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CAPÍTULO 2 O HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL (HSPM) E A

2.1 Breve Histórico

Em 1936, na Praça Almeida Júnior, 98, na cidade de São Paulo, foi criada a Divisão Hospitalar Municipal, com o objetivo de prestar atendimento aos funcionários públicos municipais e seus dependentes. Anos depois, por conta de um incêndio no 3º andar do hospital em 1944, a Prefeitura assinou convênio com o Hospital Santa Cruz.

Em 1946, a Prefeitura de São Paulo adquiriu a Casa de Saúde Santa Inês, localizada na Rua Castro Alves, 60, Aclimação e, em 1950, tiveram início as obras para a construção das atuais instalações do hospital. Em 1957, foi inaugurado o Complexo Hospitalar, com 13 andares e, em 1959, o Pronto Socorro, que até então funcionava no Pátio do Colégio, foi incorporado ao Hospital.

Em 26 maio de 1972, com a Lei Municipal número 7.7366, o Hospital do Servidor Público Municipal foi transformado em uma autarquia, entidade dotada de personalidade jurídica, patrimônio próprio, autonomia administrativa e financeira e vinculada à Secretaria Municipal da Saúde. No artigo 12 foi definida a contribuição mensal de 3% sobre o salário-padrão, pensão ou provento percebido pelo servidor, pensionista ou inativo, com desconto em folha de pagamento.

Em 21 de janeiro de 2004, de acordo com a Lei nº 13.766, que instituiu o Plano de Empregos Públicos, Carreiras, Salário e Remuneração para seus empregados públicos, o hospital foi reorganizado. Houve mudanças no organograma, criação de alguns cargos e alteração nas nomenclaturas de quase todas as áreas e funções. O artigo 2º define as finalidades e competências do Hospital do Servidor Público Municipal:

6 A Lei Municipal nº 7.736, de 26/05/1972, transformou o hospital em autarquia.

Disponível em <www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/legislação- 07736-1264517241.pdf>. Acesso em: 18 jan.2011.

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I - prestar assistência médica, hospitalar, domiciliar, odontológica e farmacêutica aos beneficiários definidos no Decreto nº 50.564 de abril de 2009.7 II- propiciar, sempre que possível, meios à pesquisa

técnica e científica, desde que não haja prejuízo ao atendimento dos usuários;

III - servir de campo de aperfeiçoamento para médicos, enfermeiros, dentistas, estudantes de medicina e de enfermagem, bem como para outros profissionais ligados às atividades técnico-administrativas de saúde, em número limitado, desde que não cause prejuízo ao atendimento do usuário e não acarrete elevado ônus de manutenção e equipamento;

IV - contribuir para a educação sanitária de seus usuários;

V- manter entendimentos com outros órgãos mediante convênios;

VI - prestar atendimento de emergência à população em geral, mediante convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).

O artigo 3º dessa lei define que o superintendente é função de livre provimento pelo prefeito, e que o requisito é ter diploma de nível universitário, com curso de Administração Hospitalar ou Saúde Pública ou Gerência de Serviços de Saúde e experiência comprovada de, no mínimo, cinco anos de atuação na área gerencial da Administração Pública.

Ainda no artigo 3º da mesma norma, é definida a criação do Conselho Gestor, de caráter permanente e deliberativo, composto por dezesseis membros efetivos, que contarão, cada qual, com um suplente, com mandato de dois anos. A composição do Conselho Gestor deve ser tripartite, com 50% de representantes dos usuários, 25% representantes dos funcionários do hospital e 25% de representantes da Administração.

Ficou estabelecido que o Conselho Gestor deve atuar em consonância com o Conselho Municipal de Saúde, observadas as diretrizes da Política Municipal de Saúde.

7 O Decreto nº 50.564, de 9/04/2009, regulamentou o art. 13 da Lei 13.766/2004, alterado pela

Lei 14.661/2007, que dispensa os servidores públicos municipais da contribuição mensal ao HSPM e define os beneficiários. Disponível em <w2.prefeitura.sp.gov.br//arquivos/secretarias/saude/legislação/0001/decreto_2009_50564.pdf> Acesso em: 23 jan.2011.

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O artigo 4º prescreve que, entre outras competências, o superintendente deve dirigir a autarquia em consonância com as diretrizes e normas emanadas do Sistema Único de Saúde (SUS), do Conselho Gestor e do Plano Anual de Trabalho.

Em 27 de dezembro de 2007, a Lei nº 14.661 dispôs sobre o fim da contribuição mensal, dispensando os servidores públicos municipais desse pagamento e definiu os beneficiários com direito à assistência no hospital:

a. os servidores públicos municipais ativos e inativos, respectivos dependentes e pensionistas, regidos pelas Leis nº 8.989, de 29 de outubro de 1979 e nº 9.160 de 03 de dezembro de 1980, da Administração Direta, das Autarquias Municipais, da Câmara Municipal e do Tribunal de Contas do Município, abrangidos pelo Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de São Paulo (RPPS).

b. os servidores empregados públicos municipais ativos e seus dependentes da Administração Direta, das Autarquias Municipais e Fundações Públicas Municipais, da Câmara Municipal e do Tribunal de Contas do Município, abrangidos pelo Regime Geral de Previdência Social – RGPS, regidos pela Lei nº 8.989/79 e pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

c. São considerados dependentes dos servidores públicos municipais:

I – cônjuge e a companheira ou companheiro;

II – filhos não emancipados de qualquer condição, menores de 18 anos ou inválidos;

III – filhos com idade entre 18 anos e 24 anos que estejam matriculados e frequentando curso de ensino superior;

IV – pai e mãe inválidos;

V – irmãos não emancipados de qualquer condição, menores de 18 anos ou inválidos;

d. munícipes também recebem atendimento por meio do Pronto Socorro nos casos de urgência e emergência.

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Sem a contribuição mensal dos servidores públicos municipais, o hospital passou a receber financiamento direto da Prefeitura Municipal de São Paulo.

A partir da Constituição Federal (1988), o ingresso na autarquia passou a ser por meio de concurso público.

Os aprovados são contratados pelo regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Somam-se a esses profissionais os funcionários estatutários8, cedidos pela Secretaria Municipal da Saúde, na condição de

afastados, na maioria profissionais médicos.

Também são efetuadas contratações por prazo determinado, mais usuais para a área médica.

No entanto, no último ano (2010), com a defasagem de funcionários em outras áreas, foi autorizado o processo seletivo para outras categorias de nível universitário, médio e operacional.

Estes contratos são autorizados pelo prefeito mediante a providência de concurso.

Para a área médica, o contrato, muitas vezes, é renovado por mais um período, em função da rotatividade e da falta de candidatos inscritos e aprovados no concurso.

Essa situação tem relação com o baixo salário e a jornada de trabalho/horário de trabalho incompatíveis com o interesse dos candidatos

Quadro 1 - Funcionários (atualizado em 31 de Dezembro de 2010)

CLT Estatutários Contratados por Tempo Determinado

2386 209 113

Fonte: Seção de Cadastro e Movimentação de Pessoal - HSPM

8 Funcionários estatutários são contratados pelo Regime Jurídico dos Funcionários da

Prefeitura Municipal de São Paulo, Lei nº 8989, de 29/10/1979. Disponível em <www.leodasilvaalves.com/LEI%208989%20estatuto20sp.pdf>. Acesso em: 20 jan.2011.

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