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A Brigada de Reação Rápida

No documento TIA Castelão (páginas 39-42)

Capítulo 2 O Apoio de Fogos e a Artilharia de Campanha no apoio às Operações

2.2 A Brigada de Reação Rápida

A BrigRR é uma grande unidade (GU) pertencente aos ECOSF, vocacionada para

as operações da Initial Entry Force e como núcleo inicial da componente terrestre da Força

de Reação Imediata (FRI) (GabCEME, 2011).

Devido ao novo ambiente operacional, a BrigRR enquanto Brigada ligeira, pretende reforçar a capacidade operacional das suas Forças, enfatizando as características únicas de

projeção, prontidão, flexibilidade e aptidão operacional, que estas possuem, “das quais o

Exército, as Forças Armadas e o País podem tirar maior partido numa relação de

custo/eficácia otimizada” (QG BrigRR, 2012, p. 3).

A BrigRR é constituída por unidades e forças de elevada prontidão, que estão prioritariamente vocacionadas para operações de escalão Batalhão ou Companhia, como são o caso da operações aeromóveis e aerotransportadas, podendo ser empenhadas em todo o espetro de missões e cenários que exijam forças ligeiras (EME, 2013).

Assim, a missão da BrigRR, explanada no QO 24.0.20 da BrigRR é, “prepara-se

para executar operações em todo o espetro de operações militares no âmbito nacional ou

Com o intuito de cumprir a sua missão, a BrigRR garante as condições indispensáveis para o sucesso das operações nos Teatros de Operações (TO) em que intervém, assim como também garante a manutenção de Forças para serem empregues em

operações futuras, nos termos e nas condições definidas superiormente25. A BrigRR pode

apoiar ou participar na realização de outros objetivos do Exército, como pode ser o caso da edificação de capacidades futuras (QG BrigRR, 2012).

Dentro do espetro das operações militares, a BrigRR tem possibilidade de executar toda a tipologia de operações, apresentando-se como mais relevantes para o teor do presente trabalho a possibilidade de:

- Conduzir operações ofensivas e defensivas, em todo o tipo de terreno e condições meteorológicas, sendo necessário a exausta análise dos fatores de decisão;

- Destruir, neutralizar, suprimir, fixar, canalizar, reconhecer, ultrapassar e isolar forças opositoras, socorrendo-se dos seus meios orgânicos;

- Conduzir operações aeromóveis e aerotransportadas (EME, 2010 c).

A BrigRR tem na sua orgânica (Figura nº5), uma inúmera diversidade de unidades com características específicas e singulares, tornando esta bastante versátil. Fazem parte desta orgânica os três tipos de tropas especiais existentes no nosso Exército, Comandos, Operações Especiais e Paraquedistas, assim como os elementos que apoiam estas forças, como é o caso das unidades de apoio ao combate e apoio de serviços.

As especificidades dos subsistemas de forças que constituem a BrigRR e a sua respetiva articulação, conferem-lhe características únicas no seio do Exército Português,

que potenciam bases de reflexão e debate sobre a “aplicabilidade das suas capacidades e de

processos de aprendizagem e inovação relativos ao emprego operacional, geradores de

novas soluções e conceitos” (BrigRR, 2010, p. 1).

A BrigRR torna-se independente quando efetivar todas as unidades constantes no

seu QO26, que lhe garantem todas a funções de combate necessárias para executar a sua

missão (manobra, AF, informações, mobilidade, contra mobilidade e sobrevivência, defesa aérea, apoio de serviços, C2), apresentando-se como uma força ligeira de reação rápida com facilidade de projeção dos seus equipamentos orgânicos principais (EME, 2010 c). Na vertente do apoio de fogos, a BrigRR têm ao seu dispor um GAC, uma Bateria de

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Níveis de ambição do Exército: ser capaz de, continuamente, manter três UEB fora do território nacional, um deles, envolvido num conflito de alta intensidade e dois conduzindo operações de paz. Alternativamente, ser capaz de empregar uma Brigada em todo o espetro de operações por um período limitados de tempo (Ramalho, 2009).

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Capítulo 2 – O Apoio de Fogos e a Artilharia de Campanha no apoio às Operações Aerotransportadas

Artilharia Antiaérea (BtrAAA), a Unidade de Aviação Ligeira do Exército (UALE) e dois elementos de coordenação no Estado-Maior (EM), a célula de apoio à manobra e a célula de fogos e efeitos, no entanto a unidade principal de AF é o GAC/BrigRR que os coordena para um apoio adequado, completo e eficaz à manobra. As unidades de manobra que constam na sua orgânica, são uma unidade de Operações Especiais, um Batalhão de

Comandos (BCmds) e dois BIParas, que assumem a vertente aerotransportada da BrigRR27

sendo esta a sua força de manobra maioritária. A BrigRR é a única GU do Exército que tem capacidade para desempenhar operações aerotransportadas e por isso carece de um meio de AF apropriado às operações aerotransportadas, em todas as suas fases, sendo para isso essencial rever a orgânica do seu GAC, os meios e as táticas utilizadas assim como o

seu conceito de emprego. Assim, segundo a entrevista ao comandante da BrigRR28, o AF

pode ser indispensável durante uma operação aerotransportada, necessitando ser lançado

em paraquedas, e para isso tem “que ter gente qualificada”, no mínimo uma Bateria, com

os EAF e os OAv. Apesar do emprego da AC em operações aerotransportadas, não ser obrigatoriamente através do lançamento em paraquedas é essencial ter essa possibilidade, dando uma flexibilidade diferente ao AF.

Quanto ao conceito de emprego da BrigRR explanado no seu QO, a BrigRR tem a capacidade de atuar em todo o espetro de operações (missões e cenários), mas deve ter patente as suas especificidades intrínsecas, devendo ser preferencialmente empregue em ações que necessitem de forças ligeiras de reação rápida assim como conduzir operações aerotransportadas, de escalão Batalhão de forma isolada ou em forças conjuntas e combinadas (EME, 2010 c). Segundo a entrevista ao comandante da BrigRR, a possibilidade dos Batalhões serem empregues de forma isolada, o GAC pode ter que destacar uma Bateria para apoiar esse Batalhão, isto por períodos relativamente curtos.

Para além das capacidades e possibilidades que já foram enumeradas anteriormente, no QO da BrigRR, também são elencadas as capacidades da BrigRR face aos requisitos

internacionalmente exigidos29, coincidentes com os requisitos NATO explanadas no Draft

Force Proposals (NATO, 2008 b) e no Agreed Capability Codes and Capability Statements (NATO, 2008 a).

27 Apêndice L – Vertente aerotransportada da BrigRR. 28 Apêndice F – Análise das entrevistas.

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No documento TIA Castelão (páginas 39-42)

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