o Gabinete de apoio ao estudante com Necessidades Educativas Especiais (GAENEE), como já foi referido anteriormente.

Tabela II - Docentes dos estudantes com NEE que participaram na investigação

Nome do Docente Formação

Académica

Anos de Serviço Unidades

Curriculares que lecionam

Professora Joaquina Doutoramento em Ciências

Económicas Empresariais

16 anos gestão hoteleira,

turismo, marketing

Professora Amélia Doutoramento em Linguística

Aproximadamente 20 anos

Inglês Inicial, Intermédio

Professor Gonçalo Engenharia Informática Aproximadamente 30 anos Informática e programação, sistemas de informação Professor Américo (Coordenador de Curso e representante do GAENEE) Engenharia Mecânica Aproximadamente 18 anos transmissão de calor, projetos e soluções solares, tecnologias de sistemas solares térmicos

Com o objetivo de salvaguardar as suas identidade, foi atribuído um nome fictício a cada um dos entrevistados que será utilizado ao longo desta investigação.

No que se refere aos estudantes com NEE todos pertencem ao género masculino. Apesar das questões de género não constituírem a prioridade fundamental nesta investigação,

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não deixa de ser uma variável importante na medida em que temos mais homens com NEE a frequentar o 1º. ano da Universidade.

Quanto às idades e licenciaturas de ingresso, o padrão de leitura é diversificado, constituindo, assim, uma mais-valia para a investigação.

No que respeita os docentes: 3 pertencem ao género masculino e 2 ao género feminino. As licenciaturas são variadas e a quantidade de anos serviço revelam algum rigor a nível profissional.

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