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A Educação/Escola tem o dever social de proporcionar à po- pulação em geral conhecimentos que tragam a reflexão, fortaleçam a cultura da equidade e do respeito à vida, aproximando vozes e experiências sob a égide da justiça social. Ela pode e deve ajudar as

pessoas a compreenderem os processos que constituem a cidadania e a democracia, contribuindo assim para a efetivação de ações con- cretas de combate às injustiças sociais.

Dessa forma, a escola traz consigo o compromisso de contri- buir com um mundo melhor, que respeite e valorize as diferenças e que reconheça, por meio das lutas sociais, uma forma de educar e de transformar a sociedade. No Brasil, a luta contra a pobreza e a desigualdade social exige uma tomada de consciência das condições que produzem e reproduzem tais iniquidades sociais, reconhecer suas complexidades e o que elas produzem.

O sistema educacional tem o poder de despertar a percepção das pessoas para as violências reais e simbólicas que diariamente são cometidas contra os direitos da população pobre. Para tanto, exige uma escola que desconstrói preconceitos, prima pela qualidade e promove uma formação humana emancipadora com afetividade.

REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel Gonzalez. Módulo introdutório: pobreza, desigualdades e educação. In: Brasil. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,

Diversidade e Inclusão – SECADI. Ministério da Educação. Brasília, DF,

2015a. Disponível em: <http://egpbf.mec.gov.br/#mod>. Acesso em: 18 jul. 2017.

______. Módulo IV: Pobreza e currículo: uma complexa articulação. In: Brasil. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade

e Inclusão – SECADI. Ministério da Educação. Brasília, DF, 2015b.

Disponível em: <http://egpbf.mec.gov.br/#mod>. Acesso em: 18 jul. 2017.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.

______. Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. Parecer do Conselho Nacional de Educação nº 8/2012, Brasília, 2012.

______. Diretrizes curriculares nacionais gerais da educação básica. Brasília: Ministério da Educação, 2013.

LEÃO REGO, Walquíria; PINZANI, Alessandro. Módulo I: Pobreza e cidadania. In: Brasil. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,

Diversidade e Inclusão – SECADI. Ministério da Educação. Brasília, DF,

2015. Disponível em <http://egpbf.mec.gov.br/#mod>. Acesso em: 18 jul. 2017.

LEITE, Lúcia Helena Alvarez. Módulo III: Escola: espaços e tempos de reprodução e resistências da pobreza. In: Brasil. Secretaria de Educação

Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – SECADI. Ministério da Educação. Brasília, DF, 2015. Disponível em: <http://egpbf.mec.gov.

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MENDONÇA, Erasto Fortes. Módulo II: Pobreza, direitos humanos, justiça e educação. In: Brasil. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,

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PROJETO MALETA FUTURO. Maleta por que pobreza? Educação e

desigualdade. 2014 – 2016. Disponível em: <http://www.maletafutura.

BULLYING ESCOLAR: ESTRATÉGIAS

DE PREVENÇÃO E COMBATE

Dylehon Silva do Nascimento1 Carlos Vinícius Frota de Albuquerque2

O presente trabalho propõe apresentar questões complexas en- volvendo episódios de violência escolar, enfatizando principalmente o bullying, além de apresentar estratégias preventivas, no propósito de intervir mediante situações decorrentes desse contexto. Ressalta-se uma apresentação sobre diversas manifestações envolvendo bullying escolar, assim como suas causas, consequências, além das reações comportamentais no cotidiano escolar dos sujeitos envolvidos dire- tamente com tais práticas. Apresenta-se concepção e contribuição de autores sobre a temática, tão relevante no cenário educacional atual. Por fim, sugere propostas de intervenção de modo multidisciplinar no enfrentamento e superação de comportamentos agressivos que afetam a autoestima, saúde emocional e psicológica do educando.

CONTEXTUALIZAÇÃO

Atualmente o contexto das relações interpessoais vem ganhando mais dinamicidade com o advento da globalização e dos usos das mídias digitais. As informações compartilhadas, na maioria das vezes sem nenhuma reflexão sobre suas causas e consequências, acabam 1 Especialista em Educação Pobreza e Desigualdade Social (UFC).

por intervir negativamente nas vivências dos valores humanos e, por conseguinte permitem a disseminação de práticas que vão contra os princípios da igualdade, liberdade, respeito e cidadania. Sendo, portanto, praticado pelo ser humano atos que incitam o preconceito e a violência, seja física ou psicológica. No ambiente escolar essa manifestação de desrespeito contínuo às diferenças é caracterizada como o Bullying. Que acaba por afetar a qualidade de vida dos dis- centes afetando seu desenvolvimento intelectual, social, psicológico. O projeto terá como público alvo alunos do ensino fundamental (6º ao 9º ano), estimado aproximadamente em 300 alunos, esses em sua maioria vem de um contexto social empobrecido, sendo benefici- ários dos programas Bolsa Família e Garantia Safra, em maior parte, filhos de agricultores das comunidades Sede, Ideal e Vazantes, além de outras vizinhas, todas no município de Aracoiaba-CE, e em uma pequena minoria filhos de comerciantes, funcionários públicos e mo- toristas. A proposta que será trabalhada surgiu diante da expansão do fenômeno bullying, que vem adentrando os espaços educacionais de maneira devastadora e que fomentou a necessidade de discutir essa temática com maior centralidade.

A violência escolar é algo que vem passando por várias transfor- mações, tendo em vista que o bullying tem se tornado uma realidade frequente e devastadora na vida dos educandos. Isso ganha proporção devido à ausência de princípios e valores envolvendo o respeito às diversidades que deveriam ser trabalhados constantemente através da família. Percebe-se que esses preceitos são transmitidos de ma- neira ineficiente de geração em geração, deixando lacunas, que têm revelado cenas lamentáveis de atitudes levianas e desrespeitosas no seio escolar.

Humanos. Isso porque esta só se faz sentido se voltada para a construção de ambientes educativos de respeito e promoção dos direitos humanos de todas e todos, independentemente das diferenças que carregam. É uma tarefa nada fácil para ser executada num mundo que segue sendo atravessado pelas violações sistemáticas aos direitos humanos fundamentais e pela naturalização das desigualdades, da pobreza e da exclusão social.

Desse modo, cabe interpretar que essa proposta se deve ao nos- so entendimento de que a prática de bullying de extrema violência, pois se trata de uma atitude que fere a dignidade da pessoa humana. Assim, cabe à escola promover conferências, palestras, rodas de conversas e outros instrumentos que conscientizem os agressores, levando-os ao entendimento de que as consequências vivenciadas pelas vítimas lesionam o corpo e a alma e sua integridade macula sua honra e, por esses motivos, é inaceitável e necessário o combate desse tipo de violação de direitos.

Em uma recente pesquisa divulgada no ano de 2013 pelo portal de notícias Veja Abril, estudos apontam que um em cada cinco jo- vens na faixa dos 13 aos 15 anos pratica bullying contra colegas no Brasil. O estudo ainda mostra que o perfil dos agressores possui uma predominância masculina: 26,1% dos meninos praticam bullying, em comparação com 16% das meninas. Também são eles os que mais sofrem a agressão (7,9%), em relação a elas (6,5%).

De origem inglesa e sem tradução ainda no Brasil, o termo bullying é utilizado para qualificar comportamentos agressi- vos no âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto por meninas. Os atos de violência (física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas. Tais comportamentos não apresentam motivações

específicas e justificáveis. Em última instância, significa dizer que, de forma “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. (MOURA, 2011, p.25)

O fenômeno bullying é bastante complexo, tendo como princi- pais evidências um comportamento violento, repetitivo e intencional, vindo a disseminar diversas formas de preconceito e/ou discrimina- ção, seja ela por raça, orientação sexual, religião, ideologia, origem étnica, deficiência, gênero e aparência. Essas atitudes adentram a sociedade e principalmente no espaço escolar de maneira avassala- dora, sendo cada vez mais recorrentes nesse cenário.

Percebe-se então que, em decorrência dessa violência, as víti- mas apresentam algumas reações comportamentais incomuns como: isolamento social, ficam retraídas em sala de aula, infrequência escolar, baixo rendimento escolar, demonstram certas tristezas e aflições, baixa autoestima, ansiedade, agressividade e irritabilidade, sentem-se excluídas, perdem o interesse pelas tarefas e atividades escolares, distúrbios de alimentação e sono, apresentam hemato- mas, arranhões, cortes, roupas e materiais escolares rasgadas e danificadas e, em casos mais graves, apresentam sérios problemas relacionados a depressão.

Partindo desses princípios e definições sobre o bullying, apre- sento como proposta a idealização e realização de uma ação nas escolas públicas, com o propósito de orientar a todos os envolvidos no processo educacional, elencando a relevância do combate às mais variadas violências vivenciadas na escola, assim como ame- nizar e possivelmente extinguir situações ameaçadoras, além de promover novas possibilidades de compreensão sobre a temática

A prática do bullying nas escolas é totalmente visível, sendo que as escolas acreditam que a maioria das agressões é vinda de alunos problemáticos e conflituosos, ou seja, são criados por avós, tios, mãe e/ou pai divorciado, como também pelo convívio com drogas, violência e prostituição no ambiente familiar. Situações de violência mais perceptíveis nessas escolas são no que diz respeito a identidade de gênero, deficiências e situações de obesidade, onde instituições como a EEIEF Capitão Antônio Joaquim, considerada berço da educação e cultura do município, não conseguiram ainda extinguir ou amenizar essa prática.

OBJETIVOS