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Código de Trânsito Brasileiro de 1997

CAPÍTULO 2 A LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO NO BRASIL

2.4. Código de Trânsito Brasileiro de 1997

O contexto dos anos 90, para a indústria automobilística, começou com uma crítica feita pelo novo presidente que assumiu o governo, Fernando Collor de Mello. Ele considerava a frota de veículos brasileiros como ―carroças‖. Por esse motivo, bem como pela redução das vendas de automóveis no mercado interno, o governo abriu o comércio para as importações. Foi criada a Câmara Setorial da Indústria Automobilística, que reunia representantes de montadoras e

autopeças. Logo em seguida, foi criada a Autolatina, a maior indústria automobilística do país. Nesse período, 75% da população brasileira se concentrava em área urbana, segundo o IBGE. A indústria viveu momentos difíceis devido à abertura do mercado. Em 1992, o presidente Fernando Collor renunciou devido a denúncias de corrupção e assumiu Itamar Franco. Foi criado o Programa do Carro Popular, que fez com que voltasse a ser fabricado o Fusca. Com a criação, em 1994, do Plano Real, a nova moeda do país, a inflação foi controlada e o poder de compra aumentou. Um novo recorde de venda de veículos foi anunciado e os investimentos no setor também foram maiores que os anteriores.

Em 23 de setembro de 1997, foi instituído um novo Código através da lei nº 9503, que revogou o Código de 1966. O documento intitulado, a partir de então, Código de Trânsito Brasileiro, possuía um total de 341 artigos e um anexo sobre conceitos e definições, sendo que o anterior possuía 214 artigos. O documento era bem mais organizado e trazia algumas inovações. As resoluções anteriores à aprovação do novo código não foram revogadas, e sim foram recepcionadas no artigo 314 do documento, desde que não entrassem em conflito com as suas disposições. Essas resoluções deveriam ser revistas e outras, expedidas, tendo em vista a melhor execução do código:

Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e quarenta dias a partir da publicação deste Código para expedir as resoluções necessárias à sua melhor execução, bem como revisar todas as resoluções anteriores à sua publicação, dando prioridade àquelas que visam a diminuir o número de acidentes e a assegurar a proteção de pedestres.

Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existentes até a data de publicação deste Código, continuam em vigor naquilo em que não conflitem com ele. (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo XX)

A primeira alteração significativa com relação à educação para o trânsito já aparecia no inicio do documento com a definição do Sistema Nacional de Trânsito e com suas atribuições mencionadas nos artigos 5º e 6º:

Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades.

Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito:

I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o

trânsito, e fiscalizar seu cumprimento; (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo II, Seção I)

A educação para o trânsito deixou de aparecer apenas com o propósito de campanhas, passando a ser tratada, nos artigos 5º e 6º, como uma das finalidades do Sistema Nacional de Trânsito. E foi definido, como um objetivo desse sistema, o estabelecimento de uma política que tinha em vista zelar pela execução da educação para o trânsito e fiscalizar esse processo. Continuava a haver a participação de um representante do Ministério da Educação e Cultura na composição do Conselho Nacional de Trânsito:

Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, com sede no Distrito Federal e presidido pelo dirigente do órgão máximo executivo de trânsito da União, tem a seguinte composição:

IV - um representante do Ministério da Educação e do Desporto; (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo II, Seção II)

No código anterior, as campanhas educativas eram de competência de alguns órgãos. A partir do novo código, essa competência passa a ser definida como de responsabilidade de todos os órgãos pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito, exceto o Conselho Nacional de Trânsito, que é órgão máximo normativo do sistema. No artigo 14, é definida a competência dos conselhos estaduais e do Distrito Federal que deveriam estimular e orientar as campanhas educativas, além de acompanhar as atividades, nos seus respectivos Estados, referentes à educação e à formação de condutores, dentre outros assuntos:

Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e ao Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE:

IV - estimular e orientar a execução de campanhas educativas de trânsito; VIII - acompanhar e coordenar as atividades de administração, educação, engenharia, fiscalização, policiamento ostensivo de trânsito, formação de condutores, registro e licenciamento de veículos, articulando os órgãos do Sistema no Estado, reportando-se ao CONTRAN. (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo II, Seção II)

Quanto ao Departamento Nacional de Trânsito, suas atribuições eram definidas no artigo 19. Dentre as várias atribuições podemos destacar os incisos V, XII, XV, XVI, XVII, XXII, XXIII que tratavam da educação:

Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União:

V - supervisionar a implantação de projetos e programas relacionados com a engenharia, educação, administração, policiamento e fiscalização do trânsito e outros, visando à uniformidade de procedimento;

XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à segurança e à educação de trânsito;

XV - promover, em conjunto com os órgãos competentes do Ministério da Educação e do Desporto, de acordo com as diretrizes do CONTRAN, a elaboração e a implementação de programas de educação de trânsito nos estabelecimentos de ensino;

XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a educação de trânsito;

XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre o trânsito;

XXII - propor acordos de cooperação com organismos internacionais, com vistas ao aperfeiçoamento das ações inerentes à segurança e educação de trânsito;

XXIII - elaborar projetos e programas de formação, treinamento e especialização do pessoal encarregado da execução das atividades de engenharia, educação, policiamento ostensivo, fiscalização, operação e administração de trânsito, propondo medidas que estimulem a pesquisa científica e o ensino técnico-profissional de interesse do trânsito, e promovendo a sua realização; (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo II, Seção II).

Por ser o órgão máximo executivo de trânsito, o DENATRAN era o órgão que deveria promover, a nível nacional, várias ações sobre a educação para o trânsito. Percebemos, nesse caso, que a importância dada ao tema é bem maior e mais abrangente no tocante ao tipo de ação promovida.

Promover a educação para o trânsito também era posto como função das polícias nas rodovias, dos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, que deveriam promover participar e implementar os programas e projetos referentes à educação e à segurança no trânsito:

Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e estradas federais:

VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Educação de Trânsito;

IX - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;

Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:

X - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;

XI - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;

Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circunscrição:

XI - implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;

XII - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição

XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;

XV - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo II, Seção II).

A necessidade dessa promoção do tema se deve, provavelmente, à necessidade de uma padronização do Sistema de Trânsito e a uma maior eficácia da promoção das campanhas a nível nacional.

A necessidade de educar para o trânsito faz com que o novo código tenha um capítulo inteiro destinado ao tema. O capítulo VI traz seis artigos que tratam do tema. No artigo 74, a educação para o trânsito é afirmada como um direito de todos e um dever dos órgãos de trânsito, que deverão possuir obrigatoriamente uma coordenação educacional em suas sedes. E, no segundo parágrafo do artigo, é mencionado o funcionamento das Escolas Públicas de Trânsito13:

Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão promover, dentro de sua estrutura organizacional ou mediante convênio, o funcionamento de Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões estabelecidos pelo CONTRAN. (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo VI)

As coordenações educacionais referidas no artigo possibilitariam uma maior organização do processo de educação para o trânsito dentro de sua respectiva área de competência. Sendo assim, a promoção da educação provavelmente garantiria o direito de todos como mencionado no artigo.

No artigo 75 fica definido, como atribuição do CONTRAN, o estabelecimento de temas anuais e datas para promoção de campanhas educativas a nível nacional:

13

As Escolas Públicas de Trânsito são Centros de Formação de Condutores públicos que possibilita aos candidatos de baixa renda a possibilidade de se habilitar arcando apenas com as taxas administrativas.

Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os cronogramas das campanhas de âmbito nacional que deverão ser promovidas por todos os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, em especial nos períodos referentes às férias escolares, feriados prolongados e à Semana Nacional de Trânsito.

§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito deverão promover outras campanhas no âmbito de sua circunscrição e de acordo com as peculiaridades locais.

§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter permanente, e os serviços de rádio e difusão sonora de sons e imagens explorados pelo poder público são obrigados a difundi-las gratuitamente, com a freqüência recomendada pelos órgãos competentes do Sistema Nacional de Trânsito. (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo VI)

A promoção das referidas campanhas em datas específicas provavelmente pode ser atribuída à necessidade de diminuir o grande número de acidentes ocorridos em períodos de férias e feriados prolongados. Entendemos aqui essa medida como algo emergencial, necessário para corrigir um problema que foi criado a partir de um comportamento inadequado de alguns condutores que infringem as leis de trânsito. Segundo HOFFMANN (2003):

A educação para o trânsito, é em seu conjunto, uma tarefa de todos, posto que a criança está imersa numa família desde que nasce. Seu primeiro modelo são seus pais, passando posteriormente a um sistema educativo, no qual a unidade mínima é a sala de aula, sendo o professor o seu principal modelo de comportamento (...) ( HOFFMANN, 2003, p.117)

É interessante ressaltar aqui que a educação de trânsito, segundo Hoffmann (2003), é um processo construído e não imposto, e essa construção deve ocorrer desde a infância onde o sujeito está imerso em ambientes que fazem com que os modelos ditados sejam seguidos por ele. Daí decorre que a educação para o trânsito deva se constituir como um processo que acompanhe o indivíduo durante as etapas de sua vida.

O artigo 76 traz uma abordagem nova no que diz respeito à educação para o trânsito. A partir do novo Código, a educação para o trânsito deveria ser promovida e articulada com a escola regular:

Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.

Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN e do Conselho

de Reitores das Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante convênio, promoverá:

I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de trânsito;

II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas escolas de formação para o magistério e o treinamento de professores e multiplicadores; III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para levantamento e análise de dados estatísticos relativos ao trânsito;

IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito junto aos núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com vistas à integração universidades-sociedade na área de trânsito. (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo VI)

Nesse sentido deverá haver uma articulação entre os órgãos de trânsito e as instituições escolares visando ao desenvolvimento de um currículo que trabalhe com o tema ―trânsito‖ de forma interdisciplinar. É interessante salientar que o artigo também trata da educação para o trânsito como conteúdo para a formação de professores. Segundo HOFFMANN (2003) ―(...) a educação para o trânsito está inserida na educação social (...) (HOFFMANN, 2003, p.117), dessa forma, educar para o trânsito envolve vários fatores que o professor deve saber articular para que o aluno possa compreender o trânsito não apenas como normas e regras, mas sim como um processo social de ir e vir.

No artigo 77, é definido que o Ministério da Saúde ficaria responsável por estabelecer uma campanha permanente, a nível nacional, sobre as condutas utilizadas em caso de primeiros socorros a vítimas de acidentes de trânsito:

Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Ministério da Saúde, mediante proposta do CONTRAN, estabelecer campanha nacional esclarecendo condutas a serem seguidas nos primeiros socorros em caso de acidente de trânsito.

Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo intensificadas nos períodos e na forma estabelecidos no art. 76. (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo VI)

Educar, nesse sentido, seria importante para difundir conhecimentos básicos sobre os procedimentos a serem tomados para que as vítimas de acidentes de trânsito não sejam socorridas de forma irregular prejudicando assim a sua recuperação.

Nos artigos 78 e 79, era colocado, como competência de alguns Ministérios, desenvolver e implantar programas para prevenção de acidentes que seriam financiados por um percentual de 10% do valor arrecadado com o pagamento de seguro obrigatório (DPVAT). Também era

posto que se poderia firmar convênios entre órgãos executivos de trânsito e órgãos educacionais para efetivar o cumprimento do disposto no capítulo da educação para o trânsito:

Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto, do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por intermédio do CONTRAN, desenvolverão e implementarão programas destinados à prevenção de acidentes.

Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos valores arrecadados destinados à Previdência Social, do Prêmio do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19 de dezembro de 1974, serão repassados mensalmente ao Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito para aplicação exclusiva em programas de que trata este artigo. Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão firmar convênio com os órgãos de educação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, objetivando o cumprimento das obrigações estabelecidas neste capítulo. (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo VI)

Por fim, entendemos que a ênfase, no novo CTB, já não recai mais na punição e sim, em normas e preceitos que devem ser aprendidos para se conviver de modo a exercer a cidadania, que é também um dos temas que surge como conteúdo obrigatório para o exame escrito. Com relação ao processo para a habilitação do condutor, houve mudanças significativas a partir do CTB de 1997, que faz uma exigência teórica muito mais ampla e reafirma o exame teórico-técnico de legislação de trânsito como somente escrito, o que é definido pela resolução de nº670 no ano de 1987.

Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será apurada por meio de exames que deverão ser realizados junto ao órgão ou entidade executivos do Estado ou do Distrito Federal, do domicílio ou residência do candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão, devendo o condutor preencher os seguintes requisitos:

(....)

II - saber ler e escrever;

Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a exames realizados pelo órgão executivo de trânsito, na seguinte ordem:

(...)

III - escrito, sobre legislação de trânsito (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo XIV)

A exigência de o exame ser somente escrito levaria candidatos com pouco grau de escolarização a não fazerem inscrição, uma vez que havia um tempo máximo estabelecido para a duração da prova, que passara de 2 horas para uma hora no Código atual.

Dentre as punições apresentadas no novo código, é importante salientar que havia várias penalidades impostas ao condutor infrator. Uma delas consistia na aplicação de curso de reciclagem, conforme o artigo 256, que diz que seria submetido a esse curso o condutor que cometesse alguma infração ou delito devendo ser reeducado, segundo também o artigo 268:

Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as seguintes penalidades:

(...)

VII - freqüência obrigatória em curso de reciclagem.

Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, na forma estabelecida pelo CONTRAN:

I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação; (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo XVI )

Aqui também há uma mudança, pois a punição seria educar o condutor, ao invés de apenas multá-lo.

O artigo 315 atribui ao Ministério da Educação e Desporto (MEC) um prazo para que o mesmo estabeleça um currículo com conteúdos relativos à segurança e à educação para o trânsito.

Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN, deverá, no prazo de duzentos e quarenta dias contado da publicação, estabelecer o currículo com conteúdo programático relativo à segurança e à educação de trânsito, a fim de atender o disposto neste Código. (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo XX)

No mesmo ano da aprovação do CTB são publicados os PCN14, e o tema ―trânsito‖ não é eleito como um tema transversal15, mas segundo os PCN, poderá ser tratado e abordado como um tema local. Para ser eleito como um tema transversal, segundo o documento, foram definidos quatro critérios: urgência social, abrangência nacional, possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental e favorecimento da compreensão da realidade e participação social. Se pensarmos sobre o tema ―educação para o trânsito‖ à luz desses critérios chegaremos à conclusão de que são preenchidos todos eles. Para se tratar o trânsito como um tema local entendemos que ele não é de abrangência nacional. Mas por que não seria, se o trânsito, segundo definição do CTB, é feito por veículos, pessoas e animais?

14 Parâmetros Curriculares Nacionais.

Percebemos que essa questão merece estudos e análises mais profundas para que se chegue a algum entendimento sobre ela.

Nos dois últimos artigos que tratam da educação, o 320 define que o percentual de 5% do valor arrecadado com as multas é destinado à educação e à segurança no trânsito:

Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.

Parágrafo único. O percentual de cinco por cento do valor das multas de trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente, na conta de fundo de âmbito nacional destinado à segurança e educação de trânsito. (Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997, Capítulo XX).

E o artigo 326 define a data em que se comemorara a Semana Nacional de Trânsito:

Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será comemorada anualmente no período compreendido entre 18 e 25 de setembro. (Lei nº 9.503 de 23 de

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