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3.1 GIRO DO CÍNGULO

3.9 CÓRTEX PRÉ-FRONTAL

Esta região localiza-se a frente do córtex motor e pré-motor no lobo frontal. È uma região bastante heterogênea e composta por diversas sub-regiões, apresentando diferenças anatômicas e funcionais.

Figura15. Fonte: http:www.mymindsite.com em 17/01/2011 às 02:50.

Há concordância que as regiões pré-frontais que estabelecem mais relação com a emoção são as regiões orbitofrontal (figura 16) e ventromedial(figura 17).

A importância do córtex pré-frontal ventromedial, em especial, do hemisfério esquerdo, têm demonstrado importância para o processamento emocional e a tomada de decisões.

Incapacidade de sentir as emoções e de usá-las para guiar suas decisões futuras é descrito como um estado de “saber, mas não sentir”. (Lent, pág 264) Acontece quando reações corporais somáticas que sinalizariam para o encéfalo nosso estado corporal diante da situação não acontecem.

Figura16. Figura17.

Fonte16: www.cerebro-online.blogspot.com.br Fonte 17: www.cienciadiaria.com.br em 17/01/2011 às 02:55.

Como exemplo deste estado corporal, podemos citar: a sudorese, a contração da musculatura da face e alteração da freqüência cardíaca.

“Os estados emocionais influenciariam nossas decisões futuras e poderia ser construído como base nas nossas experiência anteriores em situações análogas àquelas que simulamos mentalmente a cada momento.” (Lent, pág 265)

Outros estudos vêm relacionando o córtex pré-frontal ao estilo afetivo, ou seja, a maneira como cada indivíduo percebe os estímulos emocionais e reage à eles, além do papel do córtex pré-frontal ser lateralizado.

Lesões no hemisfério esquerdo do córtex pré-frontal tem maior probabilidade em produzir sintomas depressivos quando comparados em pacientes com lesões semelhantes, porém, no hemisfério direito.

A interpretação sugerida destes resultados vão na direção que o córtex pré-frontal esquerdo normalmente estaria relacionado com o afeto positivo. Lesões nesta região, portanto, dificultaria a vivência de emoções positivas, provocando, assim, o aparecimento de sintomas depressivos.

Uma maior atividade no córtex pré-frontal direito vem sendo sugerido que são pessoas que tem uma maior predisposição a sentir o afeto negativo. Contudo, a recíproca é verdadeira.

O que vem indicando que há uma variação individual na maneira como as pessoas percebem e reagem aos estímulos emocionais, que pode ter relação com a ativação lateralizada.

Sugere que todas as pessoas podem sentir as emoções, sejam elas, positivas ou negativas com uma intensidade maior ou menor, que vai de acordo com uma predisposição individual que reflete na ativação lateralizada do córtex pré-frontal.

O que Lent acredita é que esta predisposição emocional pode ser iniciada cedo ou até mesmo ser inata.

Outra participação que o córtex tem é na regulação da emoção, como forma de estratégias conscientes e inconscientes para aumentar, manter ou diminuir um ou alguns componentes da resposta emocional (sentimentos, comportamentos, respostas fisiológicas).

Há pelo menos duas estratégias diferentes: a regulação antecipatória da emoção e a regulação da emoção focada na resposta.

Na regulação antecipatória da emoção são possíveis para evitar que determinadas emoções de fato ocorram. Na regulação da emoção focada na resposta, a emoção já foi instalada e a estratégia utilizada é de inibição das

respostas emocionais ao ponto que outras pessoas não possam perceber o que estamos sentindo.

O que se propõe é que esta estrutura é chave para a regulação da emoção, pois inibe a atividade da amígdala, a estrutura-chave para desencadear as respostas emocionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido às enormes transformações sociais, políticas, educacionais e tecnológicas, o mundo inteiro vem sofrendo mudanças e pressões para acompanhar essas mudanças.

Frente ao exposto, percebe-se que a emoção esteve sempre presente na história da humanidade, transformou-se e evoluiu. Embora haja, ainda, muitas dúvidas e discordâncias, de fato ela é uma questão que vem sendo incessantemente pesquisada em todo o mundo.

Ao praticar a educação emocional como ferramenta pedagógica, em conjunto com as neurociências, é capaz de contribuir para a transformação de cada indivíduo como sendo um ser em desenvolvimento.

“A criança precisa se sentir segura para que possa ter a possibilidade de se arriscar. Isto, certamente, lhe trará conhecimento acerca de si mesma, dos outros e do meio em que vive.”

( Fátima Alves, pág 131)

O que espera-se é um espaço no ambiente escolar para que esta prática seja difundida, pois o que se vê é cada vez mais é o acúmulos de saberes, de informações, onde o espaço da emoção não é proporcionado à criança.

A educação emocional favorece para amenizar a agressividade e a intolerância e contribuindo para a auto-estima, a motivação, a confiança, o respeito e o reconhecimento de seu potencial, bem como na capacidade de administrar suas emoções frente aos obstáculos.

“A emoção está para o aprendizado assim como o prazer está para o aprendizado, e a auto-estima é a ferramenta que movimenta ao estímulos para gerar bons resultados.” ( Marta Pires Relvas, pág 52)

Um caminho longo ainda precisa ser trilhado, com o objetivo de melhorar a compreensão dos mecanismos relacionados ao tema e que seja capaz de unir o indivíduo da sua própria compreensão e de condição de homem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alves, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 4ª edição.Rio de Janeiro: Wak; 2008.

Dantas, Estélio. Psicofisiologia. Rio de Janeiro: Shape; 2001.

Esperidião-Antônio, Neurobiologia das emoções. Ver. Psiq. Clín 35 (2). 2008

Lent, Roberto. Neurociência da mente e do comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008.

Machado, Angelo. Neuroanatomia Funcional. 2ª edição. São Paulo: Atheneu; 2006.

Relvas, Marta Pires. Fundamentos Biológicos da Educação: despertando inteligências e afetividade no processo de aprendizagem. 3ª edição. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

Moraes, Alberto Parahyba Quartim de. O livro do cérebro, 1: funções e anatomia. São Paulo: Duetto; 2009.

Moraes, Alberto Parahyba Quartim de. O livro do cérebro, 2: sentidos e emoções. São Paulo: Duetto; 2009.

Moraes, Alberto Parahyba Quartim de. O livro do cérebro, 3: memória, pensamento e consciência. São Paulo: Duetto; 2009.

Santos, Jair. A emoção na sala de aula.Salvador: Faculdade Castro Alves; 2000.

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