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O Apoio de Fogos nas Operações Aerotransportadas

No documento TIA Castelão (páginas 31-34)

Capítulo 1 A Artilharia de Campanha nas Operações Aerotransportadas

1.4 O Apoio de Fogos nas Operações Aerotransportadas

Para combater as limitações de AF que as operações aerotransportadas enfrentam numa

fase inicial da operação, é “essencial prever a inclusão de equipas de apoio de fogos”

(EME, 2007 a, pp. 2-29) nas mesmas. No apoio da AC às operações aerotransportadas deve-se ter em conta as seguintes considerações:

 Movimento e posicionamento: efetuando o reconhecimento inicial por carta e

aéreo, planeando o deslocamento por meios aéreos assim como considerar a descentralização do comando e controlo;

 Aquisição se objetivos: utilizando os observadores aéreos, projetando os radares

(Radares de Localização de Armas - RLA e Radar de Localização de Alvos Móveis - RLAM) assim que seja possível e apoiando-se na informação inicial sobre objetivos;

 Planeamento e execução dos fogos: planear o emprego de munições que não

danifiquem os locais de aterragem durante as fases iniciais da operação e planear fogos de massa com todos os meios de fogos indiretos disponíveis, incluindo os morteiros, assegurando que todas as unidades de AC têm capacidade na totalidade do setor (6400 milésimos). Estabelecer o mais cedo possível, uma quadrícula comum para AC e morteiros. O Comandante da Força poderá requerer um controlo positivo dos fogos;

 Apoio de serviços: reabastecimento e evacuações devem ser cuidadosamente

planeados e coordenados e são normalmente feitos por meios aéreos (lançamento ou aterragem);

 Proteção da força: o posicionamento das unidades depende da ameaça inimiga e do

espaço disponível na área do objetivo, no entanto deve estar pronto para assegurar AF em todas as direções e garantindo o apoio mutuo (EME, 2007 a).

Nesta vertente, o deslocamento aerotransportado do AF da AC, é importante para apoiar as forças aerotransportadas de forma rápida, no entanto cada deslocamento corresponde exclusivamente a uma Bateria. Este deslocamento, é elaborado em 4 fases, Planeamento, Carregamento, Deslocamento e Ocupação da Posição, estando estas diretamente relacionadas com as fases das Operações Aerotransportadas que pretende apoiar. No que concerne ao planeamento, e à coordenação entre a unidade de manobra (a apoiar), a unidade de AC (que apoia) e a unidade que elabora a projeção (Força Aérea), trata-se de um ponto que contribui decisivamente para o cumprimento da sua missão de apoio. A fase de Ocupação da Posição também é de especial importância, pois nesta fase é elaborada a preparação do local de aterragem/lançamento (por elementos avançados) assim como do desembarque quer do pessoal quer do material e a rápida ocupação da posição, estando esta já planeada na fase inicial do deslocamento (EME, 2007 a).

O planeamento do apoio de fogos para uma operação aerotransportada, inicia-se com a receção da missão, sendo mais complexo do que nas operações terrestres convencionais, visto que os elementos de assalto são colocados rapidamente e em profundidade no território hostil, estando em contacto direto com o inimigo. A execução cuidada do planeamento, baseia-se nos princípios de apoio de fogos concebidos para apoiar a manobra, salientando-se no entanto, a unidade de controlo estabelecendo uma sede conjunta, a ligação continua que deverá ser mantida entre as forças terrestres (em todos os escalões até ao nível Batalhão) e a unidade aérea em apoio, e a coordenação centralizada

Capítulo 1 - A Artilharia de Campanha nas Operações Aerotransportas

para controlar todo o AF evitando o fratricídio e o desperdício de recursos (Department of the Army, 1990).

As unidades de AC, procurando acelerar e simplificar o planeamento do deslocamento, devem elaborar um plano de cargas, devendo incluir quadros demonstrativos da quantidade de aeronaves necessárias para o deslocamento da Bateria (por tipos de aeronaves). Para esse deslocamento aerotransportado, uma Bateria divide-se em: escalão de assalto, escalão de reabastecimento e escalão recuado. Regularmente o escalão de assalto é constituído pelos elementos do comando da Bateria, Seção de Transmissões e a Bateria de tiro, podendo esta organização variar consoante a missão, os meios aéreos disponíveis e a duração da operação. O deslocamento aerotransportado deste escalão da AC, necessita ser coordenado, para isso é-lhe atribuída uma equipa de ligação aerotransportada, para o auxiliar nos aspetos técnicos, no planeamento e execução do deslocamento (EME, 2007 a).

A fase inicial da operação aerotransportada é descentralizada e flexível, deste modo, as comunicações podem ser limitadas ou inexistentes, sendo a coordenação e controlo do AF realizado a partir do meio aéreo. Devido às características especiais das operações aerotransportadas durante a fase inicial, a AC está ligada à unidade de manobra que executa a missão, mas assim que estabeleçam a cabeça-de-ponte aérea e se consigam organizar, as normais relações de comando são restabelecidas e a AC fornece apoio de acordo com as missões táticas atribuídas (Department of the Army, 1990). No entanto,

segundo a entrevista ao comandante do 1ºBatalhão de Infantaria Paraquedista (1ºBIPara)20,

a AC não necessita fazer parte da força de entrada inicial, podendo ser infiltrada por aterragem, juntamente com as forças de seguimento, assim que a cabeça-de-ponte aérea estiver consolidada.

Uma vez que a mobilidade terrestre da AC aerotransportada é limitada, é essencial que o local de aterragem/ZA, coincida ou fique muito próxima da futura posição da Bateria (escolha em comum acordo entre o comandante da Bateria e o oficial de ligação), tendo essa a possibilidade de executar tiro num setor de 6400 milésimos.

O apoio da AC na cabeça-de-ponte aérea é limitado, assim a maior parte AF deve vir do apoio aéreo, morteiros orgânicos ou Artilharia naval. No entanto a AC pode fornecer, dentro do seu alcance, fogos de interdição, fogos de supressão das defesas aéreas

inimigas (Suppression of Enemy Air Defense- SEAD), fogos de contra Bateria e apoio

20

direto. Torna-se necessário a atribuição de Medidas de Coordenação de Apoio de Fogos (MCAF), quer permissivas quer restritivas, garantindo a segurança da força apoiada e a sincronização do emprego de todos os meios de AF (Department of the Army, 1990).

No documento TIA Castelão (páginas 31-34)

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