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O terceiro, conhecido também como neocórtex, é composto pelo córtex telencefálico. Ele é dividido em lobos, sendo esses:

• Frontal: o mais derivado dos lobos cerebrais, responsável por executar ações;

• Parietal: responsável pelas sensações gerais;

• Temporal: responsável pela audição e pelo olfato;

• Occipital: responsável pela visão;

• Insular: responsável pelo paladar e gustação.

O cérebro racional é o que diferencia o homem/primata dos de- mais tipos de animais. De acordo com Paul MacLean, apenas a presença do neocórtex é capaz de desenvolver o pensamento abs- trato e tem capacidade de gerar invenções.

Antes que você ache teórico demais, faço logo a ponte com o que

estamos tratando.

“O pensamento compulsivo de uma pessoa não parte dela. É uma voz”. Ela pode ter a compulsão. As primeiras partes do cérebro, o reptiliano e o emocional, podem incentivar o impulso, mas ao abrir a geladeira ou abrir o pote de doces, o comando é do cérebro frontal. Isto é, do pensamento racional. Os cérebros primários não conseguem mover os músculos.

Em outras palavras, apesar de todo o conflito entre seu lado emo- cional e racional, você tem o controle. Seus comandos da razão

não foram eliminados pela emoção. O que isso signica? Que você

pode, sim, vencer a compulsão e livrar-se do impulso de devorar coisas que te destroem. Quem diz isso não sou eu, Rafael, mas Jack Trimpey, autor do livro Rational Recovery: The New Cure for Substance Addiction. Sua metodologia já livrou muitas pessoas de disfunções que as levavam ao vício, inclusive os alimentares.

4.1. Como Vencer os Impulsos Alimentares

O cérebro reptiliano é responsável pelo nosso instinto de sobrevi- vência. Seus padrões de comportamento resumem-se a “sistemas binários”: fugir ou lutar, matar ou morrer. É um processo duplo, onde os impulsos primitivos imperam. Rigidez, frieza, territorialis- mo, agressividade, hierarquia, autoritarismo, controle obsessivo são algumas características dessa parte do cérebro.

Para você ser bem sucedido no que quer, precisa entender suas ca-

racterísticas e seus mecanismos de ação, começar a desmisticar

algumas questões complexas e obter aquilo que muitos denomi- nam de insights. Os insights são lampejos que permitem vislum- brar outras realidades possíveis, iluminando a mente, caminhos até então desconhecidos, mas que, de repente, trazem inspiração e a certeza de que possui meios de conquistar seus objetivos. É

ancorar a conança em sua consciência, trazer à tona uma revela- ção que estava escondida em sua alma. Ao usar os insights com

conança, você começa a acessar os lados mais avançados do

cérebro. Isso leva você a conhecer a si mesmo, ser mais criativo e

conante. Passa a ver a vida de maneira mais leve e intuitiva.

Se você está achando isso ainda complicado, veja nas próximas linhas um caminho mais fácil para emagrecer sem depender da força de vontade. Antes, acompanhe o restante da jornada da Jaqueline:

Jaqueline: a luz no fm do túnel e o distanciamento

“No ano de 2014 decidi me reeducar no quesito alimentar. Voltei de mais um retiro decidida a viver de alimentos crus. Ao chegar na minha cidade, estava com 60 quilos, e queria emagrecer mais. Con- tinuei com o jejum, mas não aguentei e quebrei os 15 dias de restri- ção com salgadinhos fritos. Foi totalmente horrível. A comida não descia. Vomitei, mas depois comi mais um monte de tranqueira. Até que comi frutas. Me lembro que foi um alivio comer frutas. Por

ter comido muito naquele dia, quei com medo de engordar e me programei para car mais um tempo em jejum (na cidade). É claro

que não consegui. Mas, ao invés de “engrenar no cru”, comi mais tranqueiras. Não consegui voltar para a minha vida, pois precisava

 jejuar. Larguei meu namorado, falei que precisava car sozinha, pe- guei a chave da casa de praia dele e fui jejuar.

Nessa jornada, me programei, mas inventava de ir à cidade para co-

mer um monte de tranqueira, anal, eu sempre poderia jejuar no dia

seguinte. Novamente, jejuava até 17 horas, e depois corria à cidade e me enchia de tranqueira.

Passei o resto do ano todo tentando me abster. Fazendo 2 dias de  jejum e 7 comendo. Sem conseguir voltar para a minha vida. Meu

namoro terminou. Inventei de fazer a prova da Ordem, para poder ter a desculpa de não ver as pessoas e jejuar. Fiz a minha mãe pagar um monte de cursos para eu estudar para a prova. Achava que o je-  jum iria me dar concentração. Minha melhor amiga estava viajando

comer. Fiquei desesperada porque estava engordando. Não tinha mais dinheiro. Já havia gastado muita grana em retiros e comidas. Nos meus episódios de compulsão, chegava a gastar 100 reais por dia. Precisava me isolar em um lugar em que não teria como sair do  jejum. Fiz 10 dias de retiro. Emagreci. Voltei para a cidade.

Mas voltei a comer ao monte. Engordei tudo de novo. Em outubro de 2014, paguei 2000 reais na pousada de um amigo para tentar fazer 40 dias de jejum. Não consegui. Resolvi alugar uma casa na serra, para viver em uma casa com horta, no meio do mato, para eu

poder me alimentar saudavelmente. Nessa casa, z vários dias de

 jejum. Mas quebrava sempre com alimentos destrutivos. Em abril de 2015, percebi que não adiantava viver numa casinha no mato para me curar, Uma empresa no Rio de Janeiro estava me chaman- do e voltei para a cidade”.

A Jaqueline continuou seu processo de lutar contra a compulsão e neste ano (2015) comecei a acompanhá-la. Com o conheci- mento da psicologia alimentar e aplicação de coisas que esta- mos tratando neste livro, ela evoluiu bastante. Uma das técni- cas que trabalhamos e que deu muito resultado na vida dela é o distanciamento da voz do vício.

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